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Giselle
- Está tudo bem?
Íris perguntou assim que me sentei
- Claro.
Respondi sorrindo
- Fala o que você aprontou.
Fiz uma cara de desentendida.
-Eu conheço esse seu sorrisinho.
- Tá bom, tá bom!
Levantei aos mãos em sinal de rendição
- Sabe o Thiago do shopping?
- Aquele moreno lindo?
Concordei com a cabeça e Íris mordeu o lábio inferior.
- Vou sair amanha com ele.
Ela quase pulou de alegria, mas de repente seus olhos murcharam.
- O que houve?
Perguntei e ela lançou um olhar de tristeza
- Eu só pensei que ...
Olhei pedindo para ela continuar.
-Nada.
- Íris fala.
Falei um pouco alto.
- É que eu pensei ...
Íris começou mas foi interrompida.
- Algum pensamento para ser dividido com a sala senhorita Monteiro.
O professor nos olhou e Íris corou.
- Não professor.
Voltou a prestar atenção na aula e me ignorar.
- IRIS!
Candice gritou assim que nos viu entrando na lanchonete da escola.
- Candice?
Íris olhou e a garota apoiou aos mãos nos joelhos para respirar.
-Tudo bem?
- Eu...não...sei...
Ela tentava falar e respirar ao mesmo tempo.
- AI MEU DEUS O QUE FOI?
Íris começava a parecer mais desesperada que a própria Candice.
Confesso que a essa altura, tanto eu como Mari já estávamos meio preocupadas
- Não sei que roupa usar no show.
Apenas me retirei de perto, não acredito que perdi 5 minutos da minha brilhante vida para isso. Mel revirou os olhos e me seguiu.
- Porque veio a pé hoje?
Mari perguntou assim que nos sentamos em uma mesa ao fundo.
- Queria ficar sozinha.
Eu precisava desabafar com alguém, e nesse momento, ninguém melhor que a Mari.
- Para pensar?
Concordei e bebi um gole do meu suco de uva.
-Quer dividir?
- Eu fiquei com Tyler.
Mari quase cuspiu o suco que tomava
- Quando?
Ela me olhou assustada.
- Terça, antes de vim para a aula.
Não contei detalhes, e a Mari não precisava saber deles.
-E ontem.
Soltei logo e Mari engoliu o pedaço de pão que estava mastigando.
- Está se sentindo culpada?
Concordei. Era incrível como Mari me entendia.
-Você gostou? Mari me pegou desprevenida, esse era o tipo de pergunta que eu não esperava. Jamais.
📱
Voltei para a casa e subi para o meu quarto, disposta a ignorar novamente Tyler, até ele passar no corredor e sem querer, totalmente sem querer, esbarrar em mim e derrubar seu celular, no visor o nome: Candice brilhava e uns 3 minutos de ligação.
- Amor? Tylerzinhoo.. TYLER ME RESPONDE, VOCÊ ACHA QUE É FÁCIL ASSIM?
📱
A voz fina e irritante falava, Tyler me olhou surpreso e sem reação, eu pensei, pensei e nada passava em minha mente.
Obriguei minhas pernas a seguirem o caminho do meu quarto, mesmo sem olhar pude perceber Tyler parado ainda espantado no mesmo lugar, fechei com cautela a porta do meu quarto, não daria a ele o gostinho de ver seus efeitos sobre mim.
Uma batida na porta, duas batidas, três...
- Giselle, abre por favor.
Tyler falava com uma voz fraca – me deixa explicar
Com calma, abri a porta e encarei Tyler com a mão erguida, pronto para bater novamente na porta.
- Você não tem o que explicar, Tyler!
Tentei dar o sorriso mais convincente do mundo, o que não foi nada fácil.
– Agora, se me da licença.
Disse a fechando a porta, ouvi os passos dele se distanciando e comecei a chorar.
Eu não entendi o que estava acontecendo, pensei em Mari.
Flashback On
- Está se sentindo culpada?
Concordei. Era incrível como Mari me entendia.
-Você gostou?
Mari me pegou desprevenida, esse era o tipo de pergunta que eu não esperava. Jamais.
- Mais do que deveria.
Disse.
-Eu não sei o que to sentindo por ele.
- E por que não se da uma chance de descobrir?
Mari perguntou mexendo com o canudinho em seu suco.
- Por que?
Pensei em mil desculpas, não encontrei nenhuma.
-Porque eu não sei.
- Vai lá.
Ela incentivou-me.
Fala com ele.
Pensei realmente em seguir o conselho da Mari ir falar com o garoto que estava sentado em baixo de uma arvore perto da cantina, junto com seus amigos, um violão repousava sobre seu colo, pensei em seu beijo.
Em como meu corpo atendia a qualquer desejo do dele, como ele mexia comigo, mesmo sem eu saber nada sobre ele.
Pensei nas caras engraçadas que ele fazia quando alguém chegava perto de mim ( ciúmes é sinal de que ele gosta de mim também não é?)
Mas era apenas um sinal.
- Estou saindo com outro.
Soltei como um sussurro e Mari me olhou espantada.
- Com quem?
Ela juntou as sobrancelhas.
- Thiago.
Falei e ela não ligou o nome a pessoa.
– O do shopping.
Ela abriu um sorriso, mas o desfez.
- Você está maluca!
Ela parecia falar sozinha.
-É a única explicação.
Ela parou de falar e respirou fundo.
— Por quê?
- Por que o quê?
- Por que marcou de sair com ele?
- eu não sei, eu pensei que seria melhor deixar tudo isso, eu pensei no Josh, eu pensei na confusão, em pensei que...
Mari fez sinal para que eu ficasse quieta.
- PARA DE PENSAR!
Ela gritou juntando olhares para nós.
-E faz o que seu coração ta mandando, e não vem dizer que não ta escutando, porque até escuto ele dizendo: Tyler, Tyler.
Comecei a rir, rir mesmo, rir de nervoso, rir de felicidade por entender tudo o que estava acontecendo.
Voltei para a casa disposta a falar com ele, mas o medo tomou conta de mim, e resolvi esperar mais um pouco, pensar.
Flashback Off
Nada do que eu havia conversado com a Mari fazia sentido agora.
-Tylerzinhoo.
Falei baixo e indignada.
Sequei as lágrimas e desci para almoçar.
Pedro, eu e Tyler conversamos sobre o show de sábado, mesmo Tyler não parando de me olhar, fingi nem ligar.
Nessa tarde ele tentou falar comigo várias vezes, eu arranjei uma forma de fugir de todas.
Era de noite, umas 23:00 não tenho certeza.
Desci para buscar um copo d’agua e Tyler estava deitado de barriga para cima no sofá, ele parecia em um sono profundo, então com todo o cuidado me aproximei e fiquei o olhando por longos minutos, as linhas perfeitas do rosto, o cabelo molhado, o corpo, depositei um pequeno beijo em seus lábios, e pude sentir ele sorrir, me afastei assustada, mas ele ainda parecia dormir.
Desisti de tudo, subi para meu quarto e enviei uma mensagem para Thiago desmarcando, eu não podia mais participar desse jogo, não quando nele existiam sentimentos, eu sei, essa confusão dentro de mim já ta cansativa e chata, mas eu sei que tudo isso vai mudar, eu vou correr atrás do tempo perdido, eu vou seguir meu coração e dane-se o mundo.
Sexta-feira a tarde, os meninos estavam ensaiando aqui em casa, e eu estava assistindo TV. Dava para ouvir ainda eles tocando, parando para discutir, tocando.
Pareciam um grupo de crianças, comandadas pelo Pedro. Escuto passos na escada, e vejo Joshua descendo, dou um pequeno sorriso.
- Oi.
Ele diz indo para a cozinha
- Oi.
Respondi, abrindo mais meu sorriso
- Tudo bem?
- Tudo e com você?
- Ótimo.
Ele sorriu e subiu carregando garrafas d’gua, era pouco coisa, mas já era um inicio de dialogo sem briga. Meu sorriso só alargou.
A noite os meninos saíram para um barzinho, queriam ficar sozinhos e acertar as coisas antes do show. Quis ficar sozinha em casa e assistir um filme bobo.
Pedro estava com o coração quase saindo pela boca do meu lado.
Estávamos sentados no camarote dos meninos do pub, onde daqui a 15 minutos eles iniciariam o show.
Na verdade, todos estávamos nervosos.
Apenas eu e Pedro sabíamos que havia um produtor musical ali, um de verdade não como Pedro.
Alguém interessado em lançar uma banda nova em turnê, fazer bombar.
Os meninos entraram no palco e cantaram com a energia de sempre, cantaram como se nunca houvessem parado, procurei com o olhar o produtor, e o encontrei sentado perto do bar, ele não aparentava nenhuma expressão, meu coração acelerou conforme o show andava, faltavam apenas uma música.
Tum Tum, mesmo em meio a barulho eu podia escuta o coração do garoto ao meu lado, Pedro sempre sonhou com essa chance, ÚNICA. A mão dele segurava a minha tremendo, quase suando, um...dois...três... e a musica acaba.
Uma mensagem recebida, um encontro marcado.
Estou indo pro camarim
Lido apenas isso, Pedro me puxou para fora do Camarote em rumo ao camarim, as pressas empurrando as pessoas, chegamos segundos antes da porta de abrir e um homem de terno preto e uns 30 anos aparecer.
- Pedro Borges?
Pedro o encara com um sorriso nervoso.
- Sr. Marques.
Eles trocam um aperto de mãos.
- Giselle.
Ele acenou com a cabeça para mim. Na verdade Henrique Marques era um conhecido de nossos pais, ele apenas estava tentando ser profissional.
Os 4 garotos integrantes da banda olharam surpresos para nós e para o cara.
- Parabéns pelo show.
Marques agora se dirigiu aos meninos que agradeceram.
- Vamos conversar por ali.
Pedro guiou o Sr. Marques até um sala.
-Quem é ele?
Chad perguntou vindo me dar um abraço
- ECA, você ta suado.
Ele se cheirou e fez uma cara de nojo, me mandando um beijo no ar.
- Produtor musical.
Tyler, Joshua e Michael, que estavam procurando roupas para trocarem pararam tudo e olharam para mim.
- Pedro vai explicar melhor.
Eles ainda estavam surpresos, mas esperaram a “reunião” acabar para trocaram de roupas.
- Obrigada Sr. Marques.
Eles trocaram mais um aperto de mãos, e eu vi uma gota de suor escapar da testa de Pedro.
- Precisamos conversar.
Ele falou aos garotos agora vestidos e cheirosos.
Saí da sala e fui me juntar as meninas dançamos um pouco e logo os garotos de juntaram a gente.
- CONSEGUIMOS!
Tyler me abraçou por trás e deu um grito. Virei e o abracei, me desvencilhando e indo dançar mais para o meio.
Faltavam 2 semanas para o natal, 2 semanas para a turnê dos meninos pelo estado começar 1 semana para o baile escolar.
Eu estava tomando banho depois de mais uma segunda feira na escola, quando o rádio da um anuncio: Podem aumentar o som...Agora com vocês, a mais nova banda Sound_9.
E a voz de Tyler ecoou pelo banheiro.
Tratei de sair correndo e chamar Pedro, que escutou toda a musica e depois começou umas dancinhas malucas, meu irmão era maluco.
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Atualizado até capítulo 39
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