Jully ainda estava atônica com a notícia que acabara de receber do pai da sua filha. Ela andava de um lado para o outro, sentindo um misto de sentimentos - raiva, se sentindo usada e suja- mas também sentia uma enorme vontade de chorar e de ir embora daquela casa com a sua filha, para bem longe. Porém, ela sabia que fugir não resolveria as coisas e ela não poderia se acovardar outra vez ou, que exemplo ela estaria dando a sua filha, fugindo sempre que sentisse medo ou raiva.
— Mas a sua noiva está de quantos meses?
— 30 semanas- responde ele, respirando fundo, vendo a raiva de sua ex mulher emplodir- eu sei que deveria ter contado antes de- ele olha para o busto dela- mas eu precisava de uma despedida com você e sabia que, se eu contasse, isso não teria acontecido.
— Não era para acontecer de nenhum jeito, Davi. E como você pôde me usar dessa forma? Eu tenho nojo de você.
— Se tivesse mesmo nojo, não teria ficado daquela forma há alguns minutos.
— Olha, eu só não meto a mão na sua cara porquê eu não quero arrumar confusão. Mas, por quê você escondeu isso? Foi por isso que não estava visitando a nossa filha nesses últimos meses?
— Sim, ela tem aquele problema que a mulher vomita o tempo todo e eu tive que ficar com ela durante todo o tempo, mas eu já não aguentava mais ficar sem, você sabe- ele dá um sorriso cafajeste- e eu não tive coragem de contar a Carina por que eu não sei como ela reagiria com isso.
— Você nem apareceu no aniversário dela. Ela ficou muito chateada, sabia? Se trancou no quarto e quando a vi, estava com os olhos inchados de tanto chorar. E presentes não vai fazer com que ela se esqueça daquele momento. Agora vai ser assim? Você engravida outra mulher e se esquece que tem uma filha?
— eu vou tentar ser mais presente na vida dela, mas você sabe como é recém nascido e eu quero ser o pai que não fui para o meu filho.
—Um menino? que bom, parabéns. Só não esqueça que você também tem uma filha que te ama muito e quer a sua atenção. Não a magoe, por favor. Não quero que ela fique traumatizada.
— Sim, eu vou avisá-la, quando for o momento certo.
— Tá bem. Olha, eu vou deitar, boa noite.
— Espera- ele a segura pelo braço, gentilmente, mas ela consegue se soltar e vai para o quarto de hóspedes.
Jully senta na cama e segura as lágrimas que teimam em cair de seus olhos, mas ao ver a sua princesa dormindo, consegue encontrar forças e se sente mais calma.
Ela toma um banho gelado- mesmo o clima estando com 17°- e coloca um pijama comprido de cor creme e se deita ao lado de sua filha, adormecendo em seguida.
***
— Tem certeza que você já vai embora, querida?- pergunta a sua mãe, vendo que ela ficou chateada com alguma coisa, mas como sempre, não quer dizer o motivo.
— Sim, mãe e desculpa por vir tão rapidamente. A Carina tem aula na segunda e ainda preciso lavar as roupas dela e organizar a casa, mas obrigada por nos receber- ela abraça a sua mãe e sua filha se despede dela.
— Tchau vovó, gostei muito de ter vindo.
— até logo minha pequena, se cuida e ligue para a vovó sempre que sentir saudades.
— e o meu pai? Ele não falou comigo ainda.
— ele teve que ir embora, querida- responde Jully- chamarem ele no serviço, mas ele disse que logo poderá te visitar lá em casa, tá bom?
— Tá bom- responde ela- tchau vovó.
— Tchau minha linda- seu avô lhe dá um beijo na testa e coloca uma nota de dinheiro no bolso de seu casaco- para a merenda da escola.
— Obrigada vovô - ela o abraça e as duas vão para fora da casa, entrando no carro.
— Coloca o cinto, filha.
— Pronto- responde Carina- você está bem, mamãe? parece triste.
— sim, está tudo bem. Vamos? Eu quero te levar no parque hoje.
— Ebaa- Jully dá a partida no carro e elas seguem novamente pela longa estrada.
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Atualizado até capítulo 76
Comments
Lalinha,299
não sei não entendo nada vou mudar não estou entendendo nada/Hammer//Grievance/
2024-02-11
2
Marfisa Torres Ferreira
espero que a Jully encontre o Arthur
2024-01-16
3