No outro dia meu pai saiu cedo do hotel onde estamos, ele nem me acordou ou ao menos considerou me levar para onde seja que ele foi. Não posso o repreender, afinal fiquei muitos anos fora, então ele nem deve ter mais o costume ter alguém ao seu lado.
Aproveito para ligar meu celular e colocar em dia as mensagens que estavam paradas graças a minha mãe, isso levou muito mais tempo do que eu esperava e acabo me assustando com a chegada do meu pai.
— Ainda está aqui?
— Estaria onde?
— No seu apartamento arrumando suas coisas, afinal amanhã você tem que estar na logística as sete da manhã.
— Só me explica um detalhe — meu pai me olha atentamente — Como vou entrar no apartamento?
— Que pergunta mais idiota, Liam, com a chave — ele enfia a mão no bolso e retira chave do apartamento, nessa hora preciso de um esforço tremendo para não começar a gargalhar, mas assim que ele olha para a chave em sua mão e olha nos meus olhos não me aguento e começo a gargalhar com ele.
— Bom, agora que sabemos com quem está a chave, vou oficialmente me mudar — ele joga a chave em cima da cama ainda rindo.
— Passei no apartamento e vi que seu carro já foi entregue — confirmo com a cabeça, afinal recebi a notificação — E Ash?
— Vou passar para buscar ele amanhã cedo.
— Não amanhã cedo você vai para a empresa — meu pai me repreende tanto com a voz como o olhar.
— Pai, você ficou fora praticamente o dia todo com a chave em seu bolso e quer que eu faça tudo agora?
— Merda… — ele senta suspirando na poltrona em frente a cama.
— O que está acontecendo?
— Nada que tenha que se preocupar, amanhã faça a sua mudança e vai à empresa na segunda.
Minha mudança nada mais é do que as poucas roupas que trouxe, afinal não planejo ficar por muito tempo, além de alguns itens decorativos. Hoje meu pai me deixou sozinho desde cedo me informando que tem alguns assuntos para tratar, mas se não quer me envolver aproveito para não me preocupar antes da hora.
Após comprar os suprimentos vou ao veterinário que estava cuidando do Ash, ele como sempre não esboça agitação a me ver, esse treinamento dele foi árduo, mas conseguimos o deixar o mais protetor possível e claro extremamente controlado. Posso o deixar perto de qualquer animal ou pessoa que ele não atacará sem motivo.
Não tive problemas com ele dentro carro ou enquanto estava subindo com as coisas, claro que não encontrei ninguém no meio do caminho, mas na última vez que subi tive o desprazer de conhecer minha vizinha, estava subindo as escadas tranquilamente com Ash ao meu lado quando escuto um grito que fez minha alma sair correndo.
— Como um monstro como esse está sem focinheira? — escuto a voz daquele ser minúsculo gritando conosco, não consigo acreditar que ela consegue gritar tanto.
— Ele não é monstro e não precisa gritar.
— Como não? Ele vai me matar — nessa hora um rato sai pela porta e vejo Ash fazer algo que anos não vejo, ele sai correndo atrás daquele rato…
— Ele vai matar a Kiki — ela volta a gritar sapateando no mesmo lugar já começando a chorar.
— Sai da minha frente — acabo sendo mais grosso a empurrando para o lado, mas paraliso ao ver Ash lambendo aquele rato que não latia, Ash apenas demonstrava… felicidade?
— Seu grosso — ela me empurra indo em direção dos dois como uma louca e nesse momento temi pela vida do meu pitbull.
— Calma aí, sua louca, o que pensa que está fazendo? — ela se vira para trás com um olhar tão mortal que realmente fiquei com medo e dou alguns passos para trás temendo pela minha vida agora.
— Louca é a sua mãe.
— Deixa Dona Beatrice fora disso, agora me explica por que tem um rato? — aquele rato-preto vem andando até mim todo majestoso e morde… ele mordeeeeeeee a minha canela.
— Não se atreva — sua voz sai tão baixa que paraliso no lugar — Não morda qualquer coisa Kiki, vamos entrar.
— Como assim qualquer coisa?
— Obrigada por não comer a Kiki — espera ela está falando com meu cachorro? E o pior ele está contente…
Volto até a escada pegar as sacolas que ficaram lá jogadas pelo meu susto com os gritos da vizinha louca e quando chego no meu apartamento, vejo Ash deitado no tapete da porta dela. Que merda está acontecendo aqui?
— O que te deram? Sua casa é aqui — aponto para dentro do apartamento, mas Ash nem se mexe, era só o que me faltava.
Entro com as sacolas deixando a porta aberta para quem sabe assim MEU companheiro canino resolva sair da porta da vizinha. Escuto barulho de chaves e sua porta é aberta, ela me olha mortalmente e com receio ela leva sua mão na cabeça de Ash que ergue sua a cabeça para chegar logo a sua mão a fazendo pular de susto.
— Eu não acredito — me jogo no sofá chamando a atenção dela, que apenas resmunga alguma coisa, mas vejo meu cachorro mais feliz que nunca.
— Aishhhh — ela resmunga e sai andando para a escada com aquele rato na mão e vejo meu cachorro se levantar e ir atrás dela.
— Ash volta aqui — me levanto correndo do sofá e o vejo parado no meio do corredor na dúvida se a segue ou se vem comigo — Isso não está acontecendo… Não é Possível…
Vejo Ash vir ao meu encontro ainda todo cabisbaixo, ele entra e já se deita perto da janela, nem comer ele foi. De qualquer forma fecho a porta ainda indignado com os acontecimentos recentes, isso nunca me aconteceu antes e olha que Ash está comigo tem três anos.
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Atualizado até capítulo 108
Comments
Ameles
a Kiki é fofa
2024-11-17
0
lindalva
Eu aqui rindo à toa e meu marido né sabe o motivo kkkkkkk /Drool//Drool//Drool//Drool//Drool/
2024-05-22
3
Mary Cristina von Mühlen
imaginando.... hahahahahahahahahaha... levou
2023-08-31
3