Capítulo 1 Convidados da morte

Era uma manhã de terça-feira por volta das 11 horas quando o tempo parou.

Devagar entrando pelo corredor do hospital, aquela imagem que ninguém quer ver.

Alguém com uma grande foice em mão. Passando de sala em sala chamando alguns pelo nome, outros estendendo a mão.

Mas dessa vez tudo estava diferente, exceto a pressa do ser chamado por morte que continuava a andar devagar como se o tempo fosse mero coadjuvante da sua peça mais importante do seu teatro.

Uma fila seguia a morte que começou a entrar de porta em porta. Estalando os dedos os que o seguiam sumiram.

Ela, a morte, ou como prefere ser chamado, o anjo da morte. Entrou na sala de 9 pacientes.

Se assentou e começou a falar.

Colocando a mão na boca tossindo como quem pede atenção.

_Com licença, hahaha.

Talvez não precise eu apresentar-me nem pedir a vossa atenção, mas, eu, anjo da morte, estou decepcionado com a vida que tiveram, estou entediado disso tudo, do meu trabalho, só ceifar, e ceifar, buscar almas, isso cansa, preciso de umas férias.Que tal, 5 meses? É, isso, durante 5 meses são meus e ninguém morre enquanto eu não quiser quem me procurar vou fugir dele. E buscarão a morte como algum sedento busca por água.

Olha considerem como um presente. Não sou muito de palavras. Escolhi vocês 9 para um jogo, vou levá-los comigo, mas somente o vencedor voltará para sua vida. A partir de agora todos estão presos com a morte, é, vão morrer. Agora!

Mas não serão dados como mortos, ficarão como estão, vegetando. Mas, o que é a morte? É uma prisão! Conhecerão de perto a minha criação, um labirinto e o único que escapar terá a sua segunda chance de mudar isso que chamam vida.

Perguntas?

Não. Como imaginei, vamos.

Uma menina então levanta a voz.

_ Eu tenho uma pergunta.

Naquele lugar sombrio. Uma eterna escuridão, onde havia névoas densas e ninguém conseguia se ver, todos olharam para a criança.

Todos dizem, é só uma criança.

A morte responde, sim, crianças também morrem, não?

Um dos nove diz, mas ela é a única entre nós, porquê?

A morte responde, quem faz as perguntas aqui sou eu.

É a hora dela, entendeu?

A primeira regra do labirinto, é que não há regras.

Um silêncio paira, todos se olham.

E morte solta a sua gargalhada dizendo.

Brincadeira há regras sim, Eu Sempre quis dizer isso. Estou de muito bom humor hoje, deve ter sido aquele chá.

As regras vocês vão andando pelo labirinto e vão descobrir aos poucos, haverá momentos em que eu aparecerei para vocês. Não contem com o tempo, aqui ele não existe, séculos podem parecer horas e horas podem parecer séculos. Primeiro serão divididos em trios. Mas só um de vocês passará pelo portão final e terá a segunda chance, escolhas deverão ser feitas, se for boa vão para a direita e se for má, vão para a esquerda, até acharem a saída, isso não significa que fazer o bem sempre é o certo.

Qual a pergunta criança?

_Ah, eu tenho medo do escuro, pode-me dar uma lanterna?

Claro a morte respondeu.

Morte continuou a dizer.

_ Brincadeira. Hahahaha

Brincarei com as vossas vidas.

Cada um de vocês, terá uma arma, mas nessa arma só terá uma bala, por isso estão em trio, se matarem o parceiro poderá ser morto pelo outro sobrevivente ficando assim só ele para prosseguir, então pensem bem.

Se usarem para se matar desistindo do jogo e de lutar por uma segunda chance para voltarem para a "vida" de merda de vocês , pense bem, não terá volta.

Um homem pergunta, porque escolheu nós?

Morte_ bom, para começar porque vocês são ridículos. Exceto a criança ela é uma gracinha, mas assim, que porra de vida vocês estavam fazendo e" vivendo lá em cima"? De todas as que eu tive que ir buscar vocês são as mais fúteis.

Vou apresentar vocês uns para os outros.

Bom, o primeiro é o meu favorito, irei chama- de O Homem sem sentimentos. Não precisa toda uma introdução aqui agora, mas é isso ai, olha, John, torço por você hein não DECEPCIONE A MORTE.

...A segunda é A velha rabugenta que só reclama da vida. Tem sete gatos pra dar comida, pra mim são todos horrorosos. Mas ta bom. Usa a desculpa que ela tem quase 50 vidas pra dar de comer e com isso rouba verduras no mercado....

A terceira é mãe de família tem dois filhos e um marido brocha.

Não se envergonhe querida a sua vizinha sabe. Cuida da casa e é só.

A quarta é a vaidosa, materialista, uma jovem de 21 anos que estava noiva, tinha carro, trabalho, ganhava bem, estudou muito, sem tempo pra nada a coitada. Vive correndo se arrumando.

O quinto é o homem mal.

Poxa nicolas, furar a bola das crianças, ?

O sexto é O competidor. Olha esse eu tiro o capuz, hahaha

gosta de brincar com a sorte né Christian?

O sétimo é o jovem promissor, empresário de sucesso rico, inteligente, rodeado de pessoas na sua volta. Aonde eles estão agora Artur? Será que irão no seu velório na sexta-feira? Ou irão para praia?

A oitava é a menina simpática, a menina do bem, se dá bem com todo o mundo a menina dos livros.

E a última é a pirralha aí.

Enfim boa sorte. Os trios vão ser esses.

Primeiro trio

O homem sem sentimentos, a menina simpática, o homem mal. Trio cogumelo.

O segundo trio, a criança, o jovem promissor e a vaidosa.trio sem graça, vou chamar trio chuva, odeio Chuva.

O terceiro trio, a mãe de família, o competidor e a velha que só reclama.Trio ferrugem. gosto desse nome completou a morte .

Enfim, boa sorte, quer dizer, não melhor não ela é traíra, não contem com ela, não é mesmo Christian?

Até logo.

Enquanto a figura encapuzada sumia grandes paredes subiram da terra separando cada um dos três grupos, eles estavam aterrorizados pensativos em silêncio, não conseguiam dizer uma palavra para o ser que se intitulava de morte. Só o silêncio daquele lugar era agonizante demais .Eles não conseguiam acreditar que tudo aquilo era Verdade.

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