04

'Eu fui tão burra. Acreditei facilmente no joguinho do Juan. Não desconfiei pelo fato dele saber exatamente onde eu estava aquela noite. Mas agora tudo parece fazer sentido. Errar uma vez é humano, permanecer no erro é burrice.'—Pensou Lia, perdida nos próprios pensamentos.—"Ele brincou comigo, com minha ingenuidade e com meus sentimentos. Não se importou em brincar comigo, me iludir e ainda me trair com a pessoa que eu achava ser minha melhor amiga."

Enquanto isso, o quarto homem se encontra encostado no muro. Com uma das pernas flexionadas para atrás e o pé apoiado na parede, enquanto os braços estão cruzados e os olhos vidrados na mulher desolada, perdida em pensamentos.

'Ela, uma menina tão jovem, mas com uma aura e aparência tão triste pra alguém da sua idade. O que levaria alguém a ficar tão triste assim? Os tantos problemas que começam a surgir ainda no início da juventude?'—Pensou o quarto homem, enquanto observava Lia.

—Lia, você está bem?—Juan surge no beco correndo, parecendo buscar por fôlego.—Lia!

Ele corre até Lia, que não expressa nada. Ela não quer mostrar nada pra ele.

—Lia, você está bem? Não tenha medo de nada. Eu vou...—Olha sobre os ombros da garota e fica embasbacado com a visão que tem.—Te...proteger...?

Juan se pergunta como aquilo poderia ter acontecido. O plano dele não era pra ser assim. Não foi isso que combinou com os três homens e com Valentina.

—Impressionante! Você é muito, mas muito bom mesmo em fingir Juan. Te aconselho a seguir carreira como ator. Se sairia muito bem. Uma opinião super sincera.

Juan não consegue entender as palavras que saem da boca de Lia.

—Você pediu a esses bandos de vagabundos desocupados, para me atacar, enquanto eu estava vulnerável sob efeitos de drogas, que você mesmo me fez beber sem que eu percebesse. Tudo isso pra você fingir que iria me salvar.—Ela diz, olhando nos olhos de Juan, que parece desesperado.—Então você vai aproveitar esta magnífica oportunidade para me levar pra cama.

Arrastando a faca, ela mostra pra ele a lâmina suja de sangue.

—Lia, do que você está falando? Não estou entendendo nada. Como poderia pensar que eu faria um coisas dessas com você? Deve ter escutado essa barbaridade pior aí.—Juan está nervoso, suando e com medo da mulher que foi capaz de esfaquear um homem bem maior e mais forte que ela.—Não dê ouvidos para essas bobagens que ouve por aí. Tenha calma por favor.

—Eu estou muito calma.—Ela diz e dá um sorriso. Mas no segundo seguinte, num ato rápido, lhe enfia a faca também na altura do peito. Fazendo o homem gritar e o local começar a sangrar.—Calma o suficiente pra ver você morrer, miserável.

—Ah Lia!—Juan tropeça e cai no chão, perdendo sangue.—Você ficou louca? Como pode me agredir assim? Não está vendo que me machucou?

—Quem é a louca aqui?—Lia grita, segurando a faca ainda mais suja com o sangue. E com os saltos altos, pisa próximo ao local da ferida.—Pensou que ninguém saberia o que você foi capaz de fazer comigo? A dor que deve está sentindo agora não se compara com a dor que você me causou Juan. Não há comparação.

—Lia, se acalma por favor... vamos conversar pacificamente... você sabe que eu te amo.—Tenta argumentar.— Estava planejando te propor uma noite de amor. Mas o que aconteceu com você Lia? Foi capaz de me dá uma facada.

—Se acalme Juan. Isso vai acabar com o ódio que há entre nós dois. —Ergue a faca, a segurando com as duas mãos, para total desespero do homem, que continua a perder sangue.—Um de nós tem que morrer. E esse alguém será você.

—Lia, não pode fazer isso comigo. Você se tornaria uma assassina, isso é crime Lia. Por favor.—O homem que parecia ser valente, faz xixi nas calças, morrendo de medo de correr a facadas.—Me deixa ir Lia, por favor.

—Você me matou Juan, e agora vai me pagar com a sua vida.—Percebe que o homem continua fazendo xixi nas calças.—Matou o meu coração, a minha alma. Tirou o que eu mais amava. Um pedaço de mim.

Com sangue nos olhos e com muita raiva, Lia ia abaixar a faca com força, na direção do peito do homem. Mas antes que conclua o ato, o quarto homem que havia aparecido anteriormente, segura em seu braço.

—Não vale a pena trocar a sua vida pela dele.—Fala ele, atrás dela.—Não faça isso. Por mais que ele tenha te feito sofrer, matá-lo não será a melhor alternativa.

—Me solte agora. Ele me deve duas vidas. DUAS!—Grita e tenta puxar a mão, mas não consegue soltar.—Não venha falar que não é a melhor alternativa. Não sabe o que eu passei, a dor que ele me fez passar.

—Você acha que a morte é a melhor vingança?—Faz uma pergunta retórica.—Pois não é.

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Comments

Narah Freire

Narah Freire

eu sinto que já li esse livro, acho que era um manga..👀

2023-04-19

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