Juliano chegou em casa animado, como nunca o vi antes. E o pior, trazia consigo uma sacola da Victoria Secrets e quando me viu, sorriu e caminhou com pressa na minha direção, me tomando em um beijo caloroso, ao qual eu quase não pude acompanhar por causa da sua rapidez e pressa. — Espere... O que está acontecendo? — perguntei confusa, apoiando minhas mãos em seu peito, o observando no fundo dos olhos, estranhando ao percebê-los brilhando de uma maneira diferente.
— Consegui uma boa quantia para colocar nossas vidas nos trilhos novamente, amor. — respondeu, olhando diretamente para os meus lábios — Você sabe... Vou ressuscitar a minha empresa, e finalmente vamos ficar ricos de novo.
— Ah, que bom... — falei, forçando um sorriso — Mas como você conseguiu esse dinheiro?
— Um trampo novo, coisa minha! — enruguei as sobrancelhas — Eu consegui um novo emprego, aquele outro não me pagava muito bem. Roberto era um chefe de merda. — ele revirou os olhos, e logo depois empurrou na minha direção a sacola — Vá tomar um banho e vista isso. Quero ver você vestida nela. — de repente, seu olhar se tornou escuro, malicioso.
Engoli a seco.
Me preocupa esse "emprego" novo que Juliano afirma ter arranjado. Sempre soube que ele não tem noção do perigo, ele se envolve em qualquer merda pra conseguir se reerguer na vida. Meu marido, infelizmente, é do tipo de pessoa que faz qualquer coisa para se promover, mesmo que isso signifique que pessoas vão se machucar ou se dar mal por isso.
Juliano é extremamente ambicioso e... Ganancioso.
E eu não estava errada. Depois daquele dia, ele começou a agir estranho. Pessoas estranhas começaram a vir para a nossa casa, reuniões sem sentido são feitas e por horas eles ficam trancados no escritório dele, e ao saírem, preciso limpar tudo e lidar com o cheiro horrível de m̶a̶c̶o̶n̶h̶a̶, bebidas e outros tipos de droga. Tudo misturado, o que me causa náuseas, mas não é como se eu tivesse alguma escolha.
Chegou um dia em que Juliano me fez um pedido inusitado: — Quero que faça almoço para seis hoje. — ele meio que ordenou ao chegar perto de mim. Eu estava espanando os móveis na sala, algumas plantas que precisam de cuidados especiais.
— Oi?
— É isso o que você ouviu, Melissa. Faça um almoço para seis, alguns sócios irão almoçar aqui hoje. — ele ordenou, rígido — E vê se faz algo que preste. Na semana passada, ainda consegui sentir o gosto de queimado no feijão. Vê se para de ser irresponsável! — ele simplesmente me mandou essa e saiu sem falar mais nada, me deixando ali, boquiaberta com tamanha ingratidão.
Mas eu precisei fazer a comida. E foi exatamente o que fiz. Não temos um cardápio muito diversificado, mas fui ao mercado e comprei algo para fazer bife acebolado com arroz branco e feijão tradicional.
Talvez essas pessoas não saibam nem o que é isso, talvez nem tenham comido. Com o pouco que pude saber sobre eles, tenho o palpite de que não sejam daqui. O sotaque pesado e a língua carregada ao dizer palavras simples dizem muito sobre isso.
Mas isso não me diz respeito e eu não perguntei nada sobre com Juliano.
Ao terminar o almoço, organizei a mesa e optei por tomar um banho para estar apresentável quando os "sócios" do meu marido chegarem.
Vesti um simples vestido solto, com uma estampa florida delicada e pus saltos igualmente simples no pé. Amarrei meu cabelo em um rabo-de-cavalo alto e fiz uma leve maquiagem.
Pouco tempo depois, ouvi o som de passos pesados ressoando pelo assoalho, as mesmas vozes conversando entre si com aquele sotaque que me faz duvidar de muitas coisas. — Melissa, estamos com fome! — Juliano gritou de lá de baixo, alto e em bom som, estremecendo paredes e até a mim mesma.
Suspirei irritada, olhando para o meu reflexo no espelho, me perguntando o que fiz para merecer esse castigo.
Desci as escadas com sangue nos olhos, mas não pudia fazer nada para impedir que ele continuasse me destratando. Ao chegar na cozinha, os vi sentados à mesa e quando todos olharam para mim, eu quase caí dura no chão.
Cinco homens bem vestidos, estupidamente belos, as barbas bem aparadas e os cabelos bem penteados. Seus olhares foram diretos e perfurantes em mim, no meu corpo, e sequer esboçaram qualquer reação. Foi só aquele olhar matador e nada mais que isso. — Essa é a minha esposa. Melissa Almeida Bittencourt. — Juliano disse caminhando até mim, passando as mãos por meus ombros e as deslizando até a cintura, onde acariciou ali com suavidade.
— Muy sabroso. — o mais jovem resmungou... Em espanhol. Ele arrancou risadas dos outros e isso fez o meu coração pulsar com mais força no peito.
Juliano riu.
— Bom, querida... É como eu disse. Estamos com fome. — ele disse e eu o olhei brevemente, só assentindo.
Caminhei até a cozinha e comecei a organizar os pratos, os levando de um em um até a mesa, servindo a cada um deles. Logo em seguida, os servi com um vinho caro que Juliano comprou justamente para esse almoço.
Ao ver o olhar satisfeito dos homens, meu marido se sentiu orgulhoso. E eu senti pela forma como ele suspirou, estufando o peito como se tivesse sido ele a passar a manhã inteira organizando esse almoço.
Depois desse dia, tudo ficou ainda mais estranho. Curiosamente, meu marido começou a enriquecer novamente. Mas saía de casa cedo e só voltava pela madrugada e isso se repetiu por meses a fio, e eu estava no escuro, sem saber exatamente o que estava acontecendo.
Mas Juliano não me contava nada.
Ele nunca contava.
Até que, em uma madrugada, acabei o vendo chegar. Estava passando um pouco mal, e decidi tomar um banho. Juliano entrou no banheiro. — Oi? — eu perguntei assustada e meu primeiro instinto foi cobrir meus seios.
Um sorriso sombrio pintou os lábios do meu marido e quando ele cambaleou, eu percebi que está bêbado.
Meu coração estancou no peito.
— Você bebeu, Juliano? — indaguei preocupada, mas ele não respondeu. Só começou a tirar a roupa e quando prestei mais atenção, o percebi excitado. — Ah...
— Cala a boca. — me interrompeu e, sem o meu consentimento, ele se juntou à mim no chuveiro.
Ele tentou me beijar à força, mas não retribuí e só o senti segurar o meu rosto com firmeza, me obrigando a olhar para ele. — Eu quero você... Agora. — simplesmente avisou e eu enruguei as sobrancelhas, negando algumas vezes.
— Mas eu... Amor, eu estou doente.
— Não quero saber. — falou bruto — Vem aqui.
— Não! — resisti, e quando tentei sair do chuveiro, ele não permitiu.
— Melissa, você vai fazer exatamente o que eu quero! Me entendeu? — ele me empurrou contra a parede e prendeu o meu corpo ali, me deixando sem saída. — É esse o seu papel, amor. — e então, me virou contra a parede, de forma que meu rosto ficasse pressionado à ela.
Juliano encostou a sua bochecha no meu rosto e continuou pressionando a minha cabeça ali. — E então, querida? Vai continuar resistindo ao seu marido? — sua língua deslizou pela minha pele e eu fechei os olhos, sentindo vontade de vomitar. — Responda! — ele gritou, pressionando com mais força o meu rosto e, ao agarrar um pouco do meu cabelo, começou a deslizar minha cabeça contra os ladrilhos, me fazendo gemer de dor — Que bom que chegamos a um consenso, meu amor.
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Atualizado até capítulo 84
Comments
Maria Sena
Isso é estrupo, além de ser uma covardia.
2024-08-19
0
Berenice De Souza
que idiota.
2024-01-21
0
Neria Silva
babaca estupidovai pagar pelo que fez
2024-01-21
2