E era Natal!
Novamente, aquela época tinha chegado e com ela um misto de emoções controversas tornando o difícil pior. Era impossível não me sentir nostálgica e deprimida pela falta de meus entes queridos, agora, todos mortos, embora houvesse um sininho em minha vida, que me fazia querer sorrir e viver plenamente.
Minha Violet.
Ela era a luz dos meus olhos, por quem eu lutava a cada dia e dava meu melhor para lhe proporcionar uma vida feliz, tranquila e saudável. Era ela quem impulsionava minhas forças diariamente, apesar dos pesares.
Violet era minha força.
Uma parte minha e do homem, que hoje eu amava.
Expulsei meus pensamentos, ciente para onde eles me levariam.
Não era hora de choro, senão de alegria. Pelo menos, na teoria.
Peguei minha bolsa, e depois encontrei pai e filha acomodados dentro da Range Rover adquirida logo após o nascimento da nossa menina.
Como acontecera desde que vim viver em Calabasas, na Califórnia, com os Bryant há quase seis anos, quando minha tia Lurdes ainda era viva, a véspera do Natal era uma data comemorada na casa do Sr. e Sra. Bryant, com alguns poucos parentes (os demais chegariam amanhã), apesar de não ser costumeiro das famílias americanas comemorarem a véspera. Eu sabia que dona Cora adicionou essa pequena celebração no itinerário de Dezembro da família por minha causa, sendo a primeira logo que cheguei – um mês depois da morte de meus pais. Foi apenas uma reunião tímida. Na seguinte, ganhou mais animação, embora houvesse um buraco enorme no meu peito por haver perdido tia Lurdes também. Então, as vésperas natalinas tornaram-se uma tradição, por assim dizer. Uma reunião de confraternização muita acalorada e cheia de quitutes próprios desta data. Era um esquenta para o dia 25, como Ariel costumava dizer.
Morávamos a sete quadras dos meus sogros. O que não fez do silêncio no carro, cortado apenas pelas palavras falhas de Violet, um incômodo constrangedor e maçante. Dona Cora havia escolhido a casa pela proximidade, com o aval de Ty, que pedira para que ela e seu pai fizessem a compra. Eu não achei ruim e concordei, afinal de contas, era dinheiro dele e não achava mal têlos por perto, uma vez que era mãe de primeira viagem. Dona Cora tinha sido uma mão na roda na época de adaptação e ainda era, além do mais, a casa era linda e espaçosa para uma criança tão sapeca como Violet. A localização protegida de curiosos nos dava total privacidade. O que era primordial.
Assim que chegamos, dona Cora foi nos atender na porta, com um belo vestido midi florido. Música pop estava tocando ao fundo.
Ariel e Hannah, claro!
— Ah, vocês finalmente chegaram! — Seus braços se enrolaram em nós
três então, ela me olhou de cima abaixo. — Está linda, Gabriela, como sempre.
— Obrigada — sorri pelo elogio, meu ego dando um gritinho de satisfação, com direito a bochechas vermelhas e tudo mais.
— Oi, mãe.
— Oi, filho. Você também está muito bonito. — Ela me olhou, novamente. — Dê-me esta bonequinha da vovó aqui, — disse, pegando Violet de meus braços, que foi alegremente para os seus com um sonoro "vovó". — Oi, amor..., mas como esta garotinha está cada dia mais bonita. Que vestido lindo!
Vovó adorou!
Meus lábios curvaram.
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Rosailda Muniz
heeeitaaaa o que um tapa não causa hemmm
2023-04-17
4
Jess._.Morais
Quer fazer o boy gamar? Demonstre desinteresse 🤣🤣🤣
2023-04-05
0
Estéfane Ribeiro
calma logo você vai descobrir
2023-04-04
0