Capitulo 8

Depois de tantas descobertas estranhas e inacreditáveis Juliana foi escoltada até em casa por alguns hibridos Beta, Alinna insistiu para que ela permanecesse na aldeia mas Juliana se negou, mas não saiu de lá com mãos vazias conseguiu que Alinna lhe emprestasse um dos livros antigos da tribo.

Juliana guardou o item em segurança no cofre da casa e se esgueirou até o chuveiro e tomou um longo banho, precisava não apenas esfriar a cabeça, queria organizar as ideias que pairam em sua mente, enquanto girava o registro do chuveiro para interromper a torrente de água, ouviu uma movimentação estranha no quarto, tia Gina não veria visitá-la a essa hora quem ou o que poderia ser..

Vestindo o roupão, abriu a porta do banheiro lentamente, todas as luzes de repente se apagaram, ela se encontrava no quarto, mas ele estava escuro, suas pernas tremeram quando sentiu um odor estranho, o mesmo odor de quando Castiel apareceu na floresta, um vento gélido bateu em seu rosto, o cheiro era atormentador!

 No chão, pedaços de vidro quebrados, a janela do quarto estava estilhaçada. Uma palpável escuridão enchia o ambiente, o coração de Juliana começou a bater rapidamente, era como se alguém a observasse, esperando a oportunidade para atacar. 

Enquanto ela procurava se mover, em direção a saída ou, pelo menos, um jeito de tornar aquela casa menos tenebrosa, uma criatura estranha saiu de dentro do armário. 

Com um porte esquisito, semelhante a um lobo, ela veio andando em direção a Juliana, arrastando a cauda no chão. Assustada, Juliana tentou sair de perto, mas aquela criatura se movia depressa. Ela chegou até Juliana. Seus olhos eram terríveis, perversos, e seu sorriso, malicioso. Ela queria se mexer, mas não conseguia, se não fizesse nada estaria morta em poucos segundos.

Juliana viu sua vida passando como um flash em sua mente, a cena do dia que perdeu sua mãe, depois quando foi demitida do emprego..a cena de Matt aos beijos com Jasmine. E por fim David..e o destino..

 Seu estômago se comprimiu e ela correu, atravessando o quarto. Olhou para trás e viu por um instante, a figura se mover para longe, ele revirava o closet como se buscasse algo, quando Juliana se agachou no chão e se arrastou até cadeira almofadada que estava revirada, tomou um pedaço ponte agudo de vidro, o bicho já não estava mais no closet ele se voltou para ela e parecia se divertir com aquela tentativa de Juliana de proteção, a criatura grunhiu. 

Ela sentia o lobo. O formato do seu corpo. Imaginou a cor de seus olhos e sentiu o contato áspero dos pêlos como se os tocasse. Por um instante, viu de relance o outro lado do quarto.

Sua mente dizia que aquilo não era coincidência. Conhecia esse lobo...Como se ele a assombrasse em outras vidas, era o mesmo do sonho... que a perseguiu na floresta.

 Perdeu o ar quando a criatura encravou suas unhas sob a cadeira e atingiu seu pescoço, em meio à dor e ao desespero, escutou os passos de alguém ou alguma coisa que se movia tão rapidamente como o monstro que a atacava, sangue escorria do ferimento de Juliana, o frio e o medo fizeram sua pressão baixar, tudo ficou ainda mais tenebroso a sua volta, não tinha mais forças para se manter acordada.

Num instante, um clarão como de fogo surgiu, Juliana viu a figura de um homem, ele se colocou entre ela e a criatura, e com um impulso a lançou ao chão, os olhos de Juliana estavam prestes a se fechar enquanto os dois lutavam, o homem mandou um soco tão forte na cara do “monstro” que ela quase chorou de alegria, seja quem ele fosse,estava lá, brigando com seu inimigo, o grito agudo como de lobo rompeu o silêncio. Em um surto de pânico, Juliana se espremeu embaixo da cadeira quebrada. Seu coração latejava em seus ouvidos. Por um instante, a madeira a envolveu, e imobilizou contra o chão ela sentiu se segura ao ver o seu salvador lutando contra o inimigo.

Houve um uivo. E sons frenéticos de golpes, a casa estava completamente destruída, e o temor de que talvez o salvador de Juliana também pudesse querer matá-la.

Ela esperou, resistiu, até ver o monstro desacordado, mas ele deu um salto e fugiu, Juliana ouviu passos, nesse momento já não estava agachada, e sim debruçada sob o chão gélido ouviu grunhidos e rosnados. Mas havia outra coisa, outro

som que ela não consegui identificar. Muito mais tarde, saberia que aquilo era o início de algo maior.

Se seguiu um silêncio assustador, uma calma frenética, o salvador dela também revirou as caixas do closet, ela não conseguia se manter desperta.

Ela se lembra de vê-lo caminhando até ela, seus olhos eram amarelos e brilhantes,  seu cheiro era familiar e a fez estremecer, quando ele tocou seu ferimento e cheirou o seu sangue, ela teve certeza era David, seus olhos a penetraram, reconhecendo alguma coisa.

Ela sabia que aquele não era um tipo comum de olhar, ele a tomou nos braços, e sorriu susurrando em seu ouvido - descanse Juliana.

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