Batendo de frente

Depois que saíram do restaurante, Giulia e Jessica foram para Heliópolis, elas caminharam pela comunidade. E Giulia pode ver que era realmente quase uma cidade que tinha de tudo, escola, posto de saúde e até mesmo creche.

Jessica: Posso perguntar uma coisa para você?

Giulia: Claro?

Nessa hora o telefone de Giulia toca, ele pede licença para Jessica pois não poderia deixar de atender.

Giulia: Oi tia, algum problema?

Vivian: Filha você precisa vir aqui na prefeitura, agora surgiu uma vaga para professora de dança.

Giulia: Aí sério? Não acredito, estou indo me manda a localização.

Ela então começa a pular de alegria e Jessica fica sem entender nada. Mas logo Giulia explica.

Giulia: Sabe que é minha tia trabalha na subprefeitura e parece que surgiu uma vaga para professora de dança, eu preciso ir, tchau, amiga a gente se fala depois pode ser?

Jessica: Pera aí você dança o quê?

Giulia sai correndo no caminho, já pede um uber, pouco tempo depois chega na subprefeitura onde sua tia trabalha, ela sobe correndo as escadas.

Giulia: Tia vim o mais rápido possível.

Vivian: Então, a vaga é para dar aulas para crianças na associação que fica na comunidade de Heliópolis, três dias da semana, o problema é que é a tarde. Como vai ficar suas aulas de balé? E outro problema é o local né?

Giulia: Isso dou, jeito depois tia. E minhas aulas são a noite também.

Vivian: Você sabe que esses locais tem um cara que comanda tudo, ele quer que você vá lá para ele te conhecer, se ele gostar de você está dentro.

Giulia: Ele não tocando em mim, está tudo certo.

Vivian: Filha, esses caras são tudo bandido.

Giulia: Eu não tenho medo de bandido não tia. Se for para dar tiro eu também sei.

Vivian: Giulia, não me vá arrumar confusão hein? Bom, está aqui o papel e o nome da pessoa que precisa procurar.

***Narrado por Giulia***

Quando eu peguei aquele papel sério não acreditei, olhei para o céu e eu até chorei, tinha certeza que meus pais tinham me ajudado naquilo, era o início de um sonho, só poderia ser. Seria a maior correria, trabalhar no restaurante de manhã, correr para as aulas na comunidade a tarde e fazer pelo menos dois dias de balé na escola, estava lascada, mas eu teria que dar conta.

— Jessica, será que podemos conversar? Estou indo aí na comunidade

Jessica: Aqui? Por quê? Aconteceu alguma coisa?

— Não eu consegui um trabalho numa associação. Só preciso procurar um cara, um tal de Verdade, quando sair de lá eu te chamo tchau.

Jessica: Espera, Giulia!

***De volta a narradora***

Giulia desligou o telefone e nem esperou Jessica terminar de falar, como ela sabia que teria um churras no final de semana resolveu ir ao shopping comprar uma roupa nova, na mesma hora largou tudo e correu de volta para casa, pois conhecendo seu irmão sabia que daria merda.

Giulia pega um uber chega na entrada de Heliópolis, se aproxima de um dos homens que estavam armados e entrega o papel.

Giulia: Eu preciso falar com esse tal verdade aqui, por favor.

Um olhou para ou outro que estava com a moto e falou bate um rádio pro chefe avisa ele.

— O chefia, tem uma mina aqui querendo falar contigo.

Verdade: Sobre o quê?

— É a nova professora.

Verdade: Ah kkkk pode deixar subir, aliás trás ela aqui.

— Ruivo leva a princesa para o chefe.

Ruivo: Sobe aí princesa

Giulia coloca a bolsa nas costas, sobe na moto e segura na cintura de Ruivo que sobe correndo muito, ela com medo claro fecha os olhos pois nunca havia andando de moto, ao chegar ele debocha da moça.

Ruivo: Pode abrir os olhos princesa a gente já chegou. É só subir aquelas escadas, o chefe está lá.

O local era parecido com uma espécie de desmanche, ela subiu as escadas, bateu na porta e uma voz rouca veio de dentro autorizando sua entrada.

— Entra porra.

Giulia não pôde não reparar no belo homem sentado atrás da mesa, um corpo todo definido, tatuado até a cabeça, cordões de ouro, ela ficou alguns minutos hipnotizada por aquela bela visão de tirar o fôlego de qualquer mulher.

Giulia; Com licença, você que é o senhor verdade?

Pensou ela "lá isso é nome"?

Verdade: Eu mesmo, E você quem é?

— Meu nome é Giulia.

Ela logo entrega o papel que sua tia lhe deu a ele, que abre e lê, depois ele amassa e joga no lixo.

Verdade: Quer dizer então que a princesa é professora?

Ele também, ao ver Giulia, uma moça que apesar de vestir uma calça jeans justa e uma camiseta colada, tinha belos olhos azuis, cabelos negros e longos, um jeito totalmente diferente das moças que estava acostumado a lidar ali na comunidade.

Giulia: Sim.

Verdade: O que tem nessa mochila?

Giulia: Coisas pessoais.

Verdade: Olha aí moça, quem manda nessa porra aqui sou eu tá ligado, então se eu perguntar o que tem aí eu quero que você diga exatamente o que tem ou eu mesmo vou olhar entendeu?

Giulia: E seu estou falando que são coisas pessoais, é porque são coisas pessoais. Em outras palavras, coisas de mulher, sua mãe nunca ensinou isso para você não é?

Verdade: Aí você não tem medo de morrer não?

Fala Verdade se levantando indo em direção a Giulia, que continua na mesma posição sem baixar a cabeça, olhando fixamente nos olhos dele.

Giulia: Só porque você está armado, acha que pode me ameaçar?

Verdade: Olha aqui moça, você é muito atrevida, tá ligado? Se quer uma arma também? Vai saber o que fazer com uma por acaso?

Giulia: kkkkk talvez até mais que você.

Nesse momento a porta se abre, era Zoio, ei chefia precisamos sair, deu uma BO numa carga, Verdade respira fundo.

Verdade: Depois eu e você resolvemos esse BO, o Ruivo leva a professora na associação aí por favor.

Ele sai mas passa por Giulia dando aquela encarada, ela depois desce as escadas e resmunga.

Giulia: Babaca!

Ela sobe na moto de Ruivo e fica o tempo todo pensando "como pode um homem tão lindo como aquele tão grosseiro e tão mal educado não é possível que alguma mulher ainda se interessa por ele". Em poucos minutos eles chegam um pequeno espaço, ele entrega uma chave para ela.

Ruivo: É aqui, pode ficar de boa aí, depois quando for embora deixa a chave naquele bar ali sacou?

Giulia: tudo bem obrigada

Giulia abriu a porta e entrou, o espaço era bem pequeno, realmente só dava mesmo para dar aulas para crianças, mas já era um começo, por alguns minutos esqueceu do tempo, fechou os olhos e se viu dançar sendo desperta por Jessica que entrou gritando.

Jessica: Amiga, ainda bem que te encontrei aqui.

Giulia: Parece que estava correndo?

Jessica: E estava, não sabia que era professora de dança kkk

Giulia: Menina eu conheci um cara mais tão babaca, espero nunca mais ver esse idiota novamente, um tal de Verdade, se é isso lá pode ser o nome de alguém que ódio desse cara.

Jessica: Vamos mudar de assunto, você vai dar aulas de quê?

Giulia: Balé, mas o problema é pelo espaço ser muito pequeno, então só posso ensinar para crianças.

Jessica: Mas você é bailarina profissional?

Giulia: Claro. E posso provar além disso sei outras modalidades como: dança do ventre e salsa.

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