Eleanor Beckham voltou para sua casa e fechou a porta com firmeza, embora as paredes aqui fossem realmente desconfortáveis. Apenas se usava papel fino como divisor entre os cômodos, com uma porta de madeira de correr e uma trave de madeira como fechadura.
Depois de se certificar de que tudo estava fechado, Eleanor olhou suas roupas antigas dentro do armário. Havia algumas peças velhas e simples, algumas de suas cores haviam desbotado. Eleanor as vestiu. Em seguida, ela pegou outras roupas e as rasgou para usar como véu, as pessoas costumavam chamá-la de Ela Salazar quando era criança por causa de seu rosto bonito. Portanto, ela usaria esse nome aqui como outra identidade. Eleanor Salazar considerou isso uma aventura emocionante.
— Pode-se dizer que meu sonho de entrar em uma história se tornou realidade, embora não como meu sonho de me tornar a protagonista — murmurou Eleanor.
Ela abriu a janela e pulou de lá, quando saltou, percebeu que era o quintal lá fora. Eleanor fechou a janela e saiu sorrateiramente, temendo que alguém percebesse sua partida. Ela levava consigo suas economias, que não eram poucas, já que ela era uma pessoa rica. Como poderia a filha de uma nobre antiga, Eleanor Beckham, ficar sem dinheiro? Os tais de ouro realmente não significavam muito para ela, e muitos esperavam em frente à sua casa para conseguir comida de graça.
Eleanor Beckham entrou na loja de roupas e trocou sua vestimenta por roupas de mulher com o cabelo preso em um rabo de cavalo e um véu negro. Ela usava roupas completamente pretas, que não chamavam a atenção, já que muitas pessoas se vestiam da mesma maneira na rua.
Por que a maioria das pessoas comuns usava a cor preta? Ela sabia a razão quando a direção disso se aproximava dela, se tivessem que lidar com tinta. Era difícil evitar manchas de tinta, se de fato usassem cores brilhantes, certamente manchariam suas roupas, especialmente para pessoas comuns como elas, que não tinham muitas peças, só podiam usar a cor preta.
Eleanor sentou-se em um restaurante e comeu tranquilamente, esse véu que ela usava era um tipo único.
Era preso com bambu, parecia uma cortina que cobria seu rosto, mas ainda assim ela podia comer tranquilamente sem ser incomodada.
Ela comia seriamente e desfrutava da comida ali, era realmente deliciosa e não muito gordurosa. Era diferente da comida que costumava comer em sua vida diária quando ainda era Eleanor Salazar, na maioria das vezes ela comia comida ocidental. Mas depois de experimentar a comida típica desse lugar, ela se sentia realmente refrescada e satisfazia seu paladar.
Ela terminou dois pratos e pagou, mas quando ia pagar, encontrou um homem olhando fixamente para ela. Eles não tiveram uma interação direta, apenas fizeram contato visual por alguns segundos. Antes de desviar o olhar, ela sentiu como um choque elétrico. Eleanor rapidamente abaixou a cabeça e saiu dali, esse homem tinha uma forte presença dominante, quase como alguém que havia matado muitas pessoas.
— Senhorita, seu troco! — Gritou o dono do local, mas Eleanor o ignorou.
Se ela lembrava corretamente a história que havia lido, Eleanor Beckham deveria ter cerca de 16 anos, enquanto Eric Freud teria 17 anos em três meses. Sua magnífica festa de amadurecimento seria celebrada e, nesse momento, Eric Freud encontraria Ivy Amery. Eric Freud havia prometido dançar com Eleanor Beckham, mas devido ao seu encontro com Ivy Amery, isso não aconteceu.
É claro que, para alguém como Eleanor Beckham, ela certamente não iria querer perder o que já era seu. Não é de se estranhar que ela até tenha sido capaz de difamar e envenenar Ivy Amery no final, mas no fim das contas, foi uma ação impulsiva, sem planejamento algum, igual a se entregar diretamente à forca.
Existe um lugar que atrai a todos na Capital, esse lugar é onde as pessoas podem pintar e vender suas pinturas. Esse lugar está sempre cheio de pessoas, tanto de manhã, tarde e noite. As pessoas só precisam pagar o aluguel por cada espaço que ocupam.
Eleanor pretende alugar por uma hora e fazer um desenho simples. Esse lugar se chama Pavilhão de Arte.
As ideias das pessoas fluem como água e a imaginação dos pintores flutua como nuvens livres no céu. Quando Eleanor chega lá, já há muitas obras de arte expostas lindamente e cheias de elegância. Há apenas algumas que são menos realistas e são feitas de maneira simples, mas ainda assim conseguem transmitir seu significado de maneira efetiva.
— Desejo alugar por uma hora — disse Eleanor.
— É claro, senhorita, por favor escreva seu nome aqui — disse o servidor entregando um livro.
Eleanor escreve seu nome, é claro que não é seu nome real, mas sim o nome de Ela Salazar.
— Senhorita Salazar, vou levá-la — disse o servidor.
Eleanor Beckham assentiu e deixou seu dinheiro ali, então seguiu o servidor em direção à sua sala.
Aqui existem dezenas de salas privadas e todas estão quase sempre cheias, as pessoas têm ideias em momentos diferentes, então o Pavilhão de arte nunca estará vazio. Eleanor senta-se em frente à tela diante dela e fecha os olhos tranquilamente. Todos dizem que as pessoas têm dois lados na vida delas.
Então, ela formará dois lados reais, dois personagens diferentes, um é Eleanor Beckham alegre e o outro é Ela Salazar cheia de consideração. Eleanor pinta calmamente, em águas tranquilas há uma esperança em forma de lanterna de lótus flutuando como a única luz na água e no céu escuro sem lua.
Isso parece realmente realista, até o ponto em que poderia ser considerado quase real. Eleanor Beckham escreve seu nome no canto inferior e sua hora terminou por acaso.
— Senhorita, seu tempo acabou. Você acabou de terminar seu desenho? — perguntou o servidor surpreso.
Em apenas uma hora, essa garota conseguiu criar uma pintura tão bonita?
— Posso vender minhas pinturas aqui? — pergunta Eleanor.
— Cada pintura pode ser vendida e será categorizada, se tiver sorte, poderá entrar em um leilão que acontece toda semana. Por favor, siga-me, senhorita — disse o servidor.
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Atualizado até capítulo 20
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