Os Amores Das Nossas Vidas
Samily Amaral 16 anos
Estava eu pensando sobre o que vestir para ir a festa na praça da cidade, fazia quase dois meses que havia voltado a minha cidade natal ainda não sentia ânimo algum em sair, fazer amigos ou rever antigos, mesmo na escola estava isolando no canto em silêncio.
Ainda estava enfrentando a mágoas no meu coração, olhando para o celular e me segurando para não ligar. Já havia chorando, sentindo febre e uma tristeza que achei que fosse me matar. Desilusão dói, e quando vem do seu primeiro amor, deixa muitas marcas.
Deixei o celular de lado, respirando fundo peguei uma blusa e saia jeans, tênis, nada muito ousado ou colorido, não tinha mais humor pra sorrir nos últimos meses.
Meu celular toca e olho por cima, meu coração não bate acelerado como fazia antes, depois de meses sem uma única ligação, sabia que não podia ser quem esperava.
— Oi! Respondo vendo que é meu irmão Andrew.
— Oi, onde você está, já estamos aqui! Ele diz e posso escutar sua voz alto sobre uma música ao fundo.
— Estou indo! Respondi indo me trocar.
— Anda logo Sam, você disse que vinha! Andrew diz e desliga sem me deixar falar, Com certeza iria dá uma desculpa e não ir.
Mas devia ir, tinha prometido comemorar com meu irmão o fato de ter conseguido um bom emprego.
Me arrumo e saio do quarto, encontrando meu tio e tia assistindo. Me despeço e pego minhas chaves saindo.
Caminho sozinha, a um movimento na rua, não acontece muitos eventos na cidade pequena, e a festa da igreja antecede vários eventos antes do carnaval o que deixa as pessoas animadas para sair.
Na metade do caminho, resolvo atravessar a rua para seguir na calçada menos movimentada, no momento que um carro passa com um grupo do rapazes animados dentro, gritam cantadas, o que achei muito exagerado, nunca me achei bonita, e só podia pensar que eles tinham bebido. Não dou importância e sigo, sem presta atenção ao redor, seguindo meu caminho.
Meu celular volta a tocar e peguei do bolso.
Andrew novamente.
— Estou quase chegando. Falo ao atender.
— Estamos na lanchonete, a que fica de frete com o posto, só para avisar. Andrew diz.
— Não ia me esperar na praça? Pergunto Irônica.
— Sim mas aqui é perto, onde você está?
Olho o caminho e mudo a rota virando na esquina.
— Chegando na principal, já chego aí, se não mudar de lugar novamente! Reclamo.
— Olha é ela! É a morena!
Escuto sussurros, o que me faz levantar o olhar e vejo um rapaz alto falar ao grupo de garotos na calçada do mesmo carro que passou por mim a pouco, ignoro passando por eles encostados no carro.
— Oiii! Alguém deles fala.
Mesmo sem olhar para eles respondo. — Oi. Continuando no caminho.
— Vamos ficar aqui até chegar! Andrew diz com tom de riso. Desligo o celular e colocando no bolso indo encontrá-lo.
Uma caminhada de uns duzentos metros e chego a lanchonete, a bastante pessoas ali, mesas cheias, som e conversas altas, olho em volta e vejo meu irmão acenar e me aproximo desviando de algumas mesas.
Andrew tem um largo sorriso, a gente não se via a dias, mesmo na mesma cidade, ele tinha estudos e trabalho e tinha minha escola e que cuidar da minha tia, e estávamos morando em casas diferentes era a primeira vez que ficávamos longe um do outro.
— Ei baixinha enfim veio! Andrew me apertou em abraço que me senti tão feliz, até mesmo meu coração se agitou, queria poder estar mais próxima dele e contar muito do que passei nos últimos meses e tirar tanta dor de mim, mas não conseguia, a dor e vergonha me consumiram, e não conseguia falar nada.
— Ei não disse que tinha namorada! Um rapaz na mesa disse.
— É a minha irmã seu tapado! Andrew fala ao colega.
— A como ia saber! O rapaz diz pegando um copo e bebendo.
— É ela é bonita pra ser sua irmã! Outro comenta eles rindo.
— Meu Deus, como vocês são idiotas! Uma moça com pele bem clara e cabelos ruivos diz. — Não liga não, eles são bestas assim mesmo. Ela olha para mim com um sorriso largo. — Sou Yara, Caio, Ricardo. Ela diz apresentando.
Não estava muito importando com os comentários, pelo tom deles percebi que era uma brincadeira e sorri.
— Samily, Olá. Falo a todos e pego uma cadeira vazia na mesa.
— Como está no trabalho? Pergunto a meu irmão.
— Bem, o pessoal é animado. Andrew diz.
— Somos doidos! A Yara diz rindo.
— Trabalham lá? Pergunto olhando eles e todos confirmam.
— Parece animado esse mercado, vou lá algum dia desses. Falo.
— Vai mesmo, ficarei feliz em atender no caixa! Yara diz.
— Como sou do açougue, posso fazer uns ótimos cortes. José um morrendo esguio diz e pisca o que faz todos rirem.
— Sou um mero entregador, ao seu dispor Caio, quem fala fazendo uma reverência, todos parecem bem animados, olho para mesa vendo alguns copos.
— É já bebemos um pouquinho! Meu irmão diz e todos voltam a rir.
— Percebi. Falo e não contenho sorrir, não tinha feito isso a dias, é bom ter um momento de descontração com pessoas alegres.
As conversas fluíram, sobre o trabalho deles, Andrew estava empolgado era primeiro trabalho com carteira registrada, estava muito feliz, o pessoal na mesa foi legal com ele. Não era difícil fazer amizade com Andrew ele sempre foi muito alegre e gentil e estava muito feliz por ele já ter feito amigos no novo trabalho.
— Ah soube que tem um novo orelha seca também! Yara fala para Ricardo.
— Sim, resolveram contratar outro, o Marcos foi promovido ontem! Ricardo diz bebendo uma cerveja.
— Orelha seca! Pergunto curioso com essa função no mercado.
— É o nome dado para o açougueiro novato em experiência. Ricardo Explica. — Mais ele não é novo, a gerente só transferiu da entrega.
— Quem da entrega? Yara pergunta.
— O polaquinho. Caio diz.
— Ah não! Ele é tão bom ajudante. Yara reclama.
— Mentira, ele é muito magro, vai se matar com as caixas qualquer hora. Caio diz rindo.
— Que maldade, achei que ele ia ficar nas sessões. Yara não parece gostar muito de perder o colega próximo.
— Foi ele que pediu para passar para açougue, como faltava um, eles não viram problema nele ir aprender, espero que ele não se machuque, e bem desengonçado. Ricardo diz em deboche.
— Para gente ele é muito trabalhador! Andrew que estava escutando e bebendo diz.
— Hum defendendo o coleguinha! Que intimidade toda essa amigo? Caio questiona com um olhar risonho os outros rindo.
— Estou dizendo o que é verdade. Andrew diz.
— Realmente ele trabalhador. Yara também diz.
— Bem, vamos vê se ele aguenta o trampo, no açougue não é fácil não! Ricardo diz.
Eles continuam conversando sobre o trabalho e depois de pedir um refrigerante, fico olhando em volta. Vejo quando o grupo de rapazes passam, caminhando em direção a praça onde a festa com evento e comidas típicas da cidade está acontecendo. É o mesmo grupo do carro e agora algumas garotas estão junto.
— Vamos lá, acho que vai começar as apresentações! Yara fala sobre a festa e todos concordam indo. O lugar está cheio, e fica difícil chegar próximo do palco para vê as apresentações.
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Atualizado até capítulo 275
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