-Estão preparados?_ questiona Eun de forma misteriosa.
O quarto escuro ajuda na aura de suspense.
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A casa está um breu total, não há uma luz acesa. Depois do pequeno corredor de entrada há outro corredor à esquerda, de lá dá para escutar um barulho abafado, como se uma TV estivesse ligada. O som vem de um quarto em específico, que na porta tem a seguinte placa: só bruxos autorizados podem entrar!
Pelo segundo dia consecutivo Eun faz uma barricada, está debaixo das cobertas esperando o pai chegar. O barulho é proveniente do seu celular, está assistindo um drama coreano no último volume e sem fones de ouvido.
Eun funga, mas não sabe se é por conta da gripe ou se foi por conta do leve choro que aconteceu à pouco, uma cena de Goblin a deixou à flor da pele. A cena que assisti agora é de luta, a que a faz duvidar se escutou algo na sua realidade ou no drama.
Só que o barulho é escutado de novo, só que mais alto. Eun da pausa no vídeo, a casa está silenciosa de novo, contudo, o barulho se repete mais uma vez. São batidas na porta, o que faz Eun sair do casulo e olhar para o relógio na cabeceira da cama, passa das 21:00 da noite.
Eun sabe que o pai está fazendo hora extra, os amigos não o visitam sem avisar e não são íntimos dos vizinhos, é anormal alguém bater esse horário da noite.
Ela sai do quarto meio apreensiva, as batidas continuam cada vez mais altas. O pai sempre avisou para ter cuidado com estranhos, até mesmo com os “familiares”, porém, ela sabe que poucas pessoas tem seu endereço atual e o pai também não tem muitos amigos.
Com muita coisa na cabeça, Eun grita:
-Já vai!_ com a voz oscilante.
Como não tem “olho mágico”, Eun abre a porta trêmula.
Do outro lado da porta tem um garoto, ele tem sua idade, é alto, cabelo desgrenhado preto e expressão carrancuda, outro detalhe, ele está usando o uniforme da escola que frequenta. Após esses meros detalhes, não passa despercebido para Eun que ele é muito bonito também, coisa que não vai admitir.
-Pois não?_ questiona com desconfiança.
A expressão de Eun se torna sisuda também após o garoto lhe olhar de cima a baixo, o que a faz ter o reflexo de puxar um pouco a camisa do pijama.
-Estou impressionado._ diz em forma de imputação._ Realmente não presta atenção com quem conversa no celular._ termina no mesmo tom.
Uma voz marcante, mas o tom vez Eun se sentir ainda mais desconfortável. Não lhe passa despercebido o que falou, o que a faz procurar na mente com quem entrou em contato recentemente.
Após alguns segundos a expressão de Eun se torna perturbada.
-Min jun?_ questiona horrorizada e sem decoro algum.
O garoto sorri, um sorriso de puro sarcasmo.
-Não!_ nega com escárnio._ A fada do dentes.
Eun se arrepia, reconheceria essa falta de cortesia em qualquer lugar, mesmo não tendo o visto sequer uma vez.
- O que você está fazendo aqui?_ questiona com rispidez.
Um sinal de alerta se acende na cabeça dela, principalmente como ele conseguiu seu endereço e quem ele pensa que é para ir ali.
-Só checando por mim mesmo._ responde como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
A expressão de lisura em seu rosto faz Eun piscar várias vezes em descrença. Não acredita que o “colega” veio mesmo checar se está doente.
-Isso é sério?_ questiona pasma, se pergunta se não é alguma alucinação ocasionada por alguma febre.
Jun levanta e desce os ombros rapidamente, o famoso “dar de ombros”, que faz Eun ter certeza que o garoto a sua frente está falando com uma seriedade sem igual.
Eun não consegue disfarçar sua repulsa.
-Não pensei que chegaria a este ponto!
-Você me desafiou!_ exclama austero.
-Não fiz isso não._ nega esganiçada.
A expressão de Jun se torna mais sombria, ele começa a procurar algo no blazer azul escuro, ato que deixa Eun muito apreensiva. A guarda de Eun abaixa quando ele tira de um bolso interno o celular.
Com uma expressão de presunção Jun mostra a tela do celular, é uma conversa entre os dois. Eun se recusa a ler novamente aquela “conversa” maluca, só passa o olho de relance e volta sua atenção para Jun novamente, que parece estar bem contente com a informação dada.
-Fez sim._ reafirma com prepotência.
O horror toma conta de Eun por inteira, o seu “colega” com certeza não é uma pessoa “normal”.
-Você tem problemas._ afirma Eun sem escrúpulo algum.
Jun parece não ligar para as palavras e responde:
-A questão não é essa._ diz impaciente._ Você não parece doente._ acusa com ardor.
Eun agora tem a certeza que seu colega é excêntrico, porém, a cólera a domina, pois não irá admitir ser acusada de algo na sua própria casa.
-Como ousa vir a minha casa, é me acusar dessa forma?_ questiona raivosa.
Jun não parece se abalar, pois a questão que quer tratar é outra.
-Você parece muito bem._ fala analisando Eun com os olhos negros.
Eun está a ponto de ter uma síncope, realmente Jun é um garoto sem noção alguma. Jun não liga para os tiques da garota à sua frente, nem para seus punhos se fechando. Com toda paciência do mundo, ele estica o braço na direção de Eun, sua intenção é levar a mão à testa da outra, ato que não se concretiza pois ela dá uma tapa em sua mão.
- O que pensa que está fazendo?_ questiona em tom elevado, está muito brava.
-Conferindo._ responde de forma simples.
Eun está a ponto de chamar a polícia, pois é loucura o que está acontecendo no momento. Porém, antes de começar a gritar algo começa a acontecer, um distúrbio físico. Eun começa a fazer caretas e antes que Jun consiga entender, o ato se concretiza.
Um espirro vem da parte de Eun, na verdade vários, um atrás do outro. Todos eles na direção do rosto de Jun.
Quando Eun obtém o sucesso de parar de espirrar, passa a manga da blusa do pijama no rosto para limpar o catarro, o rosto também está vermelho de tanto esforço.
-Desculpa._ pede com uma pontada de culpa.
Eun olha para Jun que está com o rosto “molhado” e vermelho, mas ela tem uma leve impressão que não é de vergonha.
Cansada e sentindo que o corpo está reagindo à brisa fria, ela simplesmente fecha a porta na cara de Jun, é muita loucura para uma noite só.
Jun olha para a porta pasmo e exclama da mesma maneira:
-Merda!
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As expressões de Donghae e Hyun fazem Eun rir mais, contar para eles foi um grande alívio, fora que, um bom motivo para rir.
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Atualizado até capítulo 25
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