A Babá Nada Perfeita

A Babá Nada Perfeita

1- O inicio

Valentina Narrando...

— Eu não aguento mais — gritei, já não aguentava mais ser tratada assim — a Senhora trata-me como uma qualquer, nem parece ser irmã da minha mãe.

— Valentina, não ouse falar comigo dessa forma. Eu dei-lhe um teto, comida, água e até um quarto.

— Só me deu isso porque eu estava de luto, se não fosse isso acredito que me trataria pior — falei já subindo as escadas em direção ao meu quarto

— Onde você pensa que vai? Ainda não terminou de limpar a cozinha — grita tentando chamar a minha atenção

— Vou pegar as minhas coisas e sair dessa casa, você não me respeita como eu mereço. Tenho certeza que vou achar algo muito melhor.

Fecho a porta do quarto causando um estrondo pela casa.

Já passei por tantas coisas que não sou obrigada a escutar pessoas me humilhando.

Todo o mundo tem limites, e eu também.

— Você acha mesmo que vai conseguir um trabalho? Olha o seu jeito desengonçado — para na frente da porta de saída me impedindo de passar. Essa mulher tira-me do sério.

— Se não gosta do meu jeito, porque ainda me atura?

— Porque eu prometi a uma morta que cuidaria de você.

— Não se dirija assim para falar da minha mãe — não sei o que aconteceu, subiu-me uma raiva na hora que não pensei duas vezes antes de ir para cima daquela mulher. Nem me lembrava que ela era minha tia.

Senti a minha mão arder, não sabia que iria ser tão forte, só sei que no momento da raiva não pensei direito.

Sai pela porta da frente sem olhar para trás. Não sei para aonde vou, não tenho para aonde ir. Só tenho algumas peças de roupa que couberam na mala, nada mais.

Segui sem rumo, só fui a seguir a rua. A minha sorte ser meio da manhã, ainda tinha tempo de pensar para aonde ir.

Avistei uma placa procurando babás, acredito que seja uma boa oportunidade. Já cuidei muito da minha prima enquanto a minha tia saia para trabalhar, uma pequena experiência eu tenho. Não custa nada tentar.

Criei um currículo rápido sentada num banco na calçada. Enviei para o número de contato da vaga, agora é só aguardar ser chamada.

Andei mais um pouco, parei num posto de gasolina para tentar tomar um banho. Sai do banho e avistei uma velha amiga da minha mãe.

— Dona Marta, tudo bem? Sou eu, filha da Janete.

— Valentina, meu amor! Como cresceu — falou enquanto me abraçava, um abraço de saudade — Estou bem e você?

— Estou meio abalada, sai da casa da minha tia — abaixei a cabeça sabendo que estou sem rumo.

- O que aconteceu? Saiu derrepente ou ela te expulsou?

— Sai por que quis. Ela tratava-me como uma criada. Não aguentava mais isso.

- Minha querida, a sua mãe deve estar tão mal por saber que era assim, ela prezava tanto pelo seu bem. Mas já sabe para onde vai?

— Ainda não, mas já enviei um currículo.

Vejo que ela me olha com uma expressão de pena.

— Ei, na casa onde eu trabalho estão a contratar, é para vaga de babá, se quiser ir comigo até lá já te apresento para o meu chefe.

— Se não for muito incômodo eu aceito. Não tenho nem dinheiro pro almoço de hoje, qualquer ajuda é bem-vinda. Obrigada!

— Não precisa agradecer, até porque não tenho certeza que será contratada — ela diz-me com um lindo sorriso, isso faz-me lembrar de quando era criança. Dona Marta vivia lá em casa e era como uma vó para mim.

Fomos andando até a casa onde a Dona Marta trabalhava, na verdade, era uma mansão. Ela trabalhava pro dono da maior empresa de Seattle, o Sr. Breno Kanon, dono da LifeMack. A empresa de tecnologia mais avançada dos EUA.

— Chegamos, caminho meio longo, mas chegamos.

— Um pouco — solto um riso — preciso de uma água e recupero-me num instante.

Entramos na mansão, era linda. Possuía uma escadaria enorme do canto da sala, a decoração era toda em branco com vários quadros que eram com certeza muito caros, dava até medo de encostar.

Fomos direto para cozinha, onde fui apresentada para Judith. Uma mulher linda e sorridente que me acolheu com muito carinho.

Chegou a hora do almoço e quase obrigaram-me a almoçar com elas. Fiquei meio sem graça, mas se não fosse elas eu não teria o que comer.

Conversamos e rimos muitos, as duas são muito alegres e falaram que me ajudariam até eu conseguir um emprego.

— Posso saber o que está acontecendo aqui?

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Comments

Gildete Maria

Gildete Maria

pôr favor autora gosto de ler e ver os personagens dá mais ânimo pra ler

2023-10-02

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