"Capítulo dois"

—Você é nova por aqui—falou a figurinista, me olhando como se eu estivesse mal vestida.

—Sim, fui contratada apenas para ser uma dublê—eu falo em seguida me aproximo dos carros.

Observo pelo retrovisor do carro, dois homens se aproximando de mim, nem fingem estar olhando para meu corpo, um deles toca na minha cintura e na mesma hora o faço cair no chão dando uma rasteira e então digo:

—Cuidado senhor, precisa prestar mais atenção quando estiver andando, sei que segurou na minha cintura para conseguir não sofrer o impacto da queda, mas acontece que ninguém toca em mim sem que eu queira.

—Vejo que essa não só é boa como dublê, ela dava para ser atriz sem sombra de dúvidas, fez com que você pensasse que já estava prestes a cair, mas afinal foi ela quem o derrubou—O diretor falou, enquanto me encarava, mal sabia ele que a única coisa velha que eu deixava tocar em mim era o banco dos carros clássicos.

Olho para o assistente do diretor que tocou na minha cintura, ele parecia envergonhado, as pessoas que estavam em volta, notaram que ele havia caído, em seguida lanço um sorriso para o diretor e digo:

—Senhor, não estou em cena, como eu poderia ter derrubado esse homem que já estava prestes a cair, talvez pelo fato da pista estar molhada e ele estar distraído, foi o que o levou a queda, mas sou uma mulher, como que derrubaria um homem desse tamanho, as pessoas podem até rirem dele se souberem que eu o derrubei, como ficará a reputação dele?

O diretor era um homem inteligente, mas o assistente não queria que as mulheres do set de filmagens o visse como um homem fraco, então logo ouço a voz do idiota que tocou na minha cintura dizendo:

—Senhor, ela tem razão, a pista está escorregadia, é preciso tomar cuidado para que ninguém caia.

O diretor olha surpreso para mim, mas não toca mais nesse assunto, apenas pede que eu esteja preparada para a cena com o ator principal, até que esse trabalho não está nada difícil, irei dirigir um carro de corrida, claro que a atriz para quem eu faço as cenas de risco irá vencer a corrida, isso será como tirar doce de criança, ou melhor dizendo, bala de ator.

Willian chega ao set, várias fãs dele já estavam no local e gritam em alvoroço, ele era um homem muito sexy e seus papéis em filmes era de deixar as mulheres loucas, um ator de filmes de ação que despertava nas fãs grandes desejos.

—Eu só vou fazer essa cena e depois estou livre?—perguntei ao meu assistente.

—Sim, senhor Willian, assim que acabar essa cena o senhor está livre, quer que eu mande uma massagista daquele local para o hotel?—ele me perguntou, achando que eu gostava das putas que ele enviava para o hotel que eu costumo fingir que fico após as filmagens noturnas.

—Não, eu não preciso de ninguém essa noite—Falo enquanto olho ao longe para uma mulher que nunca tinha visto no set, com certeza ela era nova no local, a roupa que ela usava, delineava o corpo dela que é um pecado para mim, se essa mulher cai na minha cama, eu faço um estrago no seu corpo.

Ela nota que eu estou a comendo com os olhos e continua com seu olhar fatal sem receio, eu continuo a encarando, não estou me importando se ela sabe que estou a encarando como se fosse tê-la, pois isso é certo, ela será minha essa noite.

Continua...

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