"Capítulo dez"

Grace chora deitada ao lado dele e em seguida decide pegar o livro Hamlet de Willian Shakespeare e continua a leitura de onde parou na noite passada, dizendo:

—CONSELHOS DE POLÔNIO PARA SEU FILHO LAERTES: “Vai com a minha bênção, e grava na memória estes preceitos: 'Não dês língua aos teus próprios pensamentos, nem corpo aos que não forem convenientes'. 'Sê lhano, mas evita abastardares-te'. 'O amigo comprovado, prende-o firme no coração com vínculos de ferro, mas a mão não calejes com saudares a todo instante amigos novos'. 'Foge de entrar em briga; mas, brigando, acaso, faze o competidor temer-te sempre'. 'A todos, teu ouvido; a voz a poucos; ouve opiniões, mas forma juízo próprio'. 'Conforme a bolsa, assim tenhas a roupa: sem fantasia; rica, mas discreta, que o traje às vezes o homem denuncia. Nisso, principalmente, são pichosas as pessoas de classe e prol na França'. 'Não emprestes nem peças emprestado; que emprestar é perder dinheiro e amigo, e o oposto embota o fio à economia'. 'Mas, sobretudo, sê a ti próprio fiel; segue-se disso, como o dia à noite, que a ninguém poderás jamais ser falso'. Adeus; que minha bênção tais conselhos faça frutificar”.

Antes mesmo que ela continuasse a história, seus olhos cansados, acabam sendo fechados pelo sono profundo que em poucos minutos ela estava tendo.

Robert estava sorridente e Grace feliz, eles olhavam um pequeno menino correndo pelo jardim, quando o garoto acabava sumindo, ela olhava para os lados e não via mais o pequeno e ao olhar em direção ao Robert, ela apenas vê ele sumindo, como se sua imagem fosse uma miragem.

Ela então acorda assustada, ao seu lado estava Robert, ainda em coma, Grace levanta da cama, acaba deixando cair o livro que estava lendo e uma foto que estava dentro do livro, também acaba caindo no chão, ela pega ambos e logo vê a imagem de uma mulher ao lado do seu esposo, os dois pareciam felizes e uma simples foto causou um imenso ciúme nela, por um momento ela quis rasgar, mas preferiu guardar, afinal o sua esposo estava na foto e ela não queria tomar uma decisão precipitada.

Após guardar a foto dentro de outro livro, ela se prepara para finalmente dormir, após vestir-se adequadamente, ao lado do seu esposo, ela fica o olhando e imaginando se ele pode escutá-la, sentir a presença dela, após alguns minutos, ela acaba dormindo.

Na manhã seguinte...

Martin, seu irmão, Rodrigo e Leonardo estavam tomando o café da manhã, quando a Grace senta e todos eles olham para ela.

—Bom dia!—ela falou sem olhar para eles, pegando o pequeno pote de geleia de morango, colocando na torrada.

—Como está se sentindo Grace?—Martin perguntou preocupado.

—Estou bem senhor Martin, obrigada pela preocupação.

O mordomo aparece e logo diz:

—Senhora, a sua mãe ligou e pediu que a informasse que após o almoço, ela virá te buscar para levá-la ao médico da sua família.

—Obrigada senhor Edgar—Grace falou enquanto colocava um pouco de suco na sua taça.

Rodrigo e Leonardo ficaram olhando para ela, que sabia que eles a olhavam, mas fingia que não se importava com eles.

—Cunhada, me admira muito a sua audácia, suponho que quando meu irmão acordar, você dirá que o bebê que está esperando é dele não é mesmo?Quem não garante que ele seja do Leonardo?—Rodrigo perguntou.

Martin levantou a mão para bater no seu neto, mas ela imediatamente olhou para o avô do seu esposo e balançou a cabeça em sinal negativo, o impedindo de dar um tapa nele.

O olhar de Grace estava em furia, enquanto olhava para Rodrigo, ela levanta e diz:

—Não devo satisfações a você, quando o meu esposo acordar, saberá que o bebê que estou esperando é dele, ao contrário de você, ele é um homem justo, agora se eu fosse você Rodrigo, tomaria muito cuidado, afinal de contas não há segredo que não seja exposto, eu ainda não tenho provas, mas sei do que você é capaz de fazer.E você Leonardo, não tem sua casa não?Se eu fosse você tomaria muito cuidado com quem está andando, mas quer saber, não me importo com sua vida. Com licença senhor Martin, perdi o apetite, estou enojada de ter que comer perto de pessoas podres.