"Capítulo cinco."

Dois dias desde o acidente aéreo do Robert haviam se passado e o seu avô decidiu que seu neto ficaria em casa com todos equipamentos necessários, médico e enfermeiros de plantão na mansão.

Martin tinha um grande amor por seu neto, os pais do Robert morreram quando ele e seu irmão eram novos em um assalto e Martin, já era viúvo e teve que lidar com duas crianças, sozinho, apesar dele amar os dois netos, o Robert era o que ele mais admirava, que o enchia de orgulho.

A imprensa, empresas de fofocas e revistas, só falavam que o neto dele estava morto, Martin estava muito furioso com isso, então pensou em alguma forma de acabar com os boatos, apesar do seu neto estar em estado vegetativo, ele não estava morto e isso irritava o Martin profundamente.

O mordomo aparece com uma bebida para o seu patrão e Martin diz:

—Edgar, você acredita que o Robert acordará?

—Senhor, ainda há esperança, no que o senhor acredita?

—Acredito que um dia, quando menos esperarmos, ele abrirá os olhos, é nisso que quero acreditar—Martin falou, em seguida bebeu em apenas um gole, sua dose de Whisky.

—Então é nisso senhor que deve acreditar, não se importe com o que as pessoas acham ou o que pensam, ninguém da imprensa sabe que ele está em coma, todos pensam que ele está morto, a propósito, o senhor foi muito gentil dando as famílias dos falecidos no acidente uma renda mensal e prestando sua solidariedade a eles, indo ao velório de cada um, o senhor sempre teve um bom coração.

—Mas estou farto de ver essas notícias, preciso fazer algo.

—Quer comprar todas empresas vovô?Ou quer que eu mande destruí-las?—Rodrigo, o irmão mais novo do Robert, entrou perguntando.

—Não Rodrigo, não quero destruir as empresas, mas vou fazer com que todas desmintam essa notícia falsa, o seu irmão não está morto—Martin falou.

—Senhor, se me permite dizer, uma notícia só deixar de ser notícia, quando outra surge, não seria melhor dar a eles um outro motivo, para que possam espalhar outra informação?—o mordomo falou.

—Talvez, poderia falar sobre eu estar no comando da empresa vovô e que o Robert apenas tirou férias—Rodrigo falou interessado em tornar-se o Ceo da Tec-Ham.

—Não Rodrigo, o Robert é o Ceo, eu ficarei cuidando de tudo até que ele saia do coma, mas já sei qual notícia darei a imprensa, para que parem de falar sobre o meu neto estar morto, agora com licença, irei ver o Robert.

Martin vai até o quarto do seu neto, que mais parecia um quarto de um hospital, cheio de equipamentos e muito bem higienizado, ele toca na mão do seu neto e diz:

—Você sempre foi o mais forte da família, me consolou quando eu quem devia dar consolo na morte dos seus pais, então preciso que acorde Robert, não desista, seja forte, estão comentando sobre a sua morte, mas não deixarei que falem isso de você, sei que mostrará a todos que você está vivo, tenho um plano para eles pararem de escreverem e falarem sobre essa notícia falsa.

Seu avô chorou e depois saiu do quarto e foi dormir, no dia seguinte, ele iria voltar a empresa Tec-Ham, para cuidar de tudo até o retorno do seu neto.

Rodrigo entrou no quarto e o mordomo que estava conversando com o enfermeiro, olhou para o irmão do Robert, que logo saiu.

—Não deixe jamais que o Robert fique sozinho, caso o médico ou você e o outro enfermeiro precisarem sair, me avisem antes, só saiam se eu estiver aqui, está me entendendo?—o mordomo falou.

—Sim, não se preocupe senhor Edgar, não deixarei o senhor Robert sozinho—o enfermeiro falou um pouco confuso,já que dentro da mansão só estava a família e nenhum empregado a não ser o mordomo entrava no quarto do Robert.

Edgar era um homem muito inteligente e notava como o Rodrigo sentia inveja do seu irmão, o avô não conseguia enxergar isso, pois não esperava que seu neto mais novo fosse capaz de fazer algo com o próprio irmão, mas o mordomo, ele observava tudo e sabia do que Rodrigo seria capaz de fazer, já que tinha uma enorme inveja do próprio irmão.

No dia seguinte...

Martin chega a empresa TEC—Ham e logo é recebido por repórteres e fotógrafos, perguntando se ele já sabia quem seria o sucessor com a morte do antigo Ceo.

Ele fica furioso e grita:

—Vocês estão loucos, acaso viram algum velório do meu neto?O viram ser enterrado?O Robert não está morto, ele está ausente devido ao casamento dele.

—Então o Robert irá casar?Ele está vivo?Onde está a noiva dele—os repórteres enchiam Martin de perguntas.

—Logo vocês a conhecerão, agora desmintam essa notícia de que meu neto está morto, ele não morreu—Martin falou, em seguida entra na empresa.

A secretária do Robert já o aguardava e então diz:

—Senhor, seja bem vindo novamente a empresa, espero que em breve o seu neto retorne, sei que o que a imprensa está dizendo são boatos falsos.

—Obrigado Lola, ao menos você não acredita nesses boatos, não é a toa que o Robert a quis como a secretária dele, é uma mulher muito inteligente.

—Obrigado senhor, tem uma mulher e um senhor o aguardando, eles não estavam marcados, mas ela insistiu dizendo que Robert a atenderia hoje, então acabei deixando que eles entrassem.

—Tudo bem Lola, vou atendê-los agora.

Dentro da sala, a Grace e seu pai aguardavam, então o Gregory disse:

—Filha, não diga nada, deixe que eu mesmo falo com ele tudo bem?

—Pai, não se preocupe, não estou aqui para prejudicar o senhor, mas para convencer ele a nos ajudar—Grace falou, segurando a mão do seu pai.

—Bom dia, me chamo Martin, e vocês?—o avô do Robert falou, enquanto aproximava-se deles.

Gregory apresentou-se e Grace também, em seguida os três sentaram e logo informaram o motivo de estarem ali.

—Senhorita Grace, posso lhe fazer uma pergunta?—Martin perguntou.

—Claro, senhor Graham—ela falou, logo depois de olhar para o seu pai.

Martin levanta e pergunta:

—A senhorita é solteira?

—Não sei o motivo da pergunta, mas sim, sou solteira—ela falou, um pouco confusa com o interesse dele em saber sobre ela.

—Olha, não tenho interesse nas ações, quero que a empresa fique no nome de vocês e pagarei tudo, deixarei a empresa de uma forma que nem mesmo se eu quisesse levá-la a falência, não conseguiria, ou seja, vocês iriam prosperar e além de sair do vermelho, estariam acima das outras empresas, exceto, a Tec-Ham—Martin falou, com um plano em mente.

—Nossa, senhor Martin, já vi que tem um bom coração, porém sei que deve ter alguma condição, já que não faria isso só por caridade, o que o senhor quer?—Grace falou antes mesmo que o pai dela pudesse dizer algo.

—A senhorita é uma mulher linda e inteligente, disso não tenho dúvidas, apenas quero que case com o meu neto, não estou falando de um casamento comum, apenas um contrato de casamento, é disso que preciso no momento.

Grace não tinha escolha, ela não queria que o seu pai perdesse a empresa e a proposta era tudo o que eles precisavam naquele momento.

O pai de Grace não ficou feliz com a condição, mas olhou para sua filha como que ansioso e aflito por uma resposta dela.

—Tudo bem senhor Martin, contanto que o senhor cumpra com tudo que me prometeu, caso com seu neto por contrato.

Ela aceitou aquele acordo, mas seu coração estava aflito, ter que casar com um homem desconhecido, para salvar a empresa da sua família, era um sacrifício que só uma filha que amava os seus pais faria, uma escolha pela qual ela não imaginava, mas mudaria toda a sua vida.

Continua...

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