CAPÍTULO 16

Apertamos as mãos e ele me conduz até o elevador..

— Me fale sobre o quadro clínico de Nina Gutierrez...

— Ah sim..Uma lástima,uma linda criança nessa situação... Mas seu caso é gravíssimo e se não fizer a cirurgia temo que algo de ruim possa acontecer com ela...

— E porque não foi feita ainda... Pergunto sem entender.

— Só a mãe pode dizer,mas acho que foi por questões financeiras...

Saímos do elevador e ele me conduz até o espelho que separa a UTI,Meu coração aperta e meu estômago dói com a cena que vejo... Olho a Liz lá dentro acariciando os cabelos da Nina,a pequena está respirando com a ajuda de aparelhos,seus bracinhos estão todos espetados com agulhas e seu coração monitorado, minha mente volta lá atrás e vejo minha mãe na cama,uma lágrima involuntária sai dos meus olhos...

— Triste... Me desculpa não poder deixá-lo entrar mas temos um protocolo a seguir...

— Eu entendo.

Meus olhos não saem daquela cena, olho pra pequena e lembro do seu sorriso, da sua doçura,da sua vozinha...

Liz me olha e limpa as lágrimas novamente...

Eu sorrio pra ela...

— Me diz o porque essa menina não foi operada ainda...

— Foi como eu disse senhor, questões financeiras da mãe...

— Ok...Posso ficar aqui mais um pouco...

— Aqui sim, só não posso deixar o senhor entrar.

— Ficarei aqui...

Ele sai e eu pego meu telefone e ligo pro Declan...

— Declan...

— Conseguiu subir..

— Sim... Descubra por que a Nina não foi operada ainda e faça o contrato amanhã de manhã teremos uma reunião...

— Como assim...

— Faça o que te falei o mais rápido possível,daqui a pouco falamos sobre algumas cláusulas,o contrato tem que ser bem simples e conter palavras simples.

— Ok.Ele fala e eu desligo o celular ainda olhando pra elas...

VINCENT

Estou parado de fora da UTI,olhando pelo vidro que separa os dois ambientes, me perco com a cena que vejo, Liz ainda está lá dentro com a Nina e eu as vendo daqui,logo um enfermeiro entra e a Liz da um beijo na testa da filha e sai...

— Me desculpa por não conseguir entrar... Ela fala olhando pro chão.

— Tudo bem...Eu estou vendo ela daqui...Vejo que você trouxe a boneca dela... Sorrio ao saber que ela gostou.

— Ela amou a boneca e não dormia sem ela... Obrigada...e me desculpa pela aquela cena... Sorri sem graça.

— Você vai embora, posso te levar de volta.

— Não...Eu irei passar a noite aqui na sala de espera... Ela fala e eu me preocupo.

— Mas você precisa descansar... Digo preocupado.

—Mesmo se eu fosse pra casa não descansaria, então aqui é a melhor opção...

— Podemos andar um pouco quero falar algo sério com você...

Ela me olha assustada...

— Senhor... Não me mande embora,sei que não vou poder ir trabalhar por um tempo mais assim que puder eu volto a fazer meu trabalho e faço com todo esmero que venho fazendo... Ela fala e vejo em seus olhos lágrimas que logo começam a cair.

— Liz...acalme-se e vamos andar um pouco... Falo segurando em seus braços e ela me olha sem entender.

— Claro... Claro...Humm...Tem uma capelinha que vou quando quero ficar sozinha e falar com nossa senhora de Guadalupe...

— Ok.... Me leve até lá...

Andamos por um tempinho e entramos na capelinha...

— Sente-se aqui quase não vem ninguém...

Espero ela sentar e me sento olhando pra ela..

— Liz ...Por que a Nina não operou ainda...

Ela olha pro chão e lágrimas saem dos seus olhos...

— Eu não quero falar sobre isso ainda, estou providenciando...

— Liz,me diz agora...

Falo em um tom forte e grosso mas não para ela assustar,mas querendo saber de sua boca algo que já imaginava.

— Eu.... É....muito dinheiro e eu não tenho, estou fazendo um empréstimo mas ainda não foi aprovado,na realidade eu e minha mãe de coração, pois só eu o banco não aprovaria uma soma tão grande de dinheiro...

— E qual valor... Pergunto querendo saber.

— Senhor MacNamara, eu não quero que o senhor se envolva...

— Te perguntei qual o valor...

Ela me olha me analisando abaixa a cabeça e diz quase que num só fio de voz...

— 250 mil pesos...

— 250 Mil pesos....pergunto em confirmação,uma mísera quantia não deveria a estar impedindo.

— Sim... Pro senhor pode não ser muito, mas pra mim é muitoooo...E eu não tenho...

A analiso quando ela fala,sei que vou me arrepender do que vou fazer,mas medidas desesperadas pedem, ações desesperadas.

— Ok eu entendo,Liz tenho uma proposta pra te fazer...

Ela se levanta do banco e me olha...

— Seja lá qual for a sua proposta eu dispenso, Não estou te pedindo dinheiro se é isso que o senhor está achando,nunca me atreveria a ser baixa, e outra não sou uma pessoa promíscua que faz qualquer coisa por causa de dinheiro e nem aceito propostas.vinda de homens. Ela fala já irritada tudo de uma vez,sem me deixar falar nada.

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