Com as lanternas em punho, Olavo e Kath se adentraram ainda mais na floresta, caminhando por entre as árvores altas e frondosas que pareciam tocar o céu. O vento uivava, e o som dos galhos se partindo e das folhas se movendo fazia com que seus corações disparassem.
— Cara, eu não sei se isso é uma boa ideia - disse Kath, olhando em volta nervosamente.
— Não tem nada aí para nos assustar - respondeu Olavo, tentando manter a voz firme.
Mas enquanto caminhavam, a sensação de que algo os seguia se tornava cada vez mais forte. Então, eles ouviram um barulho estranho vindo de algum lugar à frente.
— O que foi isso? - perguntou Keith, olhando para Olavo com os olhos arregalados.
— Não sei. Vamos devagar - respondeu Olavo, segurando firmemente sua lanterna.
Eles se aproximaram da fonte do barulho, e viram uma cabana antiga e decadente. A madeira estava podre e o telhado estava desmoronando, mas havia uma luz fraca vindo de dentro.
— Ei, vamos dar uma olhada lá dentro - disse Olavo, começando a caminhar em direção à cabana.
— Você está maluco? - exclamou Kath, agarrando o braço de Olavo. - Quem sabe o que há lá dentro?
— Só há uma maneira de descobrir - respondeu Olavo, tentando se soltar. - Venha comigo.
Relutantemente, Kath seguiu Olavo até a entrada da cabana. A luz fraca agora era mais visível, vinda de uma pequena vela que estava acesa no meio da sala.
— Ei, alguém está aqui - disse Olavo, apontando para a vela.
— Quem poderia estar aqui? - perguntou Kath, olhando em volta com desconfiança.
— Não sei, mas vamos descobrir - respondeu Olavo, entrando na cabana.
Eles caminharam pela sala, examinando as paredes cobertas de musgo e teias de aranha. Então, ouviram uma voz rouca que parecia vir de trás de uma cortina velha.
— Quem está aí? - disse a voz.
— Somos apenas dois garotos que estavam explorando a floresta - respondeu Olavo, indo em direção à cortina.
Ele a puxou para o lado, revelando um homem mais velho que estava sentado em uma cadeira.
— O que você está fazendo aqui? - perguntou o homem, olhando para Olavo com olhos penetrantes.
— Desculpe, não queríamos invadir a sua privacidade - disse Olavo, dando um passo para trás.
— Não tem problema - respondeu o homem, dando um sorriso amargo. - Eu sou apenas um eremita que vive nesta cabana há anos.
— Você já explorou esta floresta? - perguntou Kath, curioso.
— Sim, já explorei. Mas ela é perigosa e cheia de mistérios - disse o eremita, olhando para os dois garotos com seriedade.
— Mistérios? Que tipo de mistérios? - perguntou Olavo, sentindo um arrepio percorrer sua espinha.
— Há lendas sobre esta floresta. Dizem que ela foi habitada por criaturas estranhas, que só saem à noite. Há também histórias sobre tesouros escondidos e portais para outros mundos - disse o eremita, com um tom sombrio.
Keith olhou para Olavo com os olhos brilhando. Ele sempre foi fascinado por lendas e mitos.
— Isso é incrível! Você pode nos contar mais sobre essas lendas? - perguntou Kath, animado.
— Não há muito o que contar. Essas são apenas histórias contadas por gerações. Mas, se vocês querem saber mais, podem ir ao pântano. Lá, há uma árvore que é conhecida como a Árvore das Lendas. Dizem que ela tem o poder de revelar os segredos da floresta - disse o eremita, olhando para os garotos com um olhar enigmático.
— O pântano? Isso parece perigoso - disse Olavo, preocupado.
— Não se preocupe. Se vocês forem cuidadosos, não há nada a temer - disse o eremita, dando um sorriso tranquilizador.
Os garotos agradeceram ao eremita e saíram da cabana. Eles estavam animados para explorar o pântano e descobrir mais sobre as lendas da floresta.
— Ei, Olavo, você ouviu o que ele disse? Vamos para o pântano! - disse Keith, animado.
— Claro, vamos. Mas primeiro, precisamos nos preparar - disse Olavo, olhando para o céu. Já estava ficando tarde e eles precisavam acampar para passar a noite.
Eles montaram a tenda e acenderam uma fogueira. Enquanto comiam juntos, Olavo e Kath conversaram sobre as lendas da floresta.
— Você acha que essas lendas são reais? - perguntou Kath, olhando para Olavo com os olhos arregalados.
— Não sei, Kath. Mas há algo de estranho nesta floresta. Sinto que há algo mais do que apenas lendas e mitos - disse Olavo, olhando para a escuridão ao redor deles.
Eles dormiram agarrados um ao outro, protegidos pela tenda e pela fogueira. Mas, mesmo enquanto dormiam, eles sabiam que havia algo estranho nesta floresta. E mal podiam esperar para explorar o pântano e descobrir os segredos da Árvore das Lendas.
No dia seguinte, eles acordaram cedo e se prepararam para a caminhada. Kath pegou sua mochila e Olavo verificou o mapa mais uma vez.
— Você tem certeza de que sabe para onde estamos indo? - perguntou Kath, olhando para Olavo.
— Tenho sim. Mas precisamos ter cuidado. Este lugar é conhecido por ser traiçoeiro - respondeu Olavo, olhando para a densa floresta à frente deles.
Eles caminharam por horas, cortando a vegetação densa com suas facas. A floresta parecia cada vez mais sombria e misteriosa, e o ar ficava cada vez mais pesado.
— Eu disse que havia algo estranho nesta floresta - murmurou Olavo, olhando para os galhos retorcidos acima deles.
— Você está ficando com medo? - perguntou Kath com um sorriso.
— Claro que não. Mas não quero subestimar o que pode estar nos esperando - respondeu Olavo, andando mais rápido.
De repente, ouviram um barulho estranho. Parecia que alguém estava os seguindo.
— O que é isso? - sussurrou Kath, puxando Olavo para perto dele.
— Não sei. Mas precisamos sair daqui agora - respondeu Olavo, tentando controlar o medo que sentia.
Eles começaram a correr, mas logo perceberam que estavam perdidos. Olavo tentou usar o mapa, mas ele parecia estar errado.
— Droga! Não consigo descobrir onde estamos - exclamou Olavo, frustrado.
— E agora? - perguntou Kath, olhando para Olavo com preocupação.
— Agora temos que encontrar um lugar seguro para passar a noite. Vamos tentar subir naquela colina - disse Olavo, apontando para uma pequena elevação na distância.
Eles caminharam rapidamente até a colina e montaram acampamento lá. Enquanto preparavam a comida, eles discutiram sobre o que poderia estar seguindo-os.
— Talvez seja um animal selvagem - sugeriu Kath, olhando para a floresta abaixo deles.
— Não acho que seja isso. Parece algo mais inteligente. Algo que sabe que estamos aqui - respondeu Olavo, olhando para a fogueira.
De repente, eles ouviram um som estranho vindo da floresta. Parecia uma voz, mas era impossível dizer o que estava sendo dito.
— O que é isso? - perguntou Kath, apertando o cabo da faca.
— Não sei. Mas temos que nos preparar para o pior - disse Olavo, pegando sua própria faca.
— Parece mesmo - disse Olavo, sorrindo. - Mas eu não acho que seja um tigre. Parece mais uma voz humana, não acha?
Talvez - concordou Kath. - Mas não consigo entender o que está sendo dito. Parece uma língua estranha.
De repente, a voz se tornou mais clara e eles conseguiram distinguir algumas palavras. Parecia uma mistura de latim com alguma língua antiga que eles nunca tinham ouvido falar.
— O que será que estão dizendo? - perguntou Olavo, com um olhar curioso.
— Não faço ideia - respondeu Kath. - Mas seja lá o que for, não me parece algo muito bom.
— Por que você diz isso? - perguntou Olavo , preocupado.
— Bem, não é todo dia que se ouve uma voz estranha vinda da floresta, não é mesmo? - disse Kath, com um tom sarcástico.
Olavo deu um sorriso amarelo e concordou com a cabeça. De repente, a voz parou de falar e um silêncio sepulcral tomou conta do ambiente.
— Acho que já chega de aventuras por hoje - disse Olavo, com um tom de voz um pouco mais alto do que o normal. - Vamos voltar para o acampamento e descansar um pouco.
— Boa ideia - concordou Kath, aliviado. - Não quero ficar aqui mais tempo do que o necessário.
Os dois se viraram e começaram a caminhar em direção ao acampamento, mas não puderam deixar de sentir uma sensação estranha de que estavam sendo observados. Eles olharam para trás, mas não viram nada além da escuridão da floresta.
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Atualizado até capítulo 143
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