Felipe Santana entra na minha sala, com um dossiê nas mãos.
"Então, Alerrandro, deu muito trabalho, mas encontrei a pessoa que você estava procurando. Aqui, tome as informações."
Eu não levanto os olhos. "Pode deixar em cima da mesa."
"E também," Felipe continua, "o Vinícius me pediu para falar que o homem que você mandou pegar já está no galpão."
Eu finalmente o encaro, a paciência esgotada. "Você poderia me deixar sozinho agora, Santana?"
Assim que Felipe sai, eu me sento na cadeira de couro. Pego o dossiê com as informações daquele homem. Eu era muito novo na época, mas ainda me lembro dele com meu pai. Abro a pasta e começo a ler:
Nome: Júlio Rodrigues Idade: 55
"Então, ele está no Brasil," murmuro para mim mesmo. "Olha o desgraçado, teve até família. Mulher: Fernanda Rodrigues. Filha: Luana Rodrigues."
Fecho a pasta, a raiva fervendo no meu peito.
"Ah, Júlio, você não devia ter roubado meu pai," sussurro. "Agora você vai ter que devolver o que pegou, e eu vou garantir que você pague por tudo, pessoalmente."
No outro lado do continente: América do Sul
Enquanto saímos da primeira aula, eu olho para a Alissa.
"Miga, vamos passar no shopping antes de eu ir para casa? Quero comprar roupas novas," pergunto, surpreendendo até a mim mesma.
Ela me olha com a testa franzida. "Miga, que bicho mordeu você? Você nunca quis ir comprar roupa, sempre dizendo que não liga para isso. Só se você me levar para a festa de gala que vai ter. Eu vi na revista de fofoca que seu pai vai fazer uma festa em homenagem aos quinze anos de sucesso da empresa dele."
"Nossa, miga, eu não sabia," digo. "Deve ser por isso que meu pai saiu mais cedo hoje. Ah, mas vou falar com ele, e depois a gente vai."
Estamos saindo da sala, indo direto para fora da faculdade.
"Já estou vendo os gatinhos que vão estar lá!" Alissa diz, animada. "Miga, você tem que me apresentar alguém nessa festa, tá, Lua?"
De repente, a expressão dela muda.
"Olha quem está vindo aqui: é a puta da Sabrina."
Sabrina se aproxima, com aquele ar de superioridade de sempre, pronta para nos provocar.
"Oi, meninas. Como foram as férias de vocês? Apesar de que eu tenho certeza que não teve nada demais," ela diz, venenosa. "Ah, e mesmo, Alissa, você ainda está com seu namorado? Como era o nome dele mesmo? Não lembro."
Naquele momento, eu sinto a raiva de Alissa. No ano passado, Mateus, o namorado dela, a traiu com Sabrina.
"Olha, Sabrina, sua puta, não venha tirar com a minha cara, não, tá?" Alissa explode. "Não devo nada a você, sua piranha! E ele não era bom na cama mesmo!"
"Calma, Alisson, ela está querendo arrumar briga. Deixa quieto, tá?" Tento acalmar minha amiga, mas o calor já tomou conta.
Todos na faculdade estão olhando.
"Olha, Sabrina, você devia tomar banho," eu digo, sem conseguir me segurar. "Está fedendo a cheiro de mulher oferecida. E você não está com medo de que alguém pegue alguma doença sua? Até porque você é tão invejosa que se eu ou Alissa abraçarmos um cachorro, você pode querer pegar ele também."
Ela avança para me dar um tapa. Instintivamente, pego o braço dela e, com um movimento rápido das minhas aulas de luta livre, acerto um murro de esquerda no rosto dela. O nariz de Sabrina quebra na hora.
O diretor, que passava por ali, viu tudo e chamou as três para a diretoria.
Muito tempo depois, na Diretoria
Estamos sentadas, e o Diretor está furioso.
"Não estou aceitando que vocês estejam brigando na faculdade. Vou ser obrigado a chamar os pais de vocês. Sabrina, por que você vive dando trabalho aqui na escola? Vocês estão fazendo tudo o que dá vontade. Quero uma explicação agora."
"Ah, diretor, foi essa daí que começou!" Alissa se defende. "A gente já estava indo embora, ela veio bagunçar nossa paz, e a Luana não teve culpa."
Sabrina, com a voz embargada pelo choro e pela dor, protesta: "Como assim ela não teve culpa? Ela quebrou meu nariz! Você tem que pagar para ele voltar ao normal!"
Já é tarde. Sabrina passou um tempo na enfermaria, e quase não há mais ninguém na faculdade.
"Está ficando muito tarde. Podem ir embora," o Diretor decide. "Mas quero que os pais de vocês venham amanhã. Podem ir."
"Obrigado, diretor. Desculpe pelo ocorrido, tá?" Eu me levanto.
Saímos e nos despedimos. Alissa vai para a casa dela, e eu sigo para a minha.
Assim que chego, encontro minha mãe sentada, me esperando, com uma expressão séria.
"Então, mocinha, vai me falar o que aconteceu para o diretor pedir para eu ir amanhã na faculdade? Vamos, abra o bico, Luana Rodrigues."
Eu sei que ela está brava; ela nunca me chama pelo nome completo.
"Mãe, a senhora sabe que eu não sou de dar trabalho, mas ela estava ofendendo minha amiga," explico, fazendo uma "cara de choro" que eu sei que amolece o coração dela. "E eu não gosto que falem da minha família. A senhora sabe que a Alissa é importante para mim, mãe."
"Luana Rodrigues, não sei por que seu pai deixou você fazer aula de luta livre!" ela suspira. "Suba para o quarto depois do jantar, tá? Seu pai vai falar com você quando ele chegar."
Eu subo para o quarto, tomo banho e visto um conjunto de moletom da Puma. Desço para jantar. Meu pai já está sentado.
"Como foi seu dia hoje?" ele pergunta, distraído.
"Pai, o senhor não foi me levar hoje para a faculdade. O senhor prometeu," eu o lembro.
"Eu estou muito ocupado esses dias, minha menina, não tinha como levar você," ele explica. "Estou organizando uma festa muito grande. Neste final de semana, você e sua mãe vão comigo. Vai ser muito divertido."
Aproveito a oportunidade. "Posso levar minha amiga? Ela está doida para ir nessa festa."
Nesse momento, a empregada serve a mesa com várias comidas diferentes. Eu adoro as opções que ela faz.
"Sim, filha, pode levar ela," meu pai responde.
Assim que termino o jantar, subo para o meu quarto. Fico assistindo televisão até que o sono me vence.
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Atualizado até capítulo 23
Comments
Marcia Ramalho Mecias
arrebentou ela
2023-07-04
  0
Peter silva
sé eu fosse você eu arebentaria a cara dessa vaca
2023-06-18
  0