pai desnaturado

Seis meses se passaram e eu cuidava da minha filha sozinha, minha avó já era bem de idade e me passava os ensinamentos que ela sabia, como curar o umbigo, trocar fralda, aliviar as dores de barriga que a bebê tinha e tudo que uma mãe precisava pra cuidar de uma criança, não era fácil,mas eu me esforçava pra fazer o melhor,fora as despesas que ficaram maiores, então eu redobrei o trabalho confeitando mais bolos, fazendo os salgados e tudo que eu podia pra aumentar a renda dentro de casa, minha vó tinha a aposentadoria mas eu não ia ficar as custas só do ganho dela.

Minha filha já estava sentando, e engatinhando,linda e saudável,

era a cara do Denis e eu sempre lembrava dele quando olhava pro rostinho da minha filha, sabia que ela não tinha culpa de nada,e o que eu tinha que fazer era dar o meu melhor como mãe pra ela....

Até que certa manhã, Vilma foi até a minha casa, me chamou e disse que o Denis estava na cidade e queria me ver, tinha ido até a lanchonete da dona gracinha e pediu que uma delas fosse me chamar,,, ele estava na praça principal e pediu que eu fosse até lá!

Eu rapidamente fui,do mesmo jeito que estava, vestido florido surrado, e chinelos nos pés..bem diferente do dia que ficamos....

Ele estava lá e com cara de poucos amigos,um semblante frio e ao me ver seu rosto modificou numa expressão de raiva e ódio.

naquela hora eu senti medo, mais fui até onde ele estava!.

E eu já fui logo perguntando o que ele estava fazendo na cidade depois de tanto tempo,se tinha se arrependido de ter mandado me atropelar grávida da filha dele!? Denis não respondeu "'e nem seguer olhou nos meus olhos, só deu deu um sorrisinho debochado e culposo, falou que tinha vindo exatamente pra conversar comigo sobre isso, ele já sabia que eu já tinha tido a bebê e pelo sinal era linda, e a cara dele , mais ele iria ser direto e objetivo, não poderia assumir a paternidade e eu muito menos iria poder pedir pensão pra ele , ele era um homem comprometido, já tinha uma noiva e um casamento milionário, não poderia estragar o casamento dele com uma aventura de carnaval,e foi eu qem infelizmente escolheu esse destino pra mim quando resolvi ter a criança, enfim ele não poderia assumir e muito menos registar a minha filha que até aquele momento não tinha nome de pai na certidão de nascimento...

Eu disse pra Denis que sabia dos meus direitos e qualquer filho tinha que ter o nome do pai e direito a pensão,seja ele o pai que for, o mais rico e o mais pobre,que ele estava totalmente errado dizendo que não ia assumir a paternidade que era uma obrigação dele ,mesmo ele não querendo nem saber da filha dele...

ele disse que com ele era diferente,era filho de advogados, era um homem poderoso, super protegido,e não era pra mim continuar com aquela história, ele não ia assumir e pronto,foi eu que escolhi ter a criança então eu que me virasse com ela,e era melhor eu não insistir,pois senão eu iria arcar com severas consequências futuramente! disse,entrou num carro e foi embora sem ao menos ver como era a filha dele....

Vilma que estava me esperando sentada na praça escutou tudo e disse que eu tinha direito sim, e ele não podia me ameaçar daquele jeito,eu poderia ir a polícia,ou sei lá, fazer alguma coisa e mostrar que eu não tinha medo dele...

eu balancei a cabeça negativamente, e disse que não!o melhor a fazer era seguir em frente e continuar cuidando da minha filha sozinha igual eu já fazia mesmo....

O tempo passava lentamente,e com o tempo os anos da minha filha também, depois daquele dia infeliz que Denis me ameaçou nunca mais vi rastros dele, mais eu ainda tinha muito medo de qualquer coisa que ele fosse fazer contra mim e minha filha,eu dava duro pra dar o melhor pra ela,as vezes passava noites em claro fazendo as encomendas das padarias e mercados centrais das cidades vizinhas, eu, Júnia e Vilma íamos longe levar as encomendas até os grandes mercados ,as vezes voltavamos de carona ou de ônibus circular, deixava Brenda sobre os cuidados de dona gracinha, até eu chegar exausta de tanto trabalho durante o dia.

Minha rotina era essa ,mesmo muito nova depois que tive a minha filha adquiri uma enorme responsabilidade de vida, e vivia só pra ela,era casa, trabalho e ir a missa com a minha vó, que era tudo pra mim,eu não tinha mais ninguém a não ser as duas na minha vida...

Eu não pensava em ter ninguém mais depois daquela decepção,eu já tinha estragado o meu futuro mesmo, só estava apenas com 17anos, e uma filhinha de dois anos que era a minha essência, minha fortaleza, e a razão pra que eu acordasse todos os dias e pensasse em algo bom pra minha vida! mas ninguém iria querer uma garota mãe solteira e pobre, isso eu pensava até conhecer o Adam um viajante que trazia frios e congelados pra feira de Santana onde eu e as meninas entregavam as nossas mercadorias....

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