2. Capítulo

Não é uma tarefa fácil esconder as marcas que Ian me deixam, marcas que ninguém pode saber por puro medo que sinto por dentro.

A família de Ian que sabem desse comportamento dele, me pedem para ter paciência e torcer para que ele melhore, seja um homem melhor para mim.

Penso que eles acham que eu devo merecer todos os maus tratos que passo nas mãos dele. Posso contar nos dedos os momentos que ele me tratou do jeito que um marido trata seu esposo e isso chega ser triste.

Domingo passado, minha família quiseram almoçar conosco, mas Ian me fez inventar uma mentira para não recebê-los e tudo porque queria ver futebol na televisão sem ninguém além dele e eu na casa.

As minhas lágrimas já secaram e eu só consigo lidar agora com a falta de sentimento que sinto, com a frieza que sinto ao percorrer o meu corpo e o vazio que está me tomando.

Não pense que eu já não pensei em escapar, porque eu tentei, mas Ian foi atrás de mim e me prometeu mudança, eu como um bobo acreditei que isso iria acontecer e agora eu me encontro redondamente enganado.

Sinto-me em um escuro onde todos os meus sonhos não conseguem ter forças para serem mostrados para mim. Tenho dias que não durmo a noite e dias que não sei o que é tomar um banho tranquilo porque até lá ele me segura e decide o tempo que me banho.

Pensando nas inúmeras besteiras que já vi sair por sua boca, eu consigo tirar sarro de uma que é fato dele acreditar que ainda o amo. Agora eu sinto apenas desprezo por ele. O medo que me deixa como prisioneiro.

Nas poucas vezes que ele me deixava sair era quando tinha que ir com ele ao hospital ou ao supermercado e foi no hospital que eu conheci o Isaque, um médico que sempre que pode né oferece um sorriso e um “Bom dia.” 

Já tem dois anos que vivo o que chamo de inferno, me vejo queimando aos poucos toda noite em que Ian decide me tocar. Todas essas vezes são contra a minha vontade, é muito humilhante para mim que tenho que fazer o que ele manda e fingir que estou gostando.

Segunda, ele tem uma viagem para fazer e estou torcendo para que meu visto não chegue para que eu não tenha que ir com ele. Seria minha oportunidade de tentar me escapar novamente, mas ainda não sei se isso se tornará uma realidade, a que ando pedindo.

Tem um tempo já que não compro uma roupa nova e que tenho que usar as que ele acha que não marque a minha bunda ou que mostre muito os meus músculos e isso é horrível. 

A segunda então chegou e eu pude fazer o que tanto queria e dessa vez com coragem, o visto chegou, mas eu arrumei um jeito de sair daquela casa minutos antes de Ian acordar, eu estava sem nada e com um chinelo que arrebentou no meio do caminho, mas ainda assim, corri e corri até que parei na frente de um carro e me ajoelhei para suplicar por ajuda. Pela minha surpresa, o condutor era simplesmente Isaque que não pensou duas vezes em me colocar em seu carro e me levar para um lugar seguro. 

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Comments

Nayara

Nayara

Odeio homens como esse

2024-01-02

3

Ana Lúcia

Ana Lúcia

paciência e vai continuar apanhando sai dessa

2024-01-02

1

Ana Lúcia

Ana Lúcia

larga esse monstro ninguém merece apanhar não sai fora

2024-01-02

1

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