Capítulo 2 O homem sem sentimentos

18 de agosto de 2003

Mas o que é a vida? É como um vapor que aparece e logo depois desaparece, se a morte é uma prisão, ou é apenas a ausência de vida, assim como dizem que preto, na verdade, seria ausência de cor,

como o frio, ausência de calor, a escuridão ausência de luz? Você já se perguntou qual o sentido da vida?

Será ser só isso? Nascer, crescer, e aí? O que mais? Esse é o sentido.Trabalhar e morrer, parece que ainda que você faça tudo ainda não será nada, comparado ao mistério de não saber para onde vai, e que sua caminhada na verdade não te levou a lugar nenhum.

São essas as perguntas que pairavam sobre a cabeça do homem sem sentimentos, mas antes de ir até ele, vamos continuar de onde paramos, depois voltamos para John.

Todos os nove agora separados de três em três.

Natasha, a vaidosa, está pálida e trêmula, ela olha para arthur o jovem promissor e para a criança. Ela então aponta uma arma para a menina perguntando.

Natasha _ Qual o seu nome?

Criança _Meu nome é Laura.

Arthur_ Você está ficando louca? Abaixe a arma.

Natasha _ Cara, você é quem está ficando louco, ela é a única que pode nos impedir de sair daqui e ter a nossa segunda chance, qualquer um aqui até mesmo nós vamos querer ajudá-la a todo custo.

Arthur_ Calma,você não está pensando direito. Porquê está tão calma Laura?

Laura_ E porquê o Pânico? Já estamos mortos, não estamos? Quem garante que algum de nós terá mesmo a sua segunda chance?Estamos presos no jogo da Morte estamos no seu próprio jogo com as suas próprias regras, no seu território, como ela disse, que brincaria com as nossas vidas.

...Natasha_ olha arthur, ela talvez é a única de nós que tem tudo, uma casa, uma família? Ela tem um lar, pais, uma vida toda pela frente, talvez nós devamos desistir, chamar a morte e dizer-lhe que deixamos a menina ter a sua segunda chance todos os outros vão concordar, para que perder tempo, para que...

...esse jogo idiota?...

Arthur _ Talvez a morte quer nos ensinar uma lição, talvez todos nós sobreviva.

Natasha_ Isso não é como em um filme arthur. E para que essa tal de morte se importaria conosco ela disse que somos patéticos, ridículos.

Arthur _ Ok, mas abaixe a arma, e se facilitarmos para a criança ela não vai entender a importância de uma segunda chance, se ela conseguir que seja por merecer.

Laura_ Eu concordo.

Natasha_ Menina, o que é isso na sua mão?

Laura_ É uma lanterna, eu acho, mas não tem luz, deve ser a morte nos trolando de novo. Espera, está ascendendo sozinha por algum motivo.

Arthur _ O que você está sentindo?

Laura_ Eu não sei, medo? Não, é estranho, agora eu senti um pouco de esperança.

Natasha _Esperança? Você tá me zuando garota? Isso deve ser fome.

Laura_ Não, uma alma não sente fome sua boba. Se bem que um pão com ovo frito cairia bem agora.

Arthur segura o riso e pergunta.

Arthur _ Quantos anos você tem?

Laura_ tenho doze, mas eu vou fazer 13 no final do ano. Quer dizer, iria...

Natasha _ Olha veja.

Enquanto eles conversavam um caminho abriu para a direita.

Arthur _ Eu acho que fizemos a escolha certa.

Natasha_ Que escolha? E a morte disse que nem sempre fazer o bem é o certo.

Enquanto isso.

Bernadet_Droga, droga, droga, droga, droga, droga, drogaaaaaaaa.

Christian _ Isso não adianta, não adianta se espernear, chorar, não adianta fazer nada disso. Como é seu nome, porquê ele te chamou de velha que só reclama?

Bernadet_ Isso, Não, é, da, sua, contaaa.

Elizabeth _Calma, olha estamos muito nervosos, ninguém sabe o que está acontecendo eu mesmo não lembro de nada, não lembro de eu estar em um hospital, de nada disso, só lembro que o meu nome é Elizabeth tenho 32 anos.

Bernadet_ Olha, eu sou velha, mas não sou burra, deixa eu dizer uma coisa, essa coisa está nos fazendo de idiotas, se nós, estamos doentes ou algo do tipo, se ele, ou ela, é mesmo a morte, ela não tem poder nenhum sobre a vida.Se for qualquer problema que seja, ela não tem a cura não nos pode dar o direito de viver e nos devolver a saúde ou seja lá o que for que nos causou a morte.

Christian_ olha, eu entendo, mas temos que arriscar, o que podemos perder,? De todo o jeito estamos aqui, presos, precisamos pelo menos procurar respostas.

Elizabeth _ ok.

Bernardet _ vamos logo com isso, eu sinto como se os meus joelhos ainda doessem.

Christian_ direita ou esquerda? Olha, vamos decidir no cara ou coroa?

Bernadet_ Tá de brincadeira rapaz?

Elizabeth _ Me da essa moeda, eu jogo.

Antes da moeda cair no chão, um caminho se abre para a direita, Christian pega novamente a sua moeda e eles partem para dentro do novo caminho.

Enquanto isso.

_Ta bom vou-te chamar de nick.

Homem mal_ ham.

John_ E como é o seu nome?

_ Alice,eu acho, estou muito confusa.

Nick, é sério, você furava bola de crianças? Isso é parece ser tão bobo!

Nick_ Olha garota, melhor eu não dizer nada para você, já que antes de sermos uma equipe somos competidores aqui, eu queria entender, sou um dos mais velhos, tenho mais do que 50 anos, porquê eu precisaria de uma segunda chance?

Alice _ Todos nós precisamos eu acho, e você John, porquê ele te chamou assim, de homem sem sentimentos?

Enquanto eles falavam um forte, caloroso, apavorante, amedrontador assovio ia sendo ouvido de forma muito lenta,e cada vez mais forte, era ele, o anjo da morte.

Morte_John. Quero falar com você em particular. Irei falar com todos. Um a Um.

Eu li o seu diário.

17 de agosto de 2003,Oi! Livro ridículo, ah, não sei porque estou fazendo isso, as meninas chamam isso de diário, se meus amigos descobrissem que escrevo nesse caderno tirariam sarro de mim.

Subconsciente _Você não tem amigos, john.

Ah sim, verdade, eu não tenho amigos, sou sozinho, hoje, está um dia frio, nublado, chuvoso. Eu não consigo vê -la, eu queria tanto falar com ela, a menina da casa da frente, ela nem sabe que eu existo.Olha eu aqui, 17 anos, meu pai quer que eu comece, a trabalhar na mercearia da esquina, como "segurança " estou pensando em aceitar, talvez algum dia alguém entre com uma arma na mão e me dê um tiro na cabeça, eu ainda torço para que meu pai um dia esqueça a sua arma em casa e eu mesmo faço isso. Afinal, o que é a vida, qual o sentido dela, o que estamos fazendo aqui?

Morte_ Tá já lemos essa parte, blá blá blá.

(Som de alguém batendo na porta.)

John_ O que foi?

Mãe_O almoço, está na mesa

John_ Como se eu quisesse mesmo comer.

Morte_ Porque tão triste john?

John_ Porque quer nos dar uma segunda chance? E porque disse que sou seu preferido.

Morte_ Nos dar? Não lembro de ter dito que eu daria uma segunda chance para mais de uma pessoa, plural não existe nessa frase john, só um sairá daqui. E Você é meu preferido porquê,você é como eu, frio, não tem medo não sente nada. Mas você se arrepende não é? De nunca ter tido coragem de falar com ela. A garota da janela, aquela que morava na casa da frente, como se já não fosse vergonhoso você escrever em um diário e ainda pior, guardar ele na gaveta de cuecas escondido por uma revista de mulher pelada, hahahaha, Olha te fiz um favor, coloquei duas balas na sua arma.E uma garota doce na sua equipe, aproveita, sangue fresco.

John_ Sabe o que estou pensando?

Morte_ Não.

John_ Mas se me conhece sabe que não tenho medo, de te mandar ir pro inferno.

Morte_ E isso é um insulto meu caro john?hahahaha

John_ Porquê acha que eu preciso de uma segunda chance? Eu perdi o que eu nem tinha para perder, eu nunca tive nada e mesmo que eu tivesse alguma fagulha eu desperdicei.

Morte_ Me responda depois, olha, você tem duas balas, pode matar os dois da sua equipe e seguir sozinho em frente com menos dois para roubar sua segunda chance. Sabe o que eu acho, eu acho que você se importa, você não consegue demonstrar o que sente, se você não sentisse já teria se matado ou teria matado o homem que chamei de mal. Você sabe que Alice ficaria chorando como uma bebê, e você poderia pegar a arma dela e deixa- lá para trás. Não é mesmo, john? " O homem sem sentimentos" hahahahaha.

Até mais

18 de agosto de 2003

Hoje foi meu primeiro dia onde meu pai por ser policial conseguiu o serviço pra mim.

E ela foi até lá comprar leite, quando ela entrou parece que o tempo parou e só existia ela no mundo, mas eu me perguntava, deve ter alguém mais bonita do que ela no mundo, não é possível, com certeza tem, eu só não conheço, só conheço ela, porquê,? Porquê ela não me vê? É como se eu fosse invisível, não só para ela, mas para todos os outros, é como se eu não existisse, porquê eu não consigo falar com ela? Porquê? Do que eu tenho medo? Queria poder dizer algo.Mas é melhor deixá-la ir, nunca serei bom o suficiente para ela, outro será, ela parece tão perto, mas ao mesmo tempo, tão longe de mim, quase que impossível de ser alcançada, quase impossível de ser tocada, a menina da janela do outro lado da rua.

Comprou o pacote de leite e foi embora, sem olhar para trás.

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