Valentina Narrando...
— Eu não aguento mais — gritei, já não aguentava mais ser tratada assim — a Senhora trata-me como uma qualquer, nem parece ser irmã da minha mãe.
— Valentina, não ouse falar comigo dessa forma. Eu dei-lhe um teto, comida, água e até um quarto.
— Só me deu isso porque eu estava de luto, se não fosse isso acredito que me trataria pior — falei já subindo as escadas em direção ao meu quarto
— Onde você pensa que vai? Ainda não terminou de limpar a cozinha — grita tentando chamar a minha atenção
— Vou pegar as minhas coisas e sair dessa casa, você não me respeita como eu mereço. Tenho certeza que vou achar algo muito melhor.
Fecho a porta do quarto causando um estrondo pela casa.
Já passei por tantas coisas que não sou obrigada a escutar pessoas me humilhando.
Todo o mundo tem limites, e eu também.
— Você acha mesmo que vai conseguir um trabalho? Olha o seu jeito desengonçado — para na frente da porta de saída me impedindo de passar. Essa mulher tira-me do sério.
— Se não gosta do meu jeito, porque ainda me atura?
— Porque eu prometi a uma morta que cuidaria de você.
— Não se dirija assim para falar da minha mãe — não sei o que aconteceu, subiu-me uma raiva na hora que não pensei duas vezes antes de ir para cima daquela mulher. Nem me lembrava que ela era minha tia.
Senti a minha mão arder, não sabia que iria ser tão forte, só sei que no momento da raiva não pensei direito.
Sai pela porta da frente sem olhar para trás. Não sei para aonde vou, não tenho para aonde ir. Só tenho algumas peças de roupa que couberam na mala, nada mais.
Segui sem rumo, só fui a seguir a rua. A minha sorte ser meio da manhã, ainda tinha tempo de pensar para aonde ir.
Avistei uma placa procurando babás, acredito que seja uma boa oportunidade. Já cuidei muito da minha prima enquanto a minha tia saia para trabalhar, uma pequena experiência eu tenho. Não custa nada tentar.
Criei um currículo rápido sentada num banco na calçada. Enviei para o número de contato da vaga, agora é só aguardar ser chamada.
Andei mais um pouco, parei num posto de gasolina para tentar tomar um banho. Sai do banho e avistei uma velha amiga da minha mãe.
— Dona Marta, tudo bem? Sou eu, filha da Janete.
— Valentina, meu amor! Como cresceu — falou enquanto me abraçava, um abraço de saudade — Estou bem e você?
— Estou meio abalada, sai da casa da minha tia — abaixei a cabeça sabendo que estou sem rumo.
- O que aconteceu? Saiu derrepente ou ela te expulsou?
— Sai por que quis. Ela tratava-me como uma criada. Não aguentava mais isso.
- Minha querida, a sua mãe deve estar tão mal por saber que era assim, ela prezava tanto pelo seu bem. Mas já sabe para onde vai?
— Ainda não, mas já enviei um currículo.
Vejo que ela me olha com uma expressão de pena.
— Ei, na casa onde eu trabalho estão a contratar, é para vaga de babá, se quiser ir comigo até lá já te apresento para o meu chefe.
— Se não for muito incômodo eu aceito. Não tenho nem dinheiro pro almoço de hoje, qualquer ajuda é bem-vinda. Obrigada!
— Não precisa agradecer, até porque não tenho certeza que será contratada — ela diz-me com um lindo sorriso, isso faz-me lembrar de quando era criança. Dona Marta vivia lá em casa e era como uma vó para mim.
Fomos andando até a casa onde a Dona Marta trabalhava, na verdade, era uma mansão. Ela trabalhava pro dono da maior empresa de Seattle, o Sr. Breno Kanon, dono da LifeMack. A empresa de tecnologia mais avançada dos EUA.
— Chegamos, caminho meio longo, mas chegamos.
— Um pouco — solto um riso — preciso de uma água e recupero-me num instante.
Entramos na mansão, era linda. Possuía uma escadaria enorme do canto da sala, a decoração era toda em branco com vários quadros que eram com certeza muito caros, dava até medo de encostar.
Fomos direto para cozinha, onde fui apresentada para Judith. Uma mulher linda e sorridente que me acolheu com muito carinho.
Chegou a hora do almoço e quase obrigaram-me a almoçar com elas. Fiquei meio sem graça, mas se não fosse elas eu não teria o que comer.
Conversamos e rimos muitos, as duas são muito alegres e falaram que me ajudariam até eu conseguir um emprego.
— Posso saber o que está acontecendo aqui?
Valentina Narrando
— O que está acontecendo aqui?
Vejo parado um homem alto na porta da cozinha, vestindo um impecável terno preto que não continha uma única marca de amassado. Dava para perceber que por baixo do terno era um homem musculoso, com uma cara sombria que causaria medo em qualquer um.
— Sr. Kanon, chegou cedo hoje — disse Dona Marta, o que me fez tirar a atenção dele para ela.
Era quase impossível parar de olhar para aquela beldade, ainda mais quando aqueles olhos me encaravam de um jeito que nem sei explicar, só sei que me arrepiava da forma que ele me fixava.
— Ligaram da creche, Diana não estava bem e fui buscá-la. — ele falou tudo sem tirar os olhos de mim.
Mesmo quando tentava disfarçar o meu olhar que queria estar vidrado nele, percebia ele encarando-me.
— Vou fazer uma sopa e levar para a nossa pequena — disse Judith e indo para a parte do balcão, já preparando os legumes que iam ser cortados.
— E posso saber quem é ela, Marta? — pela primeira vez ele tirou o olhar de mim.
Não entendi o meu corpo, ele não se sentia aliviado pelo olhar ter saído, mas sim vazio, como se ele precisasse daquele olhar nele novamente.
O meu corpo estava se sentindo desejado, o que era completamente errado.
Ele deve ser mais de dez anos mais velho que eu.
Um homem com cara de pegador e experiente de olho em mim que sai de um relacionamento onde se.xo não era a melhor coisa a ser feita.
E o mais estranho de tudo, eu gostei disso.
Bom, o meu corpo gostou, mas minha mente não queria parar de pensar o quanto isso era errado.
...
Breno Narrando
— Essa é Valentina, a filha de uma amiga. Valentina, Esse é o Sr. Kanon.
A menina com o olhar mais inocente e puro do mundo olhava-me, olhava não, encarava-me.
Aquela menina com o olhar mais doce me fez tremer pela primeira vez sobre uma mulher.
Valentina!
Esse nome ecoava pela minha mente como se eu nunca devesse esquecê-lo, ou talvez para não esquecer a bela dama com esse nome a minha frente.
Estendi a minha mão para a garota, ela fixou-se no meu olhar que eu não sabia o que fazer, o meu corpo me traiu da pior maneira.
Eu estava com o pa.u completamente duro e me segurando para não ser visto.
Droga!
— Prazer, Breno Kanon. — disse tentando fazer com que aquilo acabasse o mais rápido o possível.
O meu pa.u não aguentava mais.
— Valentina Hernandez — ela fez uma pausa enquanto apertava a minha mão, e nisso ela molhou os lábios com a língua, como se quisesse me provocar. Essa menina não pode estar me provocando, olhar esses olhos doces e pensar o errado me fez parecer um perver.tido. — O prazer é meu Sr. Kanon.
Agora eu enlouqueço.
Sr. Kanon? Sério?
Como ela me chamando assim poderia me deixar louco?
— Tenho que ir Marta, qualquer coisa estarei no escritório.
Eu precisava sair o mais rápido o possível dali.
— Sr. Kanon, espere — Marta fala antes que eu possa me virar — Valentina precisa de um emprego. Ela saiu da casa da tia e não teve nem dinheiro pro almoço de hoje.
Aquela moça linda precisava da minha ajuda, e olhar para ela sem jeito pela situação que acontecia, deixava-me impossibilitado de dizer um não.
— Marta falou-me que precisam de uma babá, eu cuidei por muito tempo da minha prima enquanto morei com a minha tia. Não serei a moça com maior experiência em tentar a vaga, mas prometo que se me der essa oportunidade, eu irei cuidar muito bem da sua filha.
O olhar dela fazia eu desprezar-me por pensar em coisas erradas, eu sou um cana.lha.
— Claro que eu ajudaria até ela se acostumar com a rotina da Diana.
Marta tirou os meus pensamentos mais errados o possível com essa mulher.
— Dou-lhe um mês como teste, se você adaptar-se bem a vaga efetiva é sua. — O que eu acabei de dizer?
Coloquei a minha filha de apenas 3 anos na mão de uma menina sem experiência por não conseguir dizer um não?
Essa mulher vai tirar-me do sério se ficar um mês nessa casa, quem dirá ser efetivada.
— Muito obrigada! — nem terminei de escutar a sua fala e senti braços em volta do meu corpo.
Aqueles braços em volta do meu pescoço fez-me arrepiar. Arrepiei com um simples toque e me derreti ao sentir seu cheiro. Um cheiro doce.
Esse maldito cheiro fez com que os meus braços que estavam soltos sem reação alguma, retribuísse o abraço.
O ma.ldito corpo se encaixava perfeitamente no meu.
— Huhum — ouvi Marta nos tirar daquele transe.
Olhei e observei o seu rosto fechado com um olhar que falava mil palavras.
"Não toque nessa menina que você terá que se ver comigo"
Era isso que os seus olhos falavam. Ela parecia ser a mãe de Valentina naquele momento.
— desculpe-me — senti Valentina se afastar rapidamente, parecia que o que ela acabara de fazer era muito errado. — perdoe-me, foi no impulso, eu...
— Não precisa se desculpar — dei um sorriso em direção ao rosto de Valentina, o rosto que estava vermelho igual um pimentão da vergonha que ela pensou que passou.
— Vou mostrar o quarto para ela, assim ela pode ir a desfazer as malas enquanto Diana não acorda. — Marta estava certa, Valentina só ia ter descanso enquanto Diana dormia — Vamos? — perguntou e foi a caminhar em direção aos quartos dos empregados.
— Espere — que mer.da que eu fiz, por que eu disse isso — Marta, a leve para o quarto do lado do de Diana, assim ela consegue ficar mais perto caso Diana a chame — Marta fuzilava-me com o olhar — Vamos fazer um teste, pode ter sido por isso que a última babá não aguentou.
— O que aconteceu com a última babá? — Valentina olhou assustada.
— Diana faz as pessoas se cansarem muito rápido. — ela lançou-me um olhar de interesse na história- Fazia a antiga babá subir e descer as escadas a mandando para o seu quarto e pedindo para voltar.
A história era verdadeira? Não
Era só uma desculpa que eu não o seu por que usei.
Marta que sabai que era mentira só colocava o seu pior olhar sobre mim, um perver.tido que trazia toda a semana uma mulher diferente para se satis.fazer.
Valentina Narrando
Depois de Marta me direcionar para o meu quarto, já fui abrindo minhas malas e arrumando minhas coisas
Logo escuto uma batida na porta.
- Entre - falei ainda de costas para a porta que eu escutava ser aberta
- Valentina - era Marta - vim conversar. - disse com uma voz tão calma que me deixou de certa forma assustada
- Pode falar Marta, sou toda ouvidos - dei um sorriso enquanto me viarava para ela.
Marta fechou a porta e se sentou na beirada da minha cama
- Tome cuidado com o Sr. Kanon - franzi minha testa ao saber do que se tratava o assunto da conversa - Eu vi como se olharam e principalmente como ele te olhou.
Me.rda!
Tava tão presa ao olhar do Sr. Kanon que nem percebi que alguém poderia notar.
- Não sei do que está falando Dona Marta - menti na cara dura - E mesmo se soubesse, eu sei me cuidar, não sou mais uma criança- agora eu não menti, talvez um pouco.
- Não me engane Valentina, posso ter me afastado a uns anos, mas sei muito bem o que rolou entre você e o Sr. Kanon lá em baixo.
Por que eu não consigo mentir?
- Dona Marta, eu sei me cuidar e também sei o quão errado é me envolver com o meu chefe - ela deu um suspiro de alívio - tomarei cuidado está bem?
- Ótimo! Sr. Kanon é um daqueles que está toda semana com uma diferente, não se engane por ele. Eu só quero te proteger.
Foram as palavras que minha mãe diria, me deu um aperto no peito saber que ela não estava aqui para me dizer isso, mas ela pediu para que alguém falasse.
- Fique tranquila, não irei me envolver com ele.
Não sei se houve ou não mentira nas minhas palavras, eu realmente não sabia.
Parte de mim sabia que não poderia se envolver.
Já outra me pedia pra experimentar pelo menos o gosto da sua boca na minha.
Que droga!
Marta saiu do quarto e voltei a arrumar as minhas coisas, quando estava finalizando escuto a porta se abrir.
- Qual informação de mãe a Senhora esqueceu de me passar sobre o Sr. Kanon? - disse já sabendo que Dona Marta teria voltado para dar mais um sermão.
- Não é a Marta - a voz do Sr. Kanon ecoou pelo quarto me fazendo gelar. Que merda eu acabei de dizer - Mas gostaria de saber o que Marta falou de mim
Me virei sabendo que seria um erro manter contato visual com aquela perdição.
— Me perdoe Sr. Kanon. Eu, eu... — ele interrompe-me, pelo menos eu não preciso terminar a frase que nem sei como continuar.
— Não se desculpe, eu que entrei sem bater. — ele diz e olha-me com um sorriso travesso, querendo que eu não sinta vergonha. — mesmo assim quero saber o que ela disse sobre mim.
O maldito sorriso continuava naquele lindo rosto. O que acontecia comigo?
...
Breno Narrando
— É, eu acho melhor você não saber — ela falou na minha cara, que coragem.
Isso fez-me soltar um riso, não sabia que seria tão direta.
— Deixa eu adivinhar — Marta era a mãe da casa, já sabia o que ela dissera. Eu lembrava-me como ela me olhou quando falei sobre o quarto da Valentina ser perto do meu. — Marta disse que eu não presto não é?
— Sim, — ela deu um riso e abriu um sorriso. Meus amigos, e que sorriso. Dava para derreter um Iceberg com esse sorriso.
— E falou para não se envolver comigo — eu sabia exatamente o que Marta disse, era impressionante como ela tinha a coragem de falar de mim assim — Marta não muda o jeito de mãe dela e o jeito que ela pensa sobre mim.
— Falou exatamente assim — ela deu aquele sorriso de novo, eu não sabia como, mas consegui segurar-me.
— Eu falei que já sabia — falei com um sorriso no rosto e fui na sua direção
— E eu acredito que ela esteja certa — ela deu um passo para trás — e Marta ficaria brava comigo se me envolvesse com você.
Ela realmente estava certa, mas eu não queria que tivesse
— Mas ela não precisa saber — dei mais um passo fazendo ela recuar novamente e encostando as costas na parede do seu quarto — estou errado quanto a isso?
— Si... Não — ela pigarreou, me deixando saltitante por dentro.
Aproximei-me mais e ela me encarou. Com a respiração mais pesada ela não disse nada, apenas apoiei o meu braço na parede, na altura do seu rosto.
— Sr. Kanon — ela sussurrou, me deixando com mais vontade de atacar a sua boca.
— Breno, por favor — dei uma pausa e molhei os meus lábios com a língua — não precisa de formalidade com alguém que está prestes a beijar a sua boca — ela balançou a cabeça positivamente e fez com que eu aproximasse o meu rosto ainda mais.
Os nossos rostos estavam colados, a minha bochecha roçando a sua deixava-me com ainda mais vontade. A minha boca estava perto do seu ouvido e ela conseguia ouvir a minha respiração.
— Posso ou vai denunciar-me para Marta por isso? — sussurrei em eu ouvido
— Eu não irei te denunciar Breno — Ela sussurrou para mim, fazendo com que as palavras que ela disse ficassem mais sensuais.
Ela falou as palavras que eu mais queria ouvir, a sua aprovação fez com que você eu não perdesse tempo.
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