Assustado olho para trás e vejo uma mulher, minha vizinha de quintal furiosa e repetindo a pergunta:
- Como pode fazer uma coisa dessas?
Olho para ela e me aproximo e sem entender nada a pergunto:
- Como assim?
- Eu vi o que você fez ontem a noite\, deixou sua esposa sozinha e foi embora com sua filha no colo sem olhar para trás. A mulher se aproxima de mim como se fosse me estapear apenas puxando o meu braço. Com raiva de ser questionado eu a respondo:
- Você viu quando o incêndio começou? Reparou onde ela estava? Escuta aqui ontem quando cheguei do trabalho e encontrei ela em frente as chamas com os braços cruzados apenas admirando o fogo e minha filha estava la dentro dormindo\, eu a questionei várias vezes para saber onde minha filha estava e enfrentei as chamas a fim de pegar ela\, o único bem preciso que tenho\, eu a deixei aqui pois ela estava me assustando bastante\, sim\, eu agi de maneira errada mas saiba que isso foi por culpa dela\, por culpa dela quase perdi tudo\, quase perdi minha filha então não venha aqui como se fosse autoridade querendo me dar lição de moral sobre como tratar aquela mulher que não sei o que acontece ou se passa na mente dela.
Rapidamente puxo meu braço para trás me soltando daquela mulher, olho para trás e vejo que minha filha não escutou nada do que acabei de dizer por estar distraida.
- Com tudo isso\, saiba que a policia já esta sabendo disso e em breve irá bater aqui para conversarem com você. A mulher me diz enquanto aponta seu dedo indicador em minha cara.
- Quando eles chegarem estarei aqui esperando\, os bombeiros já me disseram isso ontem por isso voltei para cá. Eu a respondo com um tom sarcastico em minha voz e retorno para onde estava.
- Pois bem\, ela está em minha casa\, com pena dela abri minha porta para que ela dormisse lá\, espero que vocês se resolvam logo. A mulher diz aquilo e em seguida vai embora e antes que ela suma de vista eu grito em direção a ela:
- Cuidado para ela não atear fogo em sua casa também.
Vou até onde estava para buscar o que queria e retorno para minha filha.
- Deu certo papai? Ela me pergunta.
- Sim! Agora a gente vai até a sua mamãe para que possamos vê-la. O brilho nos olhos dela retornam e seguimos até a casa da mulher que me questionou\, aperto a campainha e em seguida tanto ela como minha esposa atendem a porta.
Elas veem até nós dois e Angela corre para abraçar sua mãe.
" Ela pode ter feito o que fez mas jamais irei proibir ela de abraçar sua mãe." Penso comigo mesmo.
- Entra também\, não precisa ficar fora feito planta. Diz a mulher.
Entro na casa dela e me sento no sofá, minha esposa olha para mim com seu olhar normal e calmo, constrangida de vergonha ela procura sentar no sofá ao meu lado lentamente e apoia sua cabeça sobre meus ombros, estaria mentindo se não dissesse que a quero empurra-la para longe de mim e a deixo fazer o que quer.
- Vamos Angela\, vou te dar uma roupa da minha neta que acho que servirá em você. A mulher leva Angela para outro local na casa a fim de me deixar sozinho com minha esposa. Assim que as duas saem ela me ataca me beijando com força como uma selvagem desesperada e se senta em meu colo bastante trêmula\, com medo dela eu a empurro e enxugo meu lábios com raiva dela e a pergunto:
- Acha que sentar em meu colo e me beijar assim vai fazer alguma diferença? Eu quero que você me diga o que exatamente aconteceu ontem. Seguro firmimente os braços dela com força e olho para ela fixamente.
- Eu tive um surto psicótico\, ouvi umas vozes e com medo acabei colocando fogo na casa\, sai para fora e fiquei o observando\, e agi daquele jeito por causa do surto e prometo a você que isso não vai mais acontecer\, eu não quero divórcio\, eu quero você\, preciso de você agora. Ela tenta se soltar mas apenas continuo apertando seus braços mais ainda.
- Eu não vou continuar casado com você não\, nós iremos nos divorciar e cada um seguirá sua vida e como te falei você irá para um manicômio e receber ajuda necessaria. Após dizer tudo aquilo eu a retiro de cima de mim e me levanto deixando- a sentada no sofá.
- E nossa filha? Como acha que ela vai ficar longe de mim\, a mãe dela? Com uma voz bem tristonha ela me pergunta.
- Eu irei explicar tudo a ela bem direitinho com o tempo e com certeza um dia ela entenderá o motivo pelo qual escolhi fazer isso. Respondo a ela apertando minha cabeça com minhas mãos tentando segurar o choro.
" Apesar de tudo eu a amo muito, mas, acabou colocando nossa filha em perigo e isso só me afasta mais ainda dela." Digo para mim mesmo e viro em direção a ela.
- Então não tem realmente nenhuma esperança para nós dois não é? Ela me pergunta.
- Sinto muito\, eu não quero que isso aconteça novamente e para isso precisamos nos afastar\, prometo que você com certeza vai poder ve-la pois irei te visitar constantemente. Explico a ela calmamente mesmo que ainda apreensivo com sua atitude\, ela começa a se coçar toda e fica se balançando no sofá como se estivesse em uma cadeira de balanço\, começo a me assustar com ela e meu corpo paralisa. De repente alguém bate a porta e vou até ela atender\, são dois policiais acabam pesenciando a atitude de minha esposa.
- Viemos para fazer algumas perguntas pelo ocorrido de ontem. Eles me avisam.
Peço para que entrem e se acomodem imediatamente. Após uma longa conversa e questonarem minha esposa eles me aconselham ao que mais temia, interna-la em um lugar para se reabilitar pois não podiam prende-la naquele momento por conta de seu estado deplorável. Eles vão embora em seguida e me deixam sozinho com ela novamente. A mulher aparece com minha filha e pergunta quem tinha acabado de sair e a respondo:
- Foram os policiais que você chamou.
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Atualizado até capítulo 103
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