Max está viajando, não a passeio, mas a negócios como sempre. Precisa encontrar um fornecedor de armas.
Eles vão até um armazém perto de um porto, é a primeira vez que eles se encontram ali. Ele está acompanhado do Luigi, e do Gael. Já conhece o fornecedor, então é jogo rápido. Sem muita conversa, sem enrolação, direto ao ponto.
— Trouxe?
— Sim! Tragam. (ouviam-se apenas os passos apressados de dois homens).
— Está aqui. (o homem abriu a caixa de madeira).
— Perfeito. (Max olhou cada uma das armas, e fez sinal com a cabeça para o Gael. Ele pegou o celular, e fez a transferência).
— Tudo certo! (disse o homem após conferir a conta).
— Quando precisarmos novamente, será chamado.
— Conheço alguém que está interessado no seu produto.
— Não tenho interesse.
— Paga bem.
— A nossa negociação acabou aqui.
— O antigo fornecedor dele foi preso...
— Que bom! Deveria estar fazendo algo de errado. (Max saiu com os dois, levando a caixa).
Eles entraram no carro, e revistaram a caixa. Havia um mini rastreador dentro. Luigi colocou as armas numa mochila. Gael pegou a caixa de um lado, e Luigi de outro. Eles levaram a caixa até um barco velho a motor. Colocaram a caixa dentro e saíram após dar partida. Voltaram para o carro.
— Precisamos ter cuidado agora.
— Luigi leva esse carro, e nós vamos de lancha até um determinado ponto. Vou colocar uma parte das armas na minha pasta, assim dividimos o peso. Luigi revista o carro, e só anda com a arma registrada no seu nome. Os homens vão estar a esperar você do outro lado. Agora vai.
— Gael vamos.
Max e Gael separaram as armas e saíram. Colocaram a mochila num compartimento de um barco que saía. A outra eles colocaram na lancha, e dispensaram o piloto.
— O que vai fazer?
— Matar ele.
— Deveria saber com quem ele está a trabalhar, assim ficamos prevenidos.
— Inimigo não coloca rastreador, ele deve ter sido pego pela polícia e está a trabalhar para eles. Deve estar até de escuta. Como dizia o meu pai, fale apenas o necessário.
— Qual o seu plano?
— Simples, é só matar ele e os dois homens que estão juntos.
— Max, se eles quisessem pegar-nos já teriam feito isso agora, não acha?
— Nesse exato momento eles vão estar a parar os carros e fazendo uma revista. Uma blitz, de rotina. Eles devem precisar dele para pegar alguém mais. O rastreador enviaria a nossa localização caso saíssemos de outra forma daqui. Eles vão usar todos os métodos possíveis.
— Então vamos terminar com isso, e dar o fora daqui.
Gael era um dos seus melhores homens, mas nunca viu ninguém ter tanto medo de ser preso como ele. Ficar sem a liberdade deveria ser algo horrível para ele.
Eles fizeram a volta, e olharam por uma janela, perceberam haver mais homens com ele ali. Eram policiais, ele estava a ser algemado, colocado no furgão.
— Vamos ter que excluir ele da lista, não vamos nos arriscar agora.
— Vamos antes que alguém nos veja.
— Vou cobrar alguns favores. Vamos antes que você se borre todo.
Max e Gael foram embora. Mas não quiseram arriscar e voltar até o porto. Eles cortaram caminho, algumas horas de caminhada e estariam num lugar seguro para serem resgatados. Evitaram qualquer estrada, ou rodovia até lá.
Luigi foi parado em uma blitz, foi revistado, o carro revirado do avesso, e liberado. Apenas um carro seguiu ele, os demais separaram-se depois da blitz para não levantar nenhuma suspeita.
O barco foi seguido e não encontraram ninguém dentro, apenas a caixa vazia.
Após horas caminhando, e eles quase perto da cabaninha. Notaram uma movimentação ali, e pararam para ver.
Alguns homens armados, vistoriavam o local.
— Vamos subir, e esperar. (Max falou, apontando para a árvore).
Subiram e ficaram ali, esperando. Não podiam nem conversar. Os homens que estavam ali, ainda andaram por entre as árvores.
No dia seguinte, um carro chegou e eles foram embora. Por garantia, Max e Gael ficaram mais algumas horas ali. Sem nenhum movimento em torno da cabana, eles desceram.
— Como eles ficaram a saber da cabana?
— Não sei, mas a intenção deles era nos pegar de alguma forma.
— Pensa ser alguém de dentro?
— Sim, mas será fácil de descobrir. Poucos sabem sobre essa cabana, no máximo seis.
— Vou resolver isso assim que voltar.
— Vamos precisar sair daqui primeiro, não acho seguro ficar na cabana agora.
— Vamos contornar o rio, aproveitamos para tomar água.
— Não, eu vou mandar o sinal da nossa localização para o Luigi. Mas vamos precisar caminhar mais um pouco.
— Eu tenho força e não resistência.
— Reúne as suas forças e coloca elas na resistência. Agora vamos.
Max seguiu a caminhar e pensando em quem poderia ter feito aquilo. E o motivo que levou a essa pessoa a entregar eles. Após horas caminhando, eles chegaram a uma estrada. Max chegou numa casinha, entrou pelo portão e bateu à porta. Uma senhora idosa atendeu eles.
— Olá senhora.
— O que deseja?
— Poderia conseguir água para nós dois, e algo para comer?
— Espere aqui fora.
Max sentou na área, pegou o celular, e enviou a localização deles. Gael sentou e nem perguntou sobre a casa. Ele tirou o sapato, e estava com os pés machucados. Fazer uma caminhada dessa não era para ele.
A senhora apareceu com água numa garrafa, e dois copos. Entrou e minutos depois apareceu com dois pratos de comida. Max começou a comer, sem dar importância ao que havia no prato. Gael olhou para a comida, e olhou para o Max. Resolveu comer, se desse, algum problema, os dois estariam ferrados. Max tomou mais água, e entregou as coisas a ela assim que terminou. Pegou a carteira e deixou um dinheiro com ela.
— Obrigado, poderíamos ficar aqui esperando até um amigo vir nos pegar?
— Fique do lado de fora.
— Sim, senhora.
— Poderia usar o banheiro?
— Fica lá atrás, não mexa em nada.
— Obrigado.
Gael foi até lá, precisava ir ao banheiro. Max encostou-se numa cadeira. Depois de algumas horas Luigi chegou no local.
Max levantou e foi para o carro. Gael ia a caminhar todo dolorido.
— O que aconteceu?
— Ele não está acostumado a caminhar.
— Pensei que estariam na cabana?
— Não é mais seguro.
— Alguém entregou a gente.
— Vamos para casa, preciso de um banho. A nossa encomenda chegou certinha?
— Sim.
— Então vamos.
— Eu preciso de um dia de folga.
— A senhorita Mirella está a sua espera.
— Não tenho condições de caminhar hoje.
— Não fique preocupado, eu vou com ela hoje. Só precisa de um banho, uma bebida, e uma boa puta.
— Hoje estou morto.
— Conheço uma que faz massagem.
— Essa é sua.
— Minha não, apenas me atende quando eu preciso.
— Sabe que as melhores ficam para você.
— Vou mandar ela de presente para você.
Max foi todo caminho observando o movimento. Depois de algumas horas chegaram na casa dele.
Ele ligou para o clube e mandou chamar a Jade. Foi direto para o quarto, e tomou um banho.
Gael foi para o banho também. Quando estava no banho, alguém invadiu o banheiro.
— Onde vocês estavam?
— Mirella eu estou morto de cansado.
— Eu fiquei preocupada.
— Estamos bem, só tivemos alguns problemas.
— Vocês machucaram-se?
— Deveria estar a perguntar isso ao seu irmão.
— Sabe que ele não gosta de deixar-me preocupada.
— Ninguém está machucado.
— Espero você para sairmos.
— O Luigi vai com você, eu não tenho condições de caminhar.
— Você vai comigo.
— O Max deu-me o resto do dia de folga. Eu não sei se consigo chegar até a cama.
— Não faça dramas.
— Mirella sai daqui e deixa-me terminar o banho. Eu realmente preciso descansar.
— Eu conheço você, nunca está cansado.
— Realmente hoje eu estou.
— Você está bem?
— Deveria estar mais preocupada com o seu marido não acha?
— Eu preocupo-me com você.
— Não deveria, agora sai. O Luigi vai com você hoje, eu estou realmente cansado.
— Tudo bem.
Mirella saiu do banheiro, e foi procurar pelo Luigi.
Gael terminou o banho, e caiu morto na cama. Algum tempo depois ele sentiu mãos sobre o corpo dele.
— Mirella não faz isso. (ele virou-se, e deu de cara com a Jade).
— Está no quarto errado.
— Decepcionado por não ser a patroa?
— Cuidado com o que fala. Saí daqui, o quarto do Max é do outro lado da casa.
— Ele mandou vir atender você, disse que precisava de uma massagem. Ele manda e eu obedeço.
— Eu preciso muito dessa massagem. Pode começar pelos pés.
Jade começou a massagem. Na verdade, queria atender o Max, mas fazer o que ele pedia era ponto para ela.
Max arrumou-se e foi para o escritório. Precisava dar uma olhada em algumas coisas, e fazer a lista de quem sabia sobre a cabana.
Mirella foi fazer as cobranças. Gostava de sair com o Gael, não tinha muita afinidade com o Luigi.
Gael não ganhou apenas uma massagem, e sim o serviço completo, com a mesma qualidade que o Max recebia.
Max estava concentrado olhando alguns papéis.
— Senhor.
— O que foi? (ele olhou para o homem que vinha a entrar).
— Temos uma oferta a respeito de uma dívida.
— Sabe que as dívidas são com a Mirella.
— Eu sei senhor, mas ela já havia ido cobrar e o senhor Brando conversou com ela sobre isso. E ela achou melhor passar para o senhor.
— Não lembro do senhor Brando.
- Ele tem uma empresa, e pediu dinheiro para não se afundar nas dívidas. Ele conseguiu resolver em parte o problema dele, mas não foi o suficiente para poder pagar o que havia pegado emprestado, e agora com os juros.
— É só matar ele e tomar conta da empresa.
— Senhor a esposa dela ofereceu a proposta do senhor casar com uma das filhas, em troca da dívida.
— Terei gastos e nenhum lucro.
— O senhor precisa arrumar uma esposa, e olhei pessoalmente as filhas do senhor Brando são lindas.
— Como uma dívida vai ser paga, eu caso tenho gastos, pois, uma mulher da gastos. Jamais vou recuperar o dinheiro que ele levou.
— Ela pode gerar filhos.
— Isso qualquer uma pode.
— Senhor se ainda me permite...
— Eu mesmo vou cobrar a dívida. Passa-me o endereço do senhor Brando.
— Sim, senhor. Esse é o endereço, e se quiser dar uma olhada, aqui estão algumas fotos da família.
Max não olhou, seguiu a fazer o trabalho dele.
Mirella voltou para casa e foi até o escritório guardar o dinheiro e as promissórias.
— Pensei que estava a descansar.
— Vim dar uma olhada em alguns papéis.
— Como está?
— Bem, e você?
— Bem, vim guardar o dinheiro de hoje, e as promissórias.
— O que aconteceu com o senhor Brando?
— Ele não tem como pagar a dívida que tem com você. Ele fez uma proposta e pensei que deveria considerar.
— Qual foi a proposta? E, porque deveria considerar?
— Max está na hora de construir uma família, e não passar só no clube.
— Eu já tenho uma família.
— Max estou falando de uma mulher de verdade, de ter filhos.
— Não tenho interesse.
— Ele ofereceu uma das filhas, e metade da empresa.
— Mirella, uma empresa com dívidas, e uma filha a menos para sustentar. Eu saio a perder e ele no lucro.
— Max, a empresa não tem dívidas, somente ele.
— Só quer uma escora, uma garantia para pagar o que deve na rua.
— Deveria pensar melhor. Ele tem duas filhas, você pode gostar de alguma delas.
— Não tenho nenhum interesse. Eu irei amanhã à noite falar com ele.
— Tudo bem Max, o dinheiro é seu. Só pensei que seria uma oportunidade de ter alguém para se preocupar com você.
— É alguém para dar-me preocupações. Já tenho você para ficar preocupado, não preciso de mais ninguém.
— Você não precisa preocupar-se comigo.
— Já sei o Samuel vai preocupar-se. Por favor, você é mais homem que ele.
— Eu sei que não gosta dele. Mas tenho certeza de que ele se preocupa muito comigo.
— Quer fazer um teste?
— Max isso outra vez?
— Tem medo de que descubra quem ele é de verdade.
— Já chega! O Samuel nunca fez nada de mau a você.
— Não faz parte da nossa organização.
— Esse é o problema?
— Eu não vou ficar-me intrometendo na sua vida. Você casou com ele tudo bem, eu amo você. Não preciso gostar dele.
— Dá uma olhada nas fotos. Eu vou guardar isso e já vou sair.
Max apenas ignorou e seguiu a fazer o trabalho dele. Mirella guardou o dinheiro e as promissórias. Ela beijou o rosto do irmão.
— Eu também amo você.
Ela foi até o quarto do Gael, queria ver como ele estava. Ela entrou e a Jade estava vestindo a roupa para ir embora. Precisava voltar para o clube.
— O que faz aqui? Você não é a puta do meu irmão?
— O Max mandou-me para cá, mas eu já estou de saída.
— Sai.
— Sim senhora.
Jade terminou de vestir a roupa o mais rápido possível, e passou pela Mirella sem nem olhar.
Mirella caminhou até o Gael e puxou a arma, ela apontou para a cabeça dele.
— Acorda filho da puta.
— Pelo amor de Deus Mirella eu preciso dormir.
— Você disse que não podia ir comigo, mas para fuder uma puta você não estava cansado.
— Mirella eu não tenho que dar explicações a você.
— Tem, eu sou sua chefe.
— Não princesa, o seu irmão é o chefe. Eu ando com você porque ele confia a sua vida a mim. Caso contrário sabe que eu não andaria.
— Eu podia matar você agora mesmo.
— Vai em frente, mas atira aqui bem aqui.
— Não brinca comigo Gael, eu mato você sem pensar duas vezes.
— Vai em frente, eu sei que vai sentir a minha falta.
— Eu odeio você.
— Não minta para você mesma, eu sei o quanto queria estar no lugar daquela puta.
— Gael você está se achando demais.
— E você anda preocupada demais comigo, cuida do seu marido. Não preciso de nenhuma mulher controlando a minha vida.
— A partir de hoje eu não trabalho mais com você.
— Tudo bem, mas vai lá e diz ao Max o motivo que não me quer mais ao seu lado. Espero que seja muito convincente.
— Não preciso convencer ninguém de nada, apenas descarto você como descartaria qualquer outro.
— Tá bom Mirella, agora deixa-me dormir. Espero que o seu marido dê um jeito em você, pois está a ficar insuportável.
— Acredite o Samuel diferente de você sabe o que faz.
— Dormir em outro quarto deve ser a melhor coisa que ele faz mesmo.
— Cuidado com o que fala, pode ficar sem a língua.
— Primeiro queria a minha vida, e agora só quer a minha língua. Quer mais alguma parte do corpo?
— Idiota. ( Mirella guardou a arma e saiu).
Gael virou para o lado e voltou a dormir.
Ela foi para a parte dela da casa. Estava com tanta raiva do Gael, que nem percebeu a presença do Samuel na sala. Ela foi direto para o quarto tomar banho, e deitar para dormir.
Samuel foi até o quarto. Deitou ao lado dela na cama.
— O que foi?
— Nada, apenas briguei com o Gael.
— Ele e o seu irmão já voltaram?
— Sim, mas não quero falar sobre isso.
— Tudo bem, só vim saber o que havia acontecido.
— Samuel fica, eu sinto a sua falta na nossa cama.
— Eu sou louco por você, mas é só na cama que você sente a minha falta. Nós não fazemos nada juntos. Você passa o dia todo com o Gael, e na volta das coisas do seu irmão. Quando quero conversar com você sobre ter filhos, simplesmente ignora-me.
— Samuel não são as coisas do meu irmão, são minhas também. E eu não quero ter filhos, eu gosto da vida que eu levo. Você passa naquele laboratório também.
— Eu já terminei o que estava fazendo, tem dois dias. Nem a minha presença na casa você notou. Mas quando o seu irmão e o Gael sumiram por um dia, você passou a noite acordada.
— Samuel é o meu irmão, é a única família que eu tenho. Ele saiu e não voltou, eu fiquei preocupada sim.
— Eu estou indo embora, vou voltar para a minha cidade, apareceu uma proposta digna, sem nada ilícito.
— Samuel, eu não posso deixar você ir embora. Você sabe demais, o meu irmão não vai gostar de saber disso.
— Mas eu vou, o seu irmão gostando ou não. Se você quiser ir comigo, e viver uma vida diferente dessa, eu vou levar você com o maior prazer do mundo. Mas eu não fico mais aqui.
— Samuel não me obriga a fazer algo que eu não quero, você é minha responsabilidade aqui dentro. Eu amo muito você.
— Então vamos embora, construir uma família.
— Eu não vou deixar a minha casa.
— A minha mala já está pronta, e a sua passagem está aqui. Agora a decisão é sua. Eu ofereço-lhe uma vida diferente dessa.
Samuel saiu e deixou a passagem em cima da cama. Mirella sabia que havia duas escolhas, ir com ele, ou matá-lo. Não queria escolher nenhuma das oportunidades.
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Atualizado até capítulo 59
Comments
Divana Ribeiro
Ela gosta do Gael? Tá parecendo.
2023-10-24
6
Janete Dos Santos
aula não gosta do Samuel ela ama o Gael então porque não fica logo com o Gael ???
2023-07-15
3