Capitulo 5

Dakota

No dia seguinte sou obrigada a sair com a minha mãe, compramos algumas coisas que ela achava que faltava para o casamento. Estou muito desanimada da vida. Minha mãe está falando que nem gralha na minha orelha, tentando me reensinar a como tratar o meu marido.

_Trate sempre seu marido com cordialidade, e muito amor, homem gosta que a mulher sirva seu prato de comida, eles se sentem amados, se ele te pedir uma xícara de café leve com um sorriso no rosto.

Às vezes eles não gostam que as empregadas da casa sirvam eles.

Minha mãe tá é ficando maluca que eu vou ficar mimando um homem barbado, isso jamais, quem vai ter que me servir é ele, pois já vou ter que aturar, ele todas as noites na minha cama dormindo a meu lado, isso se eu não dormir no chão ou no sofá.  Pensando bem, ele quem vai dormir no chão 

Eu não vou ser aquela que o homem pede as coisas vai pegar como um cachorrinho que corre atrás de uma bolinha e um graveto que jogamos para eles e eles trazem de volta.

Ele tem mão ele que pegue, já vou estar fazendo muito de me casar com ele. 

_Filha está muito quieta, você é sempre tão falante.

_Não tem como ser falante, mãe, a senhora e meu pai com todo o respeito, estão me jogando no matadouro.

_Filha, que horror não fale dessa forma. A tradição da família começou bem antes de mim e você nascermos. Quando os Borba Gato chegaram a Campinas.

_Eu sei, mamãe, eles chegaram aqui em Campinas e blá, blá, blá, blá, blá. 

_A tradição é muito bonita, filha, se casar pura, pertencer a seu marido.

Minha mãe não tem noção das coisas que está me dizendo. Só ela vê magia em se casar com quem nunca viu na vida e ainda ser usada na, primeira noite, pois isso para mim é ser usada.

E se eu chegar a me casar não vou deixar que ele me toque.

_Mãe, me desculpe, mas só a senhora acha bonito se casar com quem nunca viu na vida, e ainda pertencer há ele na noite de núpcias. 

Minha mãe perde a paciência comigo, eu percebo em seu olhar que está me fuzilando, ela fez uma cara de bosta que deu a impressão para mim que ela era a caca toda. Bufando que nem um touro prestes a atacar o toureiro e arremessá-lo pelos ares, ela bufa mais fundo e me diz:

_E o que você prefere Dakota? Conhecer um rapaz, se apaixonar, namorar um mês até que ele te peça uma prova de amor, você se entrega, ele te engravida e depois te dê um pé na bunda e você fica destituída de tudo com um filho nos braços?

_É mãe, talvez eu queira isso, alguém que eu ame que me tome com amor e leve embora essa maldita virgindade que você tanto preza, e o filho é consequência. 

Não sei donde veio o tapa, só sei que pegou em cheio meu rosto.

_Você me respeita sua mal agradecida que eu sou a sua mãe. 

Foi humilhante demais, as pessoas pararam para olhar para mim e minha mãe. Eu corri para o carro para chorar, a merda da porta está travada e não contive as lágrimas, chorei na rua mesmo.

Minha mãe pisando firme destrava o porta malas, joga de qualquer jeito as sacolas dentro dele, pega as sacolas que estão em minhas mãos, joga de qualquer jeito e bate o porta-malas para fechá-lo.

Ela abre uma das portas do passageiro me empurra para dentro, bate com muita a raiva, a porta assume o volante, fecha a porta do motorista batendo também e sai em alta velocidade e cantando os pneus.

_Dakota, quando chegarmos em casa a gente conversa.

Quando minha mãe disse isso, eu percebi que tinha acordado um leão adormecido, e que quando chegarmos em casa o bicho vai pegar.

Chegamos a casa, ela estaciona, desce do carro, abre a porta do passageiro e me puxa pelo braço.

Furiosa ainda, minha mãe abre o portão me empurra para dentro, fecha o portão. 

Me puxando pelo braço, não adianta protestar, eu dizia que ela estava me machucando e ela me mandou calar a boca, para não chamar a atenção dos empregados. 

Eu entro sendo arrastada em silêncio

Chegamos ao meu quarto, ela trancou a porta e disse:

_Dakota, você me desrespeitou, o que você prefere que eu de uns tapas em você ou prefere que eu espere seu pai chegar e você acerta com ele?

Não meu pai, não ele vem com a cinta, eu nunca apanhei dele, ele só me ameaçava quando eu era criança, mas nunca bateu em mim. Mas hoje eu passei dos limites e ele ia me bater com certeza.

_Prefiro você mamãe. 

Quando ouviu isso, a minha mãe me deu vários tapas no rosto.

Me senti humilhada e um lixo.

_Dakota, você deu sorte que eu não sou ginecologista, sou nutricionista por que se eu fosse ginecologista eu ia te examinar para ver se você e virgem ainda. O que você me falou na rua me diz o oposto.

Eu acordei um leão adormecido, minha mãe estava furiosa comigo. 

Ela se aproxima de mim e quando penso que é para bater mais ela vem e aponta o dedo na minha cara:

_Dakota, você vai se casar e ponto final, entendeu? ENTENDEU?

Balanço a cabeça que sim e minha mãe sai do quarto. Chorando eu resolvo:

_Para mim essa foi a gota eu vou fugir essa noite mesmo.

Resolvo fugir, não vou aturar dedo na cara devido a uma maldita tradição 

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