Os meninos voltaram hoje da viagem, ainda não vi nenhum deles.
Pedro chegou e foi direto para o quarto, só pude ouvir a porta batendo, e dei uma olhada, ele dormia profundamente. Preferi não incomodar.
Nesse mês, Tyler e eu nos falávamos todos os dias por sms, DM, qualquer coisa. A fama deles estava no auge, a ponto de ter fãs enlouquecidas na porta dos shows. Tweets apaixonados e FC.
Na última vez que falei com Tyler, ele me disse que tinha algo para me contar, mas não podia ser por sms ou pelas redes sociais.
Fiquei assustada, não sei. Sabe aqueles pressentimentos ruins? Evitei pensar nisso, segunda já nos veríamos na escola e estaria tudo certo ( hoje era sábado, ok?).
Tentei por várias vezes imaginar um jeito de contar para todo mundo sobre nós, e todas as vezes que sonhei com isso, terminou com um despertar assustado.
Me arrumei para sair com as garotas, nos íamos a uma balada.
Para ser sincera, eu não queria ir. Mas Soph descobriu que Rayana estaria lá, e eu queria saber de toda essa historia, Pedro estava sofrendo e eu não deixaria meu irmão sofrer.
Claro que Pedro nem sonhava com isso, Era um local estranho, com pessoas estranhas. Varri com o olhar e a encontrei perto do bar, sozinha.
Íris e Mari foram para a pista e eu em direção a ex-namorada chata do meu irmão.
- Giselle?
Ela me olhou assustada.
- Oi Ray!
Lancei o melhor sorriso gentil que consegui. Para ser sincera, eu gostava da Ray.
Eu gostava de implicar com ela, eu estava mesmo querendo que ela se acertasse com meu irmão, até porque, eu não gosto nada dessas eventuais visitas da Mari a nossa casa.
-Eer.. tudo bem?
- Tudo.
Ela bebeu o drink.
-E com você? Eu soube que a banda tá fazendo sucesso. Parabéns.
- Os meninos merecem!
Sorri sincera e orgulhosa.
-E eu estou bem, assim!
- Que bom.
- Ray, eu sinto muito!
- Tarde demais para sentir alguma coisa, Giselle.
- Eu não sabia...
- Não interessa, Borges! Não tem mais o porque.
Disso aqui, não tem mais nada.
Ela estava fria, magoada.
-Para com isso, Rayana.
Eu disse.
- O Pedro está sofrendo...
- Isso é problema dele.
Dito isto, ela saiu. Fiquei lá parada, ouvindo a musica alta, até que senti uma mão em meu ombro.
- Gi?
Um loiro alto, com feições cansadas, olhos vermelhos, mas um sorriso sincero me chamou.
- Felipe.
Sorri e o abracei.
-Como estão as coisas?
- Já conseguimos, lá fora.
Uma morena alta e magra passou por nós falando com Felipe e me ignorando, ele me olhou com uma cara culpada...
- Desculpa, mas eu tenho que ir.
Ee falou nervoso.
- Ok, tudo bem.
-Dei lhe um beijo na bochecha.
-Foi bom te ver!
Ele sorriu e saiu. Eu estava feliz vem vê-lo, apesar de seu estado de decadência.
Fui para perto das meninas, até que senti meu celular vibrar.
Nova mensagem: Tyler
Tá em casa? Estou com saudades de você pequena ;/ te amo, bjs seu, Tyler!
Sorri, cada vez que lia o nome dele, eu sorria.
Cada vez que pensava nele, eu tremia, perdia qualquer sentido, qualquer pensamento fugia, eu só queria ele.
Não ;/ também to com saudade amor ;s beijoos, sua Giselle.
- Vou indo, meus bebês.
Disse para as meninas que fizeram bico.
- Fica, Giselle!
Íris disse. Meu celular vibrou.
Onde você ta? Bjs Tyler
Senti um pingo de ciúmes... mas...
Com a Mari e a Íris.
Ele respondeu rápido
Dá um jeitinho de sair daí... e eu te ligo, to com saudade ;x
Coisa fofa! Eu daria um jeito de sair, mas não me contentaria só com uma ligação.
Estou numa balada ;/
Eu senti que tinha que avisa-lo, grande erro!
COMO ASSIM? SÓ COM AS MENINAS? QUE BALADA?
- Quem é Gi?
Mari curiosa tentou olhar meu celular.
- Oi Linda.
Um cara chegou atrás da Mari, aproveitei e respondi
Só com elas, calma. Você tá em casa?
Mari discutia com o homem e Íris estava alheia dançando.
Sim
Eu sabia que ele estava bravo, mas logo eu resolveria isso.
Saí sem que as meninas notassem e peguei um taxi até a casa de Tyler.
Eu podia bater na porta, tocar a campainha, mas perderia completamente a graça, então, como eu sabia a janela subi pelo pedestal de flores até o segundo andar.
Pelo vidro dava para ver a silhueta deitada na cama, respirei fundo e pulei a janela com o barulho Tylrr se assustou e levantou da cama.
- Giselle?
Um misto de satisfação e surpresa dominava seu rosto, ele me ajudou a terminar de entrar e ficou me fitando, eu sentia uma coisa estranha, uma felicidade pura, contornei seus lábios com os dedos e beijei seu queixo.
- Você é maluca, sabia?
Ele abraçou minha cintura e beijou meu ombro.
-Muito maluca!
Sorri, primeiro porque ele me chamou de maluca, e segundo porque senti cócegas com o beijo em meu pescoço.
- Cócegas?
Ele me olhou maroto.
- Não, Tyler.
Me afastei.
-Nem pensar!
Tarde demais, ele já estava beijando meu pescoço, me arrepiando.
-Nem pensar.
Ele colocou as mãos na minha barriga, e eu tive um ataque de risos com a cócegas ali
. – Paa...paa..para...
Tentei formar frases, mas era difícil. Ele parou respirou fundo e me pegou no colo, me deitando na cama, mostrei a língua para ele.
— CHATO!
Gritei e ele riu, comecei a levantar, com a intenção de sair, mas ele prendeu meus braços.
- Não, não...
Ele sorriu de canto, aquele sorriso.
-Hoje você é minha!
Beijou o meu queixo, pescoço, busto.
- Mas...
Tentei falar e ele mordeu meu lábio.
- Ninguém mandou vir até aqui!
Passou a da minha cintura até minha coxa, e a apertou.
-Agora vou aproveitar sua ilustre presença, Borges!
- Vai abusar de uma menina indefesa?
Fiz carinha de anjo e puxei minhas mãos para mostrar que estava presa.
- Eu posso te soltar!
Ele disse ainda com o sorriso no rosto.
-Duvido que vá querer fugir!
Ele soltou-me e eu logo coloquei minhas mãos envolta de seu pescoço.
- Não vou mesmo!
Sorri e o beijei.
🎶
Acordei com o sol no rosto, uma forte sensação de proteção, sabe? Senti um par de braços fortes me segurando, braços que me passavam essa segurança, os braços de Tyler, eu sentia o toque de seus dedos brincando com minha cintura, coloquei minha mão sobre a sua, e não vi, mas pude sentir ele sorrir.
-Eu quero enfrentar tudo com você pequena.
Ee me disse carinhoso.
- Nós vamos passar isso juntos, não importa o que for.
Eu disse me virando.
- Bom dia linda.
Ele sorriu.
- Bom dia delicia.
Eu disse me aninhando mais em meu peito.
- Cara, como você consegue? Ser tão perfeita assim, até quando acorda.
Ele afagou meus cabelos.
-As meninas morrem de inveja de você.
Eu ri.
- Elas realmente morrem de inveja de mim, mas não por isso.
Me afastei para olha-lo.
-Elas morrem de inveja de mim, por eu estar aqui com você.
Dei um peteleco em seu nariz e ele riu.
Quando fui me ajeitar olhei o relógio de cabeceira 13:30.
- HÁ MEU DEUS!
Eu disse me levantando e pegando minhas coisas.
Tyler me olhava assustado.
– Olha a hora.
Ele olhou e ficou ainda sem entender.
-Eu não avisei ninguém que ia sair!
Eu disse e ele bufou.
- Liga pro Pedro e fala que ta com a Íris ou a Mari.
- Eu saí ontem sem avisa-las.
Eu disse colocando meu sapato e indo para a janela.
- Saí pela porta, todo mundo deve estar dormindo!
Ele disse pegando minha mão, eu fui em direção a porta do quarto.
– EI, EI!
Ele me puxou e colou nossos lábios, sorri, larguei minha bolsa e o beijei.
Saí da casa e fui caminhando até a minha.
Confesso que não estava com vontade nem trajes de fazer isso.
Tylrr ofereceu para me levar, mas acho que ele merecia um descanso. Subi sem falar com o porteiro, normalmente eu sou educada ok?, e entrei em casa. Pedro e mamãe estavam sentados no sofá, assistindo TV, cena rara aqui em casa.
- Giselle?
Mamãe me chamou.
— Onde você estava menina? Pensei que tivesse acontecido alguma coisa...
- Calma Mãe!
Pedro nem me olhava, mas eu via a fúria em seus olhos.
– Eu não estava muito bem, aí fui dar uma volta.. acabei na praia e fiquei por lá, não vi o tempo passar.
- ATÉ AS 13?
Pedro gritou e mamãe o repreendeu com o olhar.
- Até as 13 sim, eu NÃO vi o tempo passar...
Eu disse simplesmente e fui para meu quarto.
Nova mensagem: Tyler
Já chegou? Qualquer coisa me avisa,. Bjs
Ri e reli a mensagem! Parei com meu ataque e respondi o mais calma.
Já sim! Obg, ta tudo bem, bjs.
Tomei meu banho, passei na cozinha, fiz um sanduiche e fui para o meu quarto comer.
Essa noite foi até melhor que a primeira, se é que isso é possível, Tyler me deixava assim, boba, feliz, sonhadora.
Depois de dormir algumas horas, respondi uma mensagem de Íris uma das 500 da Mari avisando que estava bem para Íris disse que estava com Tyler.
- Oi meu amor!
Mamãe disse quando fui para a sala.
- Oi mãe!
- Está tudo bem?
- Sim!
A olhei, a mesma expressão cansada estava em seu rosto .
— E com você? Porque está em casa?
Ela sorriu e veio até mim.
- Saudade.
Me abraçou e deu um beijo em minha testa.
Eu parei e pensei: Não sei nada sobre a vida dos meus filhos...
- Como assim?
- Ah Giselle, eu to sempre tão dista...
Ela parou e abaixou a cabeça, uma expressão de dor no rosto.
- Mãe? Ta tudo bem?
Ela levou a mão até a minha e a apertou, depois balançou a cabeça em positivo.
- Só enjoada...
Ela falou devagar, ofegante e forçando respiração.
- PEDRO!
Gritei.
– PEDRO!
- Está tudo bem, querida!
Ela tentava falar, sua voz ainda falhava.
- MÃE?
Pedro apareceu na porta da cozinha e correu até nós.
- O que aconteceu?
- Mãe, fala comigo, mãe!
Mamãe desmaiou.
Foram horas de angústia, medo, tristeza, pavor. Foram litros de café, foram abraços acolhedores, foram páginas de um livro passadas em branco.
Já faziam quase 2 horas que estávamos ali, sem nenhuma noticia.
Papai já havia chegado, Sophia, Chad, Mari e Tyler também.
Ninguém falava nada, o silencio engolia a sala branca com azul, pernas batendo freneticamente no chão, passos para lá, passos para cá.
🎶
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Atualizado até capítulo 39
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