Capítulo Quatro

Lara

Passo a noite em claro só imaginando o sofrimento daquelas crianças, o olhar triste e desesperado daquele menino não sai da minha mente

Que espécie de monstro é capaz de fazer isso com uma criança inocente?

Me forço para fora da cama com a cabeça latejando , troco de roupa colocando uma calça e blusa de moletom está muito frio e preciso estar pronta para encarar o inverno da Rússia

Pego as pastas e coloco dentro de uma bolsa, assim que tiver a oportunidade levo essas provas para a polícia aproveito também para pegar meu celular, tentarei gravar a conversa com Drakon e Lucca caso eles digam algo suspeito posso apresentar como prova , desço as escadas observando se há alguém e escondo a bolsa atrás da estante de livros que fica na sala

Depois sigo para a cozinha

Pelo jeito levantei antes que todo mundo, olho no relógio são sete da manhã, pego na geladeira leite, farinha e alguns ovos vou fazer para o café da manhã, depois de preparar a massa me viro para colocar a frigideira no fogão e acabo batendo a cara em algo dou dois passos para trás por causa do impacto

Ergo meus olhos e vejo Drakon a montanha de músculos me encara com uma expressão indecifrável, seus cabelos estão molhados ele usa uma calça e camisa social pretas e por cima um sobretudo da mesma cor

Esse homem só usa preto , por acaso é um vampiro?

O pior é que essa cor parece realçar mais ainda a sua beleza

Fico o observando hipnotizada

Mas que inferno como pode existir alguém assim?

Drakon franze o cenho e passa por mim, só então volto a razão

Droga eu deveria estar o olhando com cara de idiota

- O que você está fazendo aqui? - pergunto recobrando a consciência

- Esqueceu que também estou na casa? - pergunta abrindo o armário e pegando um copo

- Não foi isso que quis dizer , quero saber o que está fazendo essas horas na cozinha

Mas que pergunta idiota é óbvio que ele desceu para o café , repreende minha consciência

Ele ergue uma sombrancelha se virando para mim

- Não estava no contrato que eu deveria pedir permissão para andar pela casa, além disso Sr Boris disse que eu podia ficar a vontade então acredito que não te devo satisfação - diz enchendo um copo de água

- Você está na minha casa então deve sim satisfação - cruzo os braços enquanto o ogro puxa uma cadeira e se senta na mesa

Meu Deus deixe de ser infantil Lara , novamente minha consciência diz

- Até onde sei está é a casa de seu pai e como já disse antes ele pediu para que eu ficasse a vontade - fala tirando o celular do bolso e voltando a me ignorar

Bufo e começo a fazer as panquecas um silêncio recai sobre a cozinha e quase me esqueço que Drakon também está nela, depois de tudo pronto coloco as panquecas na mesa , coloco também mel , geleia e algumas frutas

Então lembro-me de Lucca, será que ele ainda está dormindo?

Descido ir até seu quarto para chama-lo, bato na porta mas ninguém responde

Será que ele está bem?

Lucca nunca foi de dormir até tarde, para falar a verdade ele sempre acordou primeiro que todo mundo

Giro a maçaneta da porta e encontro o quarto vazio, a cama está arrumada e algumas peças de roupas de Lucca ainda estão em cima da cômoda mas não vejo suas malas

Onde ele foi?

Volto para a cozinha, Drakon continua concentrado em seu celular e nem sequer tocou na comida

- Você viu Lucca? não o encontrei no quarto

- Seu pai ligou mais cedo e pediu que ele fosse o encontrar com urgência

- Aconteceu alguma coisa?

- Ele não disse nada

Fico preocupada e então a descoberta de ontem volta a minha mente, será que meu pai descobriu que eu estive em seu escritório e chamou Lucca para conversar sobre isso ?

Não reparei se haviam câmeras naquele local, começo a me sentir tensa olho para Drakon que continua no celular agindo como se eu não estivesse o observando

Preciso descobrir o quanto ele está envolvido com o meu pai ou se sabe que eu estive no escritório, talvez até consiga tirar alguma informação dele por mais que acredite que seja difícil Drakon parece ser um homem muito inteligente

Sento-me em sua frente na mesa pegando uma panqueca

Disfarçadamente ligo o gravador do meu celular

- Sei que você não gosta muito de conversar, mas se vamos ficar juntos nessa casa é bom que pelo menos nós conheçamos um pouco não?

Drakon me olha sério pela sua cara ele não está nem um pouco a fim de conversar

Que cara chato

Ignoro seu olhar feio e continuo

- A quanto tempo você trabalha como segurança?

Ele suspira vendo que não irei desistir

- Dez anos

- Uau é bastante tempo, meu pai parece confiar muito em você se conhecem a muito tempo?

- Alguns anos - tento fazer outras perguntas mas Drakon não responde nada além de algumas sílabas

Vejo que não conseguirei tirar dele nenhuma informação, já que Lucca não está aqui é melhor partir para o segundo plano

Desligo o gravador

- Tem suco de laranja na geladeira você quer?

Ele nega me levanto e pego a jarra de suco na geladeira, quando estou passando por Drakon fingo tropeçar e derrubo suco nele, que pula da cadeia se assustando e xingando baixinho

- Meu Deus me desculpe

Ele me olha como se quisesse arrancar minha cabeça

- Sinto muito deixe-me secar isso - digo pegando um pano de prato e me aproximando mas ele me para

- Deixe vou trocar de roupa - diz saindo

Funcionou comemoro baixinho ,corro para a sala e pego a bolsa onde havia deixado

Preciso ser rápida e levar logo essas provas para a polícia antes que ele volte

Vou apressada até a porta, e dessa vez acabo tropeço de verdade quando acho que vou cair de cara no chão alguém me segura

Olho para a mão tatuada em minha cintura

Droga

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