De repente, uma fina chuva começou a cair na Terra, como se para compartilhar da tristeza que Ferzo estava sentindo. As nuvens ficaram escuras e a chuva caiu com força. Ferzo correu sob uma ponte em busca de abrigo, segurando suas coisas para se proteger do frio.
"Até o céu zomba de mim", murmurou Ferzo, com a cabeça baixa em derrota.
Por sorte, não havia rio embaixo da ponte, apenas chão duro misturado com pedras. Havia várias caixas de papelão, aparentemente o local temporário de alguém para descansar. Ferzo arrumou e organizou as caixas, em seguida, pegou um pano de sua bolsa para usar como manta.
Ele usou a bolsa como travesseiro. O frio cortante da chuva torrencial era penetrante. Ferzo tentou fechar os olhos para dormir, para momentaneamente escapar da dor que sentia, mas em vão; pensamentos sobre seus pais o dominaram e ele chorou amargamente.
"Pai, mãe, se vocês ainda estivessem vivos, ficariam tão tristes em me ver assim. Fui excluído, estou desempregado e sem-teto, como vou continuar meus estudos?", soluçou Ferzo, suas lágrimas encharcando a manta improvisada.
Chorar e derramar tantas lágrimas lhe deu dor de cabeça. Ele tentou fechar os olhos novamente, esperando adormecer. Eventualmente, sem perceber, ele cochilou.
Ele acordou muito cedo pela manhã, impulsionado pela necessidade de encontrar um emprego. Os 500.000 rupiahs que ele tinha não seriam suficientes para suprir suas necessidades antes de conseguir emprego.
Ferzo guardou suas coisas e saiu para procurar qualquer trabalho disponível, mesmo que fosse apenas varrer ou lavar pratos.
Ele optou por não ir à escola naquele dia, priorizando a busca por emprego que lhe permitisse comprar comida.
Nas ruas ainda silenciosas, as pessoas estavam apenas abrindo suas portas. Ferzo caminhava sozinho, esperançoso de que em algum lugar alguém o acolhesse para trabalhar.
Enquanto continuava sozinho, incerto de seu destino, duas pessoas em uma motocicleta se aproximaram por trás. Eles arrancaram sua bolsa, contendo o último dinheiro que lhe restava e fugiram em alta velocidade.
"Ei! Devolvam minha bolsa!", gritou Ferzo, correndo atrás da moto em movimento rápido. Ele não conseguia acompanhá-los e caiu no chão, sangrando nos joelhos e cotovelos. Ainda assim, ele se levantou e correu novamente.
"Ajuda! Ajuda! Roubaram minha bolsa!", gritou Ferzo ao longo da estrada, lágrimas escorrendo e voz ficando rouca, mas ninguém lhe deu atenção. Eles estavam confusos com sua corrida e gritos \- alguns até pensaram que ele estava louco.
Mais uma vez, ele caiu, suas pernas muito fracas para suportá-lo, sua visão embaçada pelas lágrimas falhando. Ali, ele ajoelhou-se e chorou sem se conter. Bastava, ele literalmente não tinha mais nada.
Que miséria maior ele ainda deveria suportar? Que provações o aguardavam? Será que ele não era mais querido neste mundo? Deveria apenas sair desta vida? O tempo girava tão rapidamente, aprisionando-o em um ciclo doloroso de sofrimento ao qual ele não estava preparado para enfrentar.
Ele precisava se levantar. Com o corpo fraco, ele caminhou para o lado. Ferzo se aproximou de uma loja fechada, possivelmente abandonada, e sentou-se no degrau da frente.
As pessoas começaram a passar, incluindo funcionários de escritório e estudantes com pressa para seus destinos. Coincidentemente, aquela rua levava à sua escola; muitos colegas de classe passavam por ali.
"Yun, não é o Ferzo?", Iyan apontou, empoleirado na grande moto de Yun. Yun olhou para onde Iyan apontava e parou abruptamente.
"Você está certo. O que ele está fazendo lá? Vamos zoar com ele", sugeriu Yun com um sorriso malicioso.
A dupla se aproximou do distraído Ferzo, assustando-o quando chegaram. Ao lado da loja havia uma ruela estreita sem saída, cercada por um muro alto.
Yun e Iyan sorriram enquanto arrastavam Ferzo para a ruela.
"Ei! Para onde vocês estão me levando?", gritou Ferzo, lutando contra eles.
"Cala a boca!", Yun respondeu bruscamente. Eles jogaram Ferzo na ruela e se aproximaram dele.
Eles agrediram Ferzo, chutando-o, puxando seus cabelos, socando seu rosto. Yun acertou o olho de Ferzo com dor. Iyan chutou seu estômago, enquanto Yun socava o nariz sangrando.
Yun era assim por causa de Ferzo, que era mais esperto do que ele. Na época, seu professor o comparava a Ferzo, questionando por que Yun não agia como Ferzo, que era diligente e sempre fazia suas tarefas. Tudo o que Yun fazia era ficar de preguiça, porque ele era um garoto rico. Então, é claro, ele podia se dar ao luxo de não se esforçar. Foi aí que ele começou a odiar Ferzo e convidou seus outros amigos para intimidar Ferzo.
Ferzo limpou o sangue do nariz, doendo por todo o corpo. Uma vez satisfeitos, Yun e Iyan foram embora.
"Vamos," Yun disse. Eles subiram na moto e foram para a escola.
Ferzo se sentia impotente, com dor no estômago por causa dos golpes de Yun e de fome depois de dias sem comida. Seu dinheiro havia sido roubado, o que ele tinha sobrado? Ferzo tentou se levantar e procurou comida em lixeiras ou em qualquer lugar para saciar a sensação de vazio.
Ele encontrou uma lata de lixo e achou algumas sobras, que comeu apesar de serem claramente inadequadas. Forçado pelas circunstâncias, ele comeu.
Ferzo foi de lata em lata, enchendo sua barriga faminta, parecendo mais um mendigo. Nesse estado, quem o contrataria? Suas roupas estavam rasgadas, seu corpo machucado, seus olhos pareciam sem esperança, como se ele já não quisesse mais viver.
Enquanto cambaleava, fraco e oscilando, ele inadvertidamente fez uma mulher que passava deixar sua carteira cair. Ferzo parou ao descobrir a carteira na sua frente. Ele a pegou e examinou seu conteúdo: cheia de dinheiro e joias. Em seu coração, ele queria devolvê-la, mas não sabia para quem. Olhando ao redor, ele viu apenas pessoas passando.
A mulher sentiu que algo estava errado, verificou sua bolsa e entrou em pânico ao descobrir que sua carteira havia sumido. Ao ver Ferzo com ela, ela gritou.
"Ladrão! Ladrão!" ela gritou, apontando para ele. Confuso, Ferzo não entendia seus gritos. Os moradores locais rapidamente se reuniram e avançaram em sua direção.
"Onde está o ladrão?" perguntavam os moradores.
"Aqui! Ele é o ladrão!" a mulher identificou Ferzo enquanto ele segurava a carteira. A multidão convergiu para ele. A mulher arrancou de volta sua carteira e a multidão violentamente espancou Ferzo até que ele se rendesse. Eles o espancaram sem permitir que ele explicasse, julgando-o ali mesmo. Ele tentou proteger sua cabeça, mas não foi páreo para os atacantes numerosos e mais fortes. Sua mão foi esmagada e quebrada.
Seus ferimentos eram graves, com o sangramento do nariz causado pelo soco de Yun agora agravado. Sangue fresco escorria de seu nariz e boca. Seus membros estavam machucados e quebrados. Abandonado à própria sorte, Ferzo ficou lá, completamente derrotado.
Sua visão ficou turva, a dor em seus olhos e corpo se transformando em dormência. Seu corpo inerte sentia-se próximo da morte. Ele olhou para o céu com uma expressão sombria, lágrimas escorrendo até as têmporas. Ele lutou por ar, sabendo que poderia ser sua última respiração.
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Atualizado até capítulo 20
Comments
Doraci Bahr
que horror
2024-01-30
4