Dois anos depois
Em uma tarde ensolarada de sábado, Renata estacionou o carro na beira da rua em frente a casa que sua
mãe havia comprado com as economias dela e do falecido marido, pegou a mala e suspirou aliviada ao entrar na casa.
Joana: Olá querida, bem-vinda! — Disse ela pegando as malas de Renata e se encaminhando ao quarto onde
Renata ficaria.
Renata: Oi mãe, senti muitas saudades! Como a senhora está?
Joana: Estou bem agora que tenho tempo, e temos essa casa, podia vir morar aqui e deixar o apartamento para
sua amiga, já que ela está noiva.
Renata: E mãe estou pensando sobre isso, mais não queria te dar trabalho, sei que esta saindo com
Max, logo teremos um homem cuidando da senhora, ele é ótimo, fala super bem da senhora lá no hotel.
Joana: Aquele danadinho já saiu espalhando por aí... — as duas riem
Renata: Que bom que esta saindo com ele, já que conheço ele desde criança.
Joana: Vamos mudar de assunto, fico envergonhada em falar sobre isso com minha filha.
Renata: Para mãe, isso é bem normal entre as mães e filhas, mais tudo bem.
Joana: E você esta saindo com alguém? Já está na idade de se casar, com 25 eu já estava grávida de você. Não escolha muito. Sabe aquele ditado de quem escolhe muito acaba sozinho.
Renata: E mais, por enquanto vou focar no meu trabalho, já que agora faço parte da gerência do grupo Rodrigues, cuido da administração e da contabilidade.
Joana: Sei, agora você é importante, até já viajou para os Estados Unidos mês passado, só não esquece da sua velhinha aqui.
Renata: Oh... é logico que não vou esquecer da senhora... — Falou abraçando a mãe.
Joana: Para onde vai viajar dessa vez?
Renata: Roma, uma conferência mundial, vou ter que ficar lá por três dias. Mais só preciso sair
segunda de manhã, então temos o final de semana todos só para nós duas.
Horas depois, Renata estava na cozinha cortando legumes com sua mãe e falando como foi as viagens o
trabalho e a formatura que infelizmente sua mãe não compareceu devido ao trabalho. Por morar na casa dos patrões ela tinha que servir almoço, janta e ainda ajudar na limpeza, e justo nesse dia ela estava atarefada organizando o evento de caridade que os patrões iriam fazer naquele dia, nada funcionava sem ela.
Renata se formou e Max a ensinou o cargo dele a ela, pois ele tinha que cuidar de muitos empreendimentos,
então delegou alguns para Renata. Como ela era brilhante, tinha vários clientes que queriam fechar contrato somente na presença dela, então viajou para vários países. Não gostava muito de viajar, mas não era frequentes.
Três meses atrás estava a frente de um projeto comercial, na Alemanha. E antes havia passado três semanas na Itália. Fazia meses que não ia para casa ver a mãe.
Havia viajado bastante para esquecer as memórias indesejadas de seu único amor, e de como fora idiota.
Completamente apaixonada por Thomas Rodrigues, ficou muito magoada ao saber, que ele havia ido embora para os Estados Unidos e deixado nas mãos de Max os empreendimentos que tinha no Brasil. Mas, quando voltou, duas semanas depois, ela não hesitou um segundo para ir para cama com ele. Após perder sua inocência, aceitou o pedido de casamento dele e concordou em não contar a ninguém até que ele resolvesse o problema fora do Brasil e voltar para pedir sua mão a sua mãe. Ficou louca de felicidade por apenas uma semana, até descobrir o casamento aberto que ele tinha em mente. Nunca que um mulherengo iria ser homem de uma mulher só.
Aprendera uma lição, que nunca podia cofiar em homens. Confirmava isso cada vez que percebia como agiam
nas conferências, distantes das esposas e dos filhos. Perdeu as contas de quantos empresários a chamaram para sair com segundas intenções.
Na manha de segunda-feira, Renata já estava no avião rumo à Roma. Na noite de segunda, Renata entrou
no saguão de um Hotel cinco estrelas em Roma. Estava acompanhada por Ângelo Mol, era um romano na faixa dos sessenta anos, corpulento. Muito inteligente, adorava alimentar sua reputação de ser cruel. Mas só Renata sabia como era devotado a família. Um ano atrás fora professora particular de um de seus netos.
Ângelo: Todos vão pensar que é minha namorada, Renata. Vou gostar de fazê-los de bobo essa noite. — Disse ele em sua língua nativa, enquanto o garçom os levava até a mesa.
Renata: Comporte-se Mol! — Renata riu, sabendo que não corria riscos com ele. — Lembre-se de que é um homem casado.
Ângelo: Parece minhaesposa falando. — Riram e acomodaram-se na mesa.
Sentada com uma taça de champanhe na mão, ela percorreu os olhos pelo salão, observando os convidados.
Muitos eram empresários conhecidos do trabalho. Os homens usavam ternos e as mulheres vestidos de grife, e desfilavam joias que valiam uma fortuna. Mas Renata não se sentia intimidada, comprava sempre seu melhor vestido, mais claro que não tinha condições de comprar modelos de grife, sempre comprava o que
gostava e pronto. Estava mais a vontade com o que escolhera, era um vestido da estação com brincos e joias que havia ganhado de algumas empresárias durante todas as viagens que fizera para fechar contratos. Valiam bastante dinheiro. Olhava a pista de dança e do outro lado um grupo de convidados acabaram de chegar e se acomodavam na mesa. Arregalou os olhos ao reconhecer Thomas Rodrigues e sua amiga Sofia. Contemplou seu belo perfil, e rapidamente desviou o olhar. Tinha certeza que ele não a viu.
Com o coração palpitando, moveu a cadeira para ficar de costas para ele, rezando para que ele não a visse.
Do outro lado do salão, Thomas ouvia sua irmã sem prestar muita a tenção na conversa. Reconheceu Renata
assim que entrou. Seus fabulosos cachos louros platinados eram inconfundíveis. Presos no alto da cabeça. Seu pescoço e seus ombros estavam a mostra e seu vestido deixava a mostra suas costas. Podia ver a protuberância de sua espinha, que já percorrerá com beijos. Com a lembrança, sentiu seu corpo se enrijecer.
Viu como ela o reconheceu, e sem coração desviou o olhar. Quando se separaram, a odiou com uma
irá que nunca sentiu antes. E apagou-a de suas memórias por mais de um ano. Mas os indesejados sobrenomes Santos apareceu mais uma vez, anos depois da morte de pai de Renata.
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Atualizado até capítulo 23
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