Capítulo 8

...Estêvão:...

William: já vejo porque não conseguiram fechar o negócio.

Quando o vi, fiquei paralisado. Este homem lindo era o meu PU? Tão lindo, tão fofo, como sempre.

Eu nunca gostei de homens, mas este era lindo. Desde que o conheci, houve algo que me atraiu a ele. Eu sempre cuidava dele, sempre quis que sua atenção estivesse apenas em mim.

Quando ele foi embora, eu me senti vazio, como se algo estivesse faltando. Por isso, apressei meu relacionamento com a Sofía, e quando ele parou de se comunicar comigo, eu me senti péssimo.

Mas hoje, ao vê-lo novamente, meu coração voltou a bater. Eu me recuso a acreditar que sinto algo por ele quando nunca gostei de homens, mas meu alfa estava agitado por dentro, começou a chamar por seu ser, mas não o sentiu. Seu cheiro não era perceptível, só tinha o cheiro daquele beta que está ao seu lado. Percorri todo o seu corpo com o olhar e, quando cheguei ao seu pescoço, vi marcas de beijos. Meu coração sangrou e eu não sei por quê! O que está acontecendo comigo? Que daquele homem frio e dominante, não sou nada para ele.

Estendi minha mão para cumprimentá-lo e senti como se uma corrente elétrica percorresse todo o meu corpo. Levantei o olhar e sabia que ele também sentiu, porque ele me encarou, mas logo em seguida abaixou a mão e eu fiquei com um vazio.

Apresentei-me ao meu rival e depois ele se apresentou e o apresentou:

Seu noivo.

Não sei por quê, mas meu alfa queria pular em cima daquele beta maldito e arrancar sua cabeça. Eu queria desviar sua atenção para mim, chamando-o como antes, PU. Eu adorava chamá-lo assim, sentia que ele era como um ursinho de pelúcia que eu queria abraçar e beijar o tempo todo.

Mas ele não é mais o mesmo, não é mais meu PU. Começamos a conversar sobre o projeto e eu procurava seu olhar, queria que ele me olhasse de novo, apenas para mim, mas ele se limitava a fazer seu trabalho. Doía a sua rejeição e eu não sabia por quê.

Seu suposto noivo tinha tudo dele.

Enquanto trabalhávamos, pude perceber por que ele é um dos melhores.

Quando terminamos o projeto, tentei levá-lo para a matilha. Tinha certeza de que, quando ele viesse e se lembrasse do nosso tempo juntos, voltaria a ser meu. Mas o que estou pensando? Ele não é meu, preciso me controlar. Ele não é mais o mesmo, nunca foi meu. Tenho que continuar como até agora, sem me afetar por sua presença. A única coisa que devo fazer depois deste projeto é me concentrar em encontrar meu companheiro, e é isso que farei.

Beta: O que foi, amigo? Você estava em outro mundo na reunião. Você não é assim.

Estêvão: Não sei o que está acontecendo comigo, amigo. Me sinto estranho. A mesma sensação de alegria e depois vazio. Fazia tempo que eu não sentia isso.

Beta: Não me diga que você está apaixonado pelo Will.

Estêvão: Não, que besteira você está dizendo? É só a saudade de um amigo.

Beta: Estêvão, eu te conheço muito bem, e isso não é coisa de amigo, porque você nunca o viu assim. Você está é mordido pela rejeição, e isso não é coisa de amigo.

Estêvão: Por que você diz isso? Eu o considerava um amigo e nada mais.

Beta: Tem certeza disso? Eu nunca vi assim. Você não o tratava como um amigo, você tinha ciúmes dele até da própria sombra! Ou você não se lembra que não o deixava falar com ninguém que não fosse você? Você sentia ciúmes até da sua própria irmã quando ela chamava a atenção dele. Admita, amigo, você é apaixonado por ele. Ou me diga o que você sentiu quando o viu hoje?

Estêvão: Senti como uma atração. Meu alfa implorava para sair, algo que nunca havia acontecido antes.

Beta: E o que você sentiu quando ele apresentou aquele cara como seu noivo?

Estêvão: Não sei, era como uma fúria incontrolável. Meu alfa queria sair e arrancar a cabeça dele.

Beta: Está vendo? Isso é amor. E o último sentimento se chama ciúme. Mas, falando em outra coisa, você sentiu o lobo dele?

Estêvão: Não, nem o cheiro. Ele só estava impregnado com o cheiro daquele beta. Enquanto trabalhávamos, eu o observava discretamente, e cada movimento que ele fazia me deixava hipnotizado. Mas aqueles chupões que ele tinha no pescoço... Ahhhh, não sei o que fazer, irmão.

Beta: Não será o seu destino?

Estêvão: Que besteira você está pensando? Você só está me confundindo. Eu gosto de mulheres, não de homens.

Beta: Sim, sim, eu sei, eu sei... Mas pense nisso, ok?

Estêvão: É melhor irmos tomar um drinque e ver se encontro uma gata por aí.

Beta: Até te deixo "quentinho"! Hahahaha!

Estêvão: Idiota!

Saio furioso, e aquele idiota fica rindo de mim.

Chegamos a um dos melhores bares da cidade. Este lugar é sempre exclusivo, só as melhores carnes vêm para cá. Vejo uma garota linda, do jeito que eu gosto. Ela me olha e se aproxima, começa a se esfregar em mim, e então me vem um pensamento: Will saindo do banheiro com uma toalha na cintura. Essa imagem me excita e, ao mesmo tempo, me incomoda. Então, agarro a loira e a levo para um dos quartos que tem aqui...

Esta loira quer logo fazer o trabalho dela, e eu também. Então, a jogo na cama e levanto sua saia para encontrá-la. Eu só quero transar com ela e pronto. Mas há um problema que nunca me aconteceu na vida: meu amiguinho não responde! A garota fica surpresa e tenta me ajudar, mas ele não quer saber de nada.

Pago a ela, furioso, e saio. Isso não pode estar acontecendo comigo.

Eu quero vê-lo, quero abraçá-lo, quero que ele seja meu.

O que está acontecendo comigo? Você está me deixando louco, William!

Entro no meu carro e saio do local. Já havia investigado em qual hotel ele ficaria.

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