Sete anos se passaram...
Emma...
A dor latejava em meu braço, uma sensação de que uma veia havia sido cortada dominava meus pensamentos. Mas a resistência à dor era minha aliada enquanto o carro rugia com o motor em frenesi, eu me agarrava desesperadamente ao capô, os dedos em chamas pela pressão necessária para me manter sobre o veículo em alta velocidade.
O vento chicoteava meu rosto, cortando minhas bochechas com sua ferocidade, enquanto meu braço esquerdo, enfraquecido pelos cacos de vidro cravados nos ombros, lutava para sustentar meu corpo, e minha mão direita habilmente manobrava a arma.
Um único disparo ecoou, certeiro na cabeça de um dos homens no carro à frente. A arma vibrava em minha mão quando destravei o próximo alvo, mirando diretamente em sua testa. O sangue jorrou, e com um movimento rápido, destravei novamente, direcionando minha mira para o pneu do carro da frente, que derrapou perigosamente antes de finalmente parar alguns metros à frente.
Saltei do capô do carro com agilidade, ao lado de Legolas, que já estava de pé, sua Glock apontada para o veículo à frente. Éramos apenas dois, contra pelo menos sete deles. Não deveria ter sido assim, mas meus homens haviam sido emboscados e ficaram para trás.
Legolas: Dom! - Legolas rosnou com fúria.
Enquanto a raiva pulsava por minhas veias. Com os olhos fixos no carro inimigo, meu dedo pressionava o gatilho com determinação.
Com um rápido olhar para Legolas, que acenou em resposta, avançamos em direção ao carro. Apenas alguns passos à frente, a porta se abriu abruptamente. Meu coração disparou enquanto me preparei para atirar, mas em vez de um ataque, uma arma foi jogada para fora do veículo, seguida por um corpo esguio emergindo. Dom levantou as mãos em rendição, mas eu sabia que não podia confiar nele.
Meus olhos percorreram seu corpo tenso. Ele não estava se rendendo. O vagabundo nunca faria isso. Dois homens saíram atrás dele, também em rendição.
Dom: Emma, querida... Dom começou, mas minha resposta foi um grito ordenando-lhe silêncio.
Emma: CALADO!
Seus lábios se curvaram em um sorriso, e pude sentir o ódio queimando em meu olhar refletido nos dele.
Legolas: Para o chão! AGORA! - A voz de Legolas cortou o ar, e os dois homens obedeceram, mas Dom permaneceu imóvel.
Emma: Não me obrigue a atirar. - Minha voz estava gelada enquanto destravava a arma.
Dom me olhou sarcasticamente com um sorriso nos lábios.
Dom: Esta é uma cena que nunca imaginei..., - ele começou, provocando Leon, cujo aperto na arma aumentava a cada palavra - Meus queridos irmãos, com armas apontadas para mim.
Leon rosnou, sua fúria era um vendaval prestes a desencadear-se sobre nós, eu sentia sua luta interna para conter o ímpeto de descarregar a arma na cabeça de Dom.
Emma: Seu maldito desgraçado, eu vou explodir sua cabeça em mil pedaços. Agora, abaixe-se... No chão!
Um sorriso sádico expandiu-se em seu rosto, ele baixou as mãos lentamente, seus olhos se transformando em abismos de escuridão. Uma escuridão que me transportou instantaneamente para anos atrás, um calafrio percorreu meu corpo, e ele certamente percebeu, pois seu sorriso se alargou ainda mais.
Dom: Faremos o seguinte - Em um piscar de olhos, estávamos cercados, olhei ao redor e vi homens e mulheres armados apontando para mim e Legolas - Vão para o chão!
Meus olhos encontraram os de Legolas a raiva transbordava em seu olhar... ele não recuaria, então segurei a arma com mais firmeza, determinada a não ceder!
Emma: Prefiro morrer - sussurrei.
Dom: Não me obrigue a matá-los.
Legolas: Seu desgraçado, como se você não tivesse tentado antes.
O círculo se fechava ao nosso redor, eu girava a cabeça freneticamente, estávamos encurralados!
Dom: Droga - Ele relaxou seu corpo, com uma expressão de cansaço fingido, brincando com os pés como se estivesse entediado. - Já disse, não é? Nunca foi minha intenção machucá-los, mas vocês... vocês estragariam tudo.
Emma: SEU MALDITO! - Gritei.
Dom me encarou, seus olhos penetraram nos meus e, em seguida, desviou o olhar para o homem ao seu lado, ignorando-me completamente, como se eu não estivesse segurando uma arma prestes a explodir sua maldita cabeça.
Dom: Amordacem-nos, mas não os machuquem!
Legolas me lançou um olhar, Dom virou as costas e os homens se aproximaram de mim, sem hesitar, desferi um golpe certeiro no queixo do primeiro homem e, com a arma firmemente empunhada na mão direita, disparei contra a testa de uma mulher. Senti os braços e mãos tentando me conter... Instantaneamente, o gosto da morte se insinuou em minha garganta, os ossos se partindo e o sangue escuro salpicando minhas bochechas.
Legolas: VÁ! Eu me encarrego deles.
Sem hesitar, desferi um golpe certeiro contra a barriga de um dos homens, fazendo-o dobrar-se, antes de atingir sua nuca com força, obrigando sua cabeça a se chocar contra uma rocha. Não olhei para trás, confiando plenamente que Legolas lidaria com eles. E eu sabia que Dom estava fugindo.
Avancei rapidamente pelo mato, os galhos das árvores chicoteando minhas pernas, sem oferecer trégua. Sabia que Dom tinha apenas duas opções: o mar ou os penhascos. Com o crepúsculo se aproximando, o tempo se esgotava.
Alcancei o ponto mais elevado que pude encontrar, ignorando os galhos que arranhavam meu rosto. Assim que cheguei lá, varri meu olhar em busca do penhasco alguns metros à frente. Nenhum sinal dele. Agachei-me, observando a correnteza do rio. E então, lá estava ele, entre os arbustos, correndo.
Mirei e disparei, mas Dom estava longe demais. Com mais dois homens ao seu lado, saltava entre os matagais. Saltei do morro onde estava, meu corpo batendo contra as rochas. Protegi meu rosto com os braços enquanto rolava morro abaixo, o impacto finalmente me atingindo. Levantei-me imediatamente, o gosto de ferro em minha boca enquanto corria desesperadamente atrás dele.
Corri sem parar até avistar um dos homens. Meu tiro foi certeiro em sua nuca, apesar da densa plantação de milho dificultar minha visão. Disparos ecoavam em minha direção, meu coração martelando no peito, recusando-se a deixá-lo escapar.
Continuei avançando pelo milharal, meu sangue fervendo a cada passo. Ouvi os passos deles se aproximando, os tiros se multiplicando. Mantive-me o mais oculto possível entre as plantas, avistando uma silhueta à frente. Parei para mirar, mas ele já estava me mirando. Rapidamente joguei-me ao chão, ouvindo o estampido da arma, enquanto a dor lancinante rasgava meus pulmões.
Contorci-me, sentindo meu ombro gritar de dor. Pressionei a ferida, o sangue escorrendo entre meus dedos, e arranquei a bala. O ódio me consumiu.
Emma: "DOMM!" - Gritei, possuída pela fúria.
Com uma onda de dor percorrendo meu corpo, forcei-me a erguer, ignorando meu braço ferido, e disparei em direção a ele com toda a velocidade que minha essência agonizante permitia. Cada passo era um eco quebradiço em meio ao silêncio ensurdecedor, até que finalmente emergi da plantação, o coração pulsando no ritmo da minha corrida desesperada.
Diante de mim se estendia um campo vasto, meus olhos vasculharam o horizonte e lá estava ele, imóvel a alguns metros de distância, fixando-me com seu olhar penetrante.
À sua retaguarda, seu último comparsa mantinha uma arma apontada para mim, enquanto o sangue latejava em minhas têmporas e os cacos de vidro dilaceravam meu braço, meu rosto queimando sob a carícia impiedosa do vento.
Dom: Você nunca desiste, não é mesmo?
Encarei-o, sua postura descontraída só aumentava meu ódio.
Emma: Vai me enfrentar ou vai fugir como o covarde que é?
Um sorriso cínico curvou os lábios de Dom enquanto ele dava um passo à frente.
Dom: Será apenas eu e você, certo?
Meus olhos se desviaram para o comparsa de Dom, ele revirou os olhos impacientemente, num movimento rápido, Dom sacou uma arma da cintura, mas ao invés de apontá-la para mim, ele descarregou um tiro certeiro na cabeça do homem ao seu lado.
Dom: Satisfeita agora?
Emma: Velhos hábitos nunca morrem, não é mesmo? Você não é leal a ninguém.
Um sorriso irônico se desenhou nos lábios de Dom.
Dom: Você pode não acreditar, mas eu realmente preferia evitar isso.
Ele largou a arma no chão, arregaçando a manga de sua camisa.
Emma: É uma pena, porque eu estou ansiosa por isso!
Eu poderia simplesmente mirar em sua cabeça agora, mas seria fácil demais. Eu queria sentir o gosto do seu sangue antes de explodir seus miolos.
Sem hesitar, avancei, meu coração martelando no peito. Dom reagiu instantaneamente, uma dança violenta de chutes e socos enquanto nos debatíamos.
Desfiro um golpe certeiro em seu rosto, o sangue jorra de sua boca, manchando seus dentes, um sorriso sinistro desenha-se em seus lábios. Dom contra-ataca, pressionando meu braço e me lançando ao chão, minha voz se perde em um gemido de dor.
Grito, me debatendo para retomar o controle, mas Dom me domina novamente, meu corpo sucumbindo ao impacto, exausto e sem forças.
Dom: Querida, esqueceu que fui eu quem te ensinou a lutar? - Dom provoca, seu tom carregado de desprezo e superioridade.
O ódio inflama meus sentidos, minha boca busca a sua num beijo macabro mordendo seus lábios com toda força que tenho. Dom grita, o gosto de sangue enche minha boca enquanto me arrasto em busca da arma.
Suas mãos agarram minhas pernas, impedindo-me de alcançar a arma. Num último esforço, agarro uma mine faca escondida entre meus cabelos e cravo em sua mão.
Dom pragueja, soltando-me.
Dom: Puta! Desgraçada..
Num movimento ágil, agarro a arma e me levanto. Seu olhar transmite ódio, mas sua expressão permanece calma.
Dom: Vamos, ele sussurra, desafiador. "Atire!"
Aponto a arma para sua cabeça, meu coração martelando no peito, os dedos tremendo de nervosismo.
Emma: Suas últimas palavras? minha voz soa rouca.
Ele cospe sangue, seus olhos encontrando os meus.
Dom: Vai para o inferno! - ele responde com raiva.
Emma: Te encontrarei lá! -retruco, determinada.
Desengato a arma e... O chão treme, minha mente turva. Uma granada! Meu corpo é lançado ao chão pelo impacto, a fumaça obscurecendo minha visão, a dor agonizante toma conta de mim.
Forço meus olhos a permanecerem abertos, já embaçados, vislumbro alguém arrastando Dom para longe. Não...
Então, tudo se apaga.
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Atualizado até capítulo 26
Comments
AndressaAutora
pela lógica básica, ele estaria na vantagem por não está ferido como ela está! Fora que ele poderia jogar sujo atingindo diretamente as partes feridas lhe causando mais dor e a deixando sem poder reagir...
2024-11-11
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AndressaAutora
Eu só queria saber quem foi que treinou ela, para eu dar os parabéns ao excelente trabalho, pois a mulher está totalmente fora dos padrões kkkk
2024-11-11
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AndressaAutora
Um passo bem arriscado, mas imagino que quando aceitou fazer parte de tudo isso, você sabia que essa seria uma opção...
2024-11-11
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