Esperança

Me chamo Rosangela Albuquerque Silva, tenho 29 anos, sou casada há um tempo com um homem que achei que fosse o marido dos sonhos, mas tudo acabou quase em morte após perceber que seu comportamento para comigo acabou indo de mal a pior deixando sequelas e feridas incuráveis em mim. Nosso casamento era de longe o mais saudável mas tudo acabou mudando depois que engravidei de meu marido, ele passou a se entregar a bebidas e se tornou um alcoólatra,  Certa vez ele chegou em casa e eu estava já com cinco meses de gestação, sentia dores em minha barriga e não tinha feito a janta como de costume cedo, ele chegou em casa já alterado pois foi expulso do bar onde estava bebendo e ao me ver foi diretamente a cozinha em busca do que comer quando viu que não tinha nada ele se aproximou de mim e apertando meu braço com força perguntou por que não havia feito nada para o jantar, eu apenas respondi que não estava me sentindo bem pois minha barriga estava doendo muito, só sei que ele olhou para minha barriga e sem pensar duas vezes tentou acertar um soco nela, mas não conseguiu porque coloquei minha mão a frente, a partir dali ele continuou a me espancar bastante tanto que me joguei no chão para proteger o meu filho dele, até que ele acabou cansando e caiu, naquele momento eu achei que ali era minha sentença de morte, achei que perderia tudo ali, mas agradeci aos céus o que aconteceu e o deixei ali no chão assim como eu e dormimos no chão juntos.

Na manhã do dia seguinte ele se levantou, sem entender nada e com outra personalidade me levou até o hospital assustado, lá ele pediu que eu não contasse o que aconteceu pois ele estava bêbado e prometeu que ia parar de beber se eu não contasse a ninguém sobre aquilo, eu não prometi nada apenas fingi estar desacordada e deixei ele falando sozinho. Ao chegar no hospital sou rapidamente atendida e perguntam sobre o que houve, meu esposo disse que fomos assaltados e os agressores fizeram aquilo comigo. Assim que conseguiu os convencer e ter sido atendida por eles meu esposo se aproximou de mim e me acompanhou como se estivesse vigiando a mim para que eu não acabe contando nada para ninguém. De longe avisto um caderno e tento o pegar esticando meus braços, e escrevo tudo no caderno para que alguém me ajude, na esperança de um dia alguém ler o que está escrito nele, aproveitando que ele estava no banho. Coloco o caderno de volta e começo a agir naturalmente. Com o passar dos meses nada de ninguém me ajudar, as brigas era constantes entre eu e ele, a promessa que ele fez? Nenhum momento foi cumprida por ele, por exatamente dois anos eu fiquei sofrendo em suas mãos, os hematomas era grandes, em meu corpo estavam as marcas das porradas que eu levava dele, até que um dia peguei meu filho Nathanael de apenas um ano e meio  durante a calada  da noite afim de encontrar uma delegacia mais próxima e consigo achar uma, disposta denuncia-lo entro e conto tudo a eles, relato os abusos, relato o cárcere  privado, ele era vendedor de leite e me deixava trancada o dia todo dentro de casa, janela, porta da cozinha, todas tinham cadeado e fora o ciúme doentio que ele tinha também, pedi medida protetiva para que ele ficasse bem longe de mim. Ele me perguntaram se eu tinha algum lugar para ir e eu disse que não, então me ofereceram uma cela para passar a noite e aceitei. Na manhã do dia seguinte peguei meu filho e fui embora em busca de ficar bem longe dele, busquei encontrar ajuda e esbarrei em uma escola de crianças, entrei e pedi ajuda a diretora da escola e pedi socorro a ela pois estava precisando muito de ajuda, ela olhou para mim e sentiu minha angustia e sem pensar duas vezes pedi a ela um emprego, ela me disse que não tinha vagas para trabalhar  eu disse que poderia trabalhar no que tivesse, então ela chamou os dois porteiros da escola, um era moreno e baixo tinha cabelos negros e era super arrogante, assim que ela disse que queria  a ajuda deles para cada um tentar dividir o horário do trabalho o homem moreno apenas disse não e que o salario dele já era pouco e saiu fora batendo a porta, o outro homem era alto e tinha cabelos azuis cintilantes e olhos azuis e sem pensar duas vezes ele aceitou compartilhar seu trabalho comigo, fiquei feliz e beijei a mão dele diversas vezes pois ficou comovido com minha história, a diretora administra duas escolas e matriculou meu filho em uma delas para ficar lá em período integral, me deixou ficar em um pequeno apartamento e me pediu que a esperasse no lado de fora da sala pois iria me levar até esse lugar. Assim que vou para fora vejo um homem alto e com  cabelos loiros com sua filha de 6 anos se aproximando da escola, era bem cedo ainda e estava ficando cheia, olhei para ele e ele me olhou de volta, viu que eu estava com meu filho em meus braços e gentilmente me cumprimentou e brincou um pouco com meu filho, a sua filha estava com um diário em mãos  e esbarrou em minha perna, pedi desculpas e ela disse que não foi minha culpa. Nos despedimos e a diretora me pede para segui-la. Durante a viagem nós conseguimos chegar até o local onde ficarei hospedada e observo atentamente cada detalhe. Comovida e emocionada eu a agradeço por tamanha ajuda, pois aquilo significava muito para mim, ela me disse que eu poderia ficar com aquele apartamento e que retornaria para me deixar algumas coisas até que consiga ter uma renda fixa, aquela foi uma luz no fim do túnel, reacendendo a chama da esperança em mim, ela vai embora me deixando a chave e prometendo voltar novamente. Fico sozinha ali e deixo Nathanael em cima da cama do quarto, respiro fundo e prometo a mim mesma que nunca mais vou me apaixonar ou amar alguém de novo.

Acompanhe agora o desenrolar dessa historia e como as cordas dos traumas de cada um acabará os amarrando com o passar dos dias .

[ Continua...]

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