Capítulo 3

Barcelona, Espanha

Assim que terminou de analisar as informações, Alerrandro Matiné decidiu deixar a empresa. Olhou no relógio: era meia-noite.

Pegou o celular e ligou para o irmão.

"Oi, mano, que horas são para você estar me ligando logo agora? Eu estava indo dormir," Vinícius atendeu, sonolento.

"Estou saindo da empresa agora. Vem me pegar," Alerrandro ordenou.

"Beleza, mano. Chego aí nesse instante."

Alerrandro desceu pelo elevador e esperou na porta da empresa, sob a vigilância de alguns guardas. Não demorou muito para Vinícius chegar de carro.

"Entra, mano," Vinícius disse.

"Está atrasado," Alerrandro retrucou, entrando.

"Ah, qual é? Eu vim o mais rápido possível!"

O carro seguiu, e não demorou para chegarem aos portões da mansão. No caminho, Alerrandro se pegou pensando na foto da filha de Júlio. Ela era muito bonita. Aquilo, de alguma forma, o deixava mais animado para ir buscar o que Júlio havia roubado.

"Alerrandro, você está me ouvindo? Que merda, está viajando?" Vinícius o tirou de seus pensamentos.

"Não estou, só pensando," respondeu, seco.

Alerrandro desceu do carro e caminhou até o portão, que se abriu automaticamente. Ele nem esperou Vinícius levá-lo até a porta principal. Entrou na casa, foi diretamente para o seu quarto, tirou a roupa e se jogou na cama, exausto após o dia cansativo.

Brasil, América do Sul

Luana Rodrigues acordou com o toque do despertador. Levantou, foi ao banheiro, fez suas necessidades e vestiu uma roupa confortável. Não estava com vontade de ir para a faculdade naquele dia; em vez disso, decidiu ajudar o pai na preparação para a festa. Ele mal estava tendo tempo para a família.

Ao descer, encontrou a mãe conversando com Marina, a empregada, de quem gostava muito.

"Filha, vem tomar café. Hoje fiz panqueca de morango, está uma delícia," convidou Fernanda Rodrigues.

"Eu não quero ir para a faculdade hoje, viu, mãezinha? Estou indo no trabalho do papai," Luana avisou.

Fernanda sorriu. "Luana Rodrigues, por acaso você está querendo escapar do que aprontou ontem? Mas, para sua sorte, seu pai falou que é para você ir na empresa hoje, está precisando da sua opinião."

"É por isso que eu amo vocês!" Luana exclamou, aliviada.

Mãe e filha fizeram a refeição juntas. Depois, Luana subiu para vestir uma roupa mais razoável para o ambiente da empresa. Pegou o carro da mãe na garagem e seguiu.

Assim que chegou, pediu à recepcionista que avisasse seu pai de sua chegada enquanto subia.

Antes de entrar no elevador, ela acabou esbarrando em alguém.

"Aí! Está cego, por acaso?" Luana reclamou.

Um homem, que ela logo descobriu ser Gabriel Santos, respondeu: "Perdão, eu não vi você. Eu estava olhando meu celular e não percebi que você estava vindo. Apesar de que, se você fosse um pouco mais alta, talvez eu tivesse visto."

"Engraçadinho, você," Luana respondeu, irritada. "Mas eu não tenho tempo para ficar discutindo com palhaço." Ela odiava quando tiravam sarro de sua altura.

Ela entrou no elevador e foi direto para a sala do pai. Ao entrar, Júlio Rodrigues já a esperava.

"Oi, filha. Estava esperando você. Eu não vim com você mais cedo para a empresa porque tive que sair bem cedo e não queria acordar minha princesa. Mas, então, eu estou com alguns projetos para a festa e estou precisando da sua ajuda para me dizer alguma coisa sobre a decoração."

"Tudo bem, pai. Então, pode me mostrar o projeto? Assim a gente pode decidir o que fazer nessa festa."

O tempo passou. Já era meio-dia quando Luana se despediu do pai, pronta para voltar para casa.

Ao sair pela porta, ouviu alguém chamá-la: era Gabriel Santos.

"Oi, percebi que você está indo embora e queria me desculpar com você de verdade. Eu não queria esbarrar em você hoje mais cedo."

"Por que será que eu não sinto sinceridade nas suas palavras?" Luana questionou. "Mas você está desculpado. Então, tchau."

"Espera! Eu ainda não sei seu nome," ele insistiu. "E para provar que estou sendo sincero, o que você acha de sair e tomar alguma coisa neste final de semana?"

"Espera, você está me convidando?" Ela perguntou, surpresa. "Deixa eu pensar... É um 'não' bem grande. E tchau."

"Tchau." Gabriel a observou sair, pensando consigo: Cara, essa mulher é difícil. Mas assim é bem melhor.

Luana pensava o mesmo: Até parece que eu vou estar perdendo meu tempo. Tenho mais coisa para fazer, e ainda estou ocupada.

Ela entrou no carro e seguiu direto para casa. No caminho, ligou para a amiga.

"Oi, tudo bem, miga? O que você acha de ir na minha casa hoje?"

"Pode ser! Você não foi para a faculdade, então eu vou aí. E a festa, miga? Seu pai deixou você me levar, né?" Alissa perguntou.

"Miga, ele deixou! Agora você vai para minha casa. Eu estou dirigindo, tá? Depois falo com você. Tchau."

"Tchau, até daqui a pouco, miga."

Ao desligar, Luana acelerou. Chegando em casa, entrou na garagem, deixou o carro e seguiu para a sala. Encontrou a mãe e a amiga conversando.

"Oi, gente, cheguei! Vamos passar a tarde na piscina?"

"Vamos, amiga! A senhora também, né, dona Fernanda?" Alissa perguntou à mãe de Luana.

"Ah, minhas meninas, eu já estou velha para isso. Vou fazer um lanche para vocês, daqui a pouco eu levo, tá?"

"Tá bom, então. A gente vai trocar de roupa e daqui a pouquinho vamos para a piscina."

"Tá, vamos logo, miga! Já quero mergulhar na piscina, e você vai me emprestar aquele biquíni vermelho, viu, Lua?"

"Tá, miga, agora vamos."

As duas subiram para o quarto, trocaram de roupa e desceram para a piscina. As meninas passaram a tarde toda na água. Depois, foram para a sala de jantar, almoçaram, e então voltaram para o quarto, onde ficaram assistindo televisão até adormecerem.

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