Nicole
A noite passada não foi das melhores, como eu pensei que seria, porém, mesmo acordando um caco, eu não vou deixar isso estragar meu dia. Hoje, absolutamente nada pode dar errado.
Hoje será o meu primeiro dia de trabalho e Nick vai me dar uma carona hoje porque vai ao médico e a empresa é no caminho dele.
Levantei a todo vapor, tomei um expresso bem quente da minha máquina, presente que Nick me deu. Enfim, meu anjo da guarda rsrs.
Pensei em ligar pra apressar o meu amigo, mas na hora que peguei o celular, ouvi a buzina do carro dele.
Seguimos para a empresa e no caminho o Nick me contou como ficou a lanchonete ontem quando saí, porque eu estava tão empolgada que não lembrei de perguntar quando estava indo pra boate com ele.
Chego na empresa e vou ansiosa para a recepção perguntar qual andar eu devo me apresentar para a função e a recepcionista me falou para eu subir ao 4° andar e aguardar lá as próximas orientações.
Quando eu viro na direção do elevador que me foi indicado, surge um homem muito bonito... não... bonito é pouco, esse homem parece um semideus. Ele estava usando um terno preto, cabelos um pouco bagunçados e estava com cara de poucos amigos, parecia estar bravo com algo e eu não queria estar na pele de quem o irritou, me deu até arrepios.
Logo atrás dele, vem uma ruiva, que está praticamente correndo pra acompanhar os passos do deus grego. Ela é muito bonita, mas de longe da pra notar que é tudo procedimento estético.
Os minutos se passam e finalmente começam a chamar os nomes de cada um por ordem de chegada até chegar a minha vez.
— Senhorita Nicole Valença. – ela procura com o olhar e eu respondo com um leve aceno em seguida.
— Me acompanhe por favor.
Ela me leva até uma repartição onde existem várias mesas com computadores, se apresenta como Mary, me indica a minha mesa de trabalho e começa a passar algumas instruções e regras e ouço atentamente.
— Nós queremos pessoas competentes aqui, então dê o seu melhor. Aquele elevador ali (aponta para o mesmo) é proibido para funcionários, é exclusivo do CEO e convidados, bem como os pais e o amigo mais próximo. Muita cautela com as palavras, faça tudo que mandarem, seja sempre responsável com os compromissos, nunca faça perguntas sobre o chefe e boa sorte.
Depois que ela saiu, eu fiquei me perguntando, "nada de perguntar sobre o chefe?" Uau!! ele é de ouro ou o quê?!.
Tem até elevador exclusivo pra não se misturar com os meros mortais. Essa gente rica é tão mesquinha!
Olho para a minha mesa e respiro fundo evocando a secretária executiva que há em mim, me sento e começo o meu trabalho, organizando e separando os compromissos da parte administrativa, por ordem de prioridade, tá uma bagunça, tem até uns papéis com recibos do almoxarifado, junto com outros papéis da parte de logística.
Estava indo tudo bem até que do nada escuto uma voz insuportavelmente aguda, melosa e irritante.
— Garota, esses papéis estão errados, organiza isso direito, anda!
Levanto o olhar e vejo a mesma mulher que estava correndo atrás do homem bonito. Ela me olha de um jeito que parece... raiva? O que eu fiz pra essa maluca?!.
— Descupe senhora, por acaso você é responsável por supervisionar o meu trabalho? É que a única pessoa que me apresentaram como supervisora dessa sessão foi a senhora Mary.
— Olha só a intimidade em que se refere à Mary e a petulância que me responde! – ri de maneira desdenhosa.
Ela impina o nariz e fala:
— Menina, eu sou sócia dessa empresa, olha o tom que você fala comigo ou eu vou pedir para o meu noivo, que é o DONO DESSA EMPRESA, para demitir você por sua arrogância e incompetência.
Todos ao nosso redor nos olham com curiosidade e eu não consigo acreditar que logo no meu primeiro dia, uma louca me pegou pra Cristo.
Respira fundo, Nicole... se acalma mulher... tu não tem advogado, Nicole...
— Fique à vontade. – respondi calmamente, depois de uma boa puxada de ar.
— Sua insolente!
— O que está acontecendo aqui? – Surge ao meu lado a senhora Mary.
— Essa incompetente que não sabe trabalhar direito e ainda tava me respondendo cheia de si, Mary. Vocês precisam ver melhor quem estão contratando.
— Elizabeth, deixa a moça fazer o trabalho dela em paz, que quem decide o que está errado aqui sou eu!.
Elas conversam um pouco, parecem ser amigas. Logo Mary me lança um olhar sem expressão e sai.
Elizabeth Spencer
Continuei fazendo o meu trabalho, depois de um tempo resolvi descer pro andar de baixo, onde tem uma copa para os funcionários e também umas máquinas de snacks e um cantinho para descanso, onde cada funcionário tem direito a passar duas horas de intervalo para refeições e mais 15 minutos em outro horário que achar necessário.
Cheguei na copa e meus olhos brilharam ao ver uma máquina de café igual a minha, escolhi a cápsula e coloquei também bastante espuma. Peguei meu café e quando me virei, acabei dando de cara com Elizabeth, todo o café entornou nela.
A mulher arregalou os olhos pra mim, parecendo que acabou de me nascer chifres e um terceiro olho.
Como eu posso ser tão azarada? Meu Pai!!
Respirei fundo me preparando para o chilique que a perua daria em seguida.
— SUA INÚTIL, SABE QUANTO CUSTA ESSA ROUPA? AHH CLARO QUE NÃO SABE, JÁ QUE NÃO PASSA DE UMA SECRETÁRIA MORTA DE FOME E INCOMPETENTE! SUA POBRETONA, VAGABUN...
Logo ela é interrompida por uma voz grossa e potente, que ressoa por todo o ambiente e eu me assusto.
— CHEGA, ELIZABETH!
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Atualizado até capítulo 39
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