Esse capítulo vai contar a vida de Alicia Brando, até os seus 18anos. E o básico sobre algumas pessoas que fizeram parte até o momento.
Filha de um homem de negócios, a princípio bem-sucedido. Alicia é a filha preferida, pois é a filha da única mulher que o seu pai amou na vida. Helen Stiller, era nova quando morreu, tinha apenas 28anos. Alicia era uma menina de 8anos quando foi para a casa dos Brandos.
Desde que pisou naquela casa, as coisas não eram tão fáceis para a pequena de cabelos castanhos. Ela era o fruto da traição de Gabriel. A sua chegada não deixou a sua madrasta, e nem as filhas muito satisfeitas. As meninas eram mais velhas, mas assim como a mãe não valem nada.
Alicia a princípio dormiu no quarto de hóspedes, o seu pai fez companhia a ela durante a noite, até que pegasse no sono. Aquilo fez Verônica ficar com mais raiva da pobre criança. Gerando uma discussão entre o casal durante a noite.
Gabriel era um homem paciente, trabalhador, tinha um bom status social. A sua filha mais velha Júlia já tinha os seus 18anos, e iria para a faculdade em breve. Yone a sua segunda filha, tinha os seus 16anos, ainda estava no ensino médio.
Gabriel sempre tratou as filhas com muito carinho, embora soubesse que elas só tinham interesse em se aproximar dele quando precisam de dinheiro. Ambas muito mais amigas da mãe.
A vida de Alicia começou a ser um pesadelo no dia seguinte. Assim que o seu pai saiu, Verônica fez questão de colocar a menina para trabalhar como uma empregada. Fazendo ela retirar a louça do café da manhã. A mesma tropeçou e caiu, quebrando uma das taças de água. Ela cortou a mão. Uma das empregadas, foi ajudá-la.
Verônica foi ver o que havia acontecido.
Ela pegou a menina pelo braço e levantou.
— Menina estúpida, não serve para nada. Viu o que acabou se fazer. Limpa isso, e se quebrar mais alguma coisa, eu vou dar uma lição em você. Quando ela terminar de limpar isso aqui, eu quero que ela seque toda a louça. Depois deem os produtos para ela limpar os banheiros.
— Mas senhora...
— Você ouviu, espero não precisar falar outra vez.
A empregada não podia fazer muito, precisava daquele emprego. Esperou a Verônica sair, e ajudou a Alicia a limpar tudo aquilo. Lavou a mão dela, secou, e fez um curativo. Ajudou com a louça, já com os banheiros não poderia ajudar, não era função dela na casa. Entregou a menina a outra empregada. A mulher levou ela para o banheiro social, mandou ela retirar as toalhas sujas e por no cesto, e retirar o lixo.
Verônica não deixou ela sentar a mesa para fazer a refeição, mandou ela para a cozinha com os empregados. A mulher fez questão de demonstrar todo o seu desprezo por ela.
Quando Gabriel chegou a noite a menina não estava sentada à mesa.
— Onde está a Alicia?
— Está no quarto, creio que já esteja dormindo.
— Sem jantar?
— Ela comeu algo na cozinha, e subiu.
— Vou subir e ver como ela está.
— Ela está bem.
Gabriel não deu ouvidos e subiu até o quarto da filha. Ele aproximou-se dela, e sentou ao lado da cama. Acariciou os seus cabelos, e beijou a sua cabeça. Notou um curativo na mão dela.
Ele desceu, e foi jantar sem falar nada. Após o jantar subiu e tomou banho.
Verônica foi até o quarto atrás do marido.
— Quando ela vai embora?
— Quem?
— Não se faça de desentendido. Essa menina, quando vai levar ela daqui?
— Nunca! Ela é minha filha, vai morar aqui até o dia que ela quiser.
— Eu não vou criar essa menina com as minhas filhas.
- As suas filhas também são minhas, e a Alicia vai ter todos os privilégios que a Júlia e a Yone tem. Eu não estou pedindo a sua autorização para criar a minha filha. Aliás, amanhã eu quero que leve ela a uma loja, compre roupas novas, vou matricular ela na mesma escola em que as meninas estudaram.
- Você não vai me fazer passar por essa humilhação. As pessoas vão comentar, não quero o meu nome na boca da sociedade.
-Sabe que não tem escolha. Se fizer qualquer coisa contra a minha filha, tudo isso terá consequências.
- Até parece, você é um nada. Não é capaz de matar uma mosca, vai fazer o que comigo?
- Não é porque aturo você todos esses anos, que não sou capaz de fazer qualquer coisa contra você. Meu recado está dado.
Gabriel foi para o quarto da filha, e deitou ao lado dela.
Na manhã seguinte, ele esperou em casa até ela acordar.
- Bom dia princesa.
- Papai.
- Sim meu amor, sou eu. Esperei você acordar, para tomarmos café juntos. Está com fome?
- Sim.
- Depois vamos sair, eu quero comprar algumas roupas para você. E precisamos matricular você em uma boa escola.
- Eu não posso ficar na minha escola?
- A sua antiga escola é muito longe. Vai poder fazer algumas atividades diferentes, talvez goste de algo. Agora vai fazer a sua higiene, e se vestir. Meu amor antes de ir, o que aconteceu com a sua mão?
- Eu cortei com um copo.
- Deveria ter deixado uma das empregadas limpar, você é pequena.
- A sua esposa me mandou limpar tudo.
- Você jantou ontem?
- Não, ela não deixou.
- O que aconteceu ontem quando o papai saiu?
- Ela me mandou tirar toda a louça da mesa, foi quando eu deixei cair um copo, e cortei a minha mão. Ela apertou meu braço, disse que era para limpar tudo, depois secar a louça, e limpar os banheiros.
- Você comeu algo ontem?
- Eu almocei na cozinha, e depois tomei um suco.
- Vem aqui meu amor no papai. Eu sinto muito por isso.
Gabriel abraçou e beijou a filha. Depois liberou ela para se arrumar e descer com ele para o café. Quando ele viu os dois juntos lançou um olhar de ódio sobre a menina. Gabriel sentou-se ao lado da filha para tomar café. Serviu ela, e serviu-se.
Após o café ele chamou todas as empregadas da casa. Verônica não entendeu o motivo.
Gabriel apresentou a Alicia como filha dele, e ela deveria ser tratada da mesma forma que os outros membros da família Brando. Se não cumprissem as ordens dele seriam demitidas.
Verônica ficou muito mais irritada com o que ele havia feito. Gabriel dispensou todos, e olhou para ela.
- Se tocar na minha filha novamente, você vai me conhecer. Se fizer novamente o que fez a ela ontem, as coisas vão ficar bem ruins por aqui. Você não precisa gostar dela. Mas vai respeitar as minhas ordens enquanto morar aqui nessa casa.
Gabriel subiu com a filha e foi até o quarto vestir uma roupa para sair com ela. Levou ela em algumas lojas para comprar roupas e sapatos. Foi até a escola, e já pegou a lista de tudo o que precisa para ela. Levou ela para escolher o material, e comprar o uniforme. Passou o dia fora com ela. Só voltaram a tardinha para casa. Quando elas viram as sacolas subindo, ficaram com mais raiva ainda.
Conforme o tempo passava, e elas não podendo fazer nada diretamente com a menina. Começaram a estragar as coisas dela. Tudo que elas viam que tinha algum valor para ela, ou que ela gostava muito, elas destruiam. Julia foi para a faculdade, então ficou a Yone e a Verônica para infernizar a vida da menina.
Yone pegou uma pulseira que a Alicia havia ganhado do pai. Ela levou a menina até a borda da piscina.
- Você quer?
- Me devolve, foi o papai quem me deu.
- Ele não é seu pai, você não é nada minha. Mas se quiser eu posso devolver para você. Só precisa pegar.
Yone jogou a pulseira na piscina. Ela sabia que a Alicia não sabia nadar.
-Se você ama o papai, então prova.
Alicia pulou na piscina. A pulseira estava no fundo da piscina, chegar lá foi fácil. Difícil seria voltar para cima. Enquanto ela tentava se salvar, a Yone dava risada. Uma das empregadas que foi até lá fora chamar ela, viu a Alicia afogando-se e jogou-se na piscina para salvá-la. Ela tirou a menina com vida, e estava prestando os primeiros socorros. Assim que Alicia voltou ao normal, ela levou a menina para o quarto. Secou ela, e vestiu uma roupa seca. Conferiu se ela estava bem, deixou a mesma no quarto. Trocou de roupa e ligou para o Gabriel e relatou o ocorrido. Ele foi de imediato para casa, levou a filha ao médico. Depois de fazer todos os exames , ele perguntou quem havia feito aquilo. Mas a mesma disse que havia caído. Ela não contou nada ao pai.
Gabriel ficou desconfiado, sabia que tanto a mulher quanto a filha vinham fazendo de tudo para magoar, e ferir a Alicia de alguma forma. Estragando coisas que ela gostava, destruindo o que ele dava a ela. Ele apenas não queria criar um pé de guerra dentro da casa. Yone iria para a faculdade em breve. E uma parte dos problemas se resolveria.
Depois de levar ela para casa, ele tirou os cartões da Verônica e da Yone, até uma delas se declarar culpada. Verônica acusou a filha de imediato, não podia ficar sem o seu cartão. Gabriel ficou com os dois cartões. A mãe era responsável pelas atitudes da filha. Nenhum argumento mudaria a decisão do Gabriel.
O pai preocupado com a segurança da filha, decidiu manter ela longe da casa o máximo possível. Colocando ela em várias atividades, após a saída da escola.
Alicia fazia natação, francês, dança livre, e informática. Quando não estava em nenhuma dessas aulas, ela ficava na casa de uma amiga até o pai ir buscá-la.
Com o tempo a única que podia incomodar ela era a Verônica. Sempre usava palavras ofensivas para agredir a menina. Quando ela participava de competições de dança, e não ganhavam ela fazia questão de humilha-la. Mas isso com o tempo só a fortaleceu para que ela treinasse mais, e mostrasse a sua capacidade.
Júlia casou e foi morar com o marido, eram poucas as vezes que ia até à casa dos pais. Yone estava namorando, então aquilo foi um alívio.
Alicia dedicou a maior parte do seu tempo a dança. Participava de concursos, ia super bem na escola, suas notas eram boas. Tinha apenas três amigos com quem convivia mais. Os outros eram apenas conhecidos. Aos 15anos conseguiu o seu lugar nas líderes de torcidas. Viajava com frequência na época de campeonatos. O amor do pai não havia mudado em nada.
Cada troféu recebido em competições, ela fazia questão de esfregar na cara da madrasta, que mesmo com um imenso ódio não podia fazer nada. Ela tinha um lugar especial no escritório do pai para colocar os troféus.
Quando ela fez 17anos, as irmãs voltaram a morar com eles. Júlia havia separado do marido, assim que ele faliu. Yone não aceitou o pedido de casamento do namorado, descobriu que ele não era rico o suficiente para pagar pelas coisas que ela queria. Mesmo elas estando maiores, o ciúmes que tinham da Alicia com o pai era muito forte. O alvo foi o uniforme dela de treino, as roupas dos concursos que ela guardava com carinho. Gabriel não ficou sabendo, pois Alicia aprendeu a se defender. Era cola no shampoo da Júlia, tonalizante no da Yone. Era uma maquiagem estragada, um perfume quebrado. Isso tudo fazia com que elas a odiassem mais. Quando o pai deu a ela uma cachorrinha, o inferno começou. Alicia deixava a Flofi aos cuidados de uma empregada. Assim teria certeza de que elas não fariam nada.
A vida da Alicia não foi tão fácil, mas sempre teve o amor incondicional do pai, e era muito querida pelos empregados da casa.
Nenhuma das irmãs tinha o amor do pai assim como ela. Verônica a odiava muito, e daria um jeito de se livrar dela, de uma forma ou outra.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 59
Comments
Divana Ribeiro
Jesus, que vida!
2023-10-24
6
Eduarda Oliveira
até agora a história é boa tomara q continue assim
2023-06-25
7