Capítulo 16

...Estéfano:...

Volto ao meu apartamento que tenho na cidade, não quero ir para a casa da alcatéia.

Ligo para o Jimmy para ele não me esperar, queria me dar dois dias para conseguir clarear a mente e forçar meu coração a não pensar mais nele.

Ankor: E agora, o que fazemos?

Ele me pergunta pelo link, está triste como eu.

Estéfano: Não sei.

Ankor: Seremos nada um para o outro?

Estéfano: Não sei, pensei que éramos os melhores, tendo todas varrendo as ruas por nós, mas agora percebo que não é assim.

Rio das idiotices que digo.

Ankor: O que faremos agora?

Sua voz soa quebrada.

Estéfano: Procuraremos nossa companheira e, se ela também não nos quiser, então romperemos a ligação. Não seremos os únicos, e se o Jimmy fez isso aos 16, por que você e eu não faremos agora? Além disso, temos uma noiva. Se falhar o plano A, seguimos com o B, tranquilo; não fique triste, estaremos bem.

Depois disso, fomos dormir. Minha camisa, que tinha o aroma da minha companheira, coloquei debaixo do meu travesseiro, adormeci e comecei a ter imagens borradas, mas consegui ver que era o rosto do Will, ele parecia tão sensual e fascinante com seu rosto erótico; eu o tinha de quatro, penetrando-o duro e selvagem. Podia ouvir seus gemidos e sussurros dizendo meu nome; era tão sensual que me excitava mais; me inclinei para beijar seu pescoço enquanto com minha mão o masturbava. Pude ver através do espelho que tínhamos em frente seus olhos cor âmbar brilhantes, cristalizados pela excitação. Beijando seu pescoço, inseri meu nariz nele e inspirei seu delicioso cheiro.

Acordei quando senti uma presença. Ao abrir os olhos, percebi que Jimmy estava aqui, e o maldito estava com um copo na mão, bebendo o que parecia ser uísque. Ele parecia divertido, estava zombando de mim?

Beta: Tendo sonhos úmidos, Alfa?

Peguei um travesseiro e joguei no rosto dele; ele desviou e começou a rir.

Estéfano: Não ria, maldito.

Beta: Não é minha culpa, você já não é mais um garoto para ter esse tipo de sonho.

Levantei-me e ele me estendeu a mão, me dando outro copo que havia servido.

Beta: Quando você me disse que estaria aqui descansando, assumi que tinha levado um fora, não foi? Por isso, trouxe uma garrafa de uísque para as penas, mas ao entrar no quarto para te acordar, ouvi você e, como não queria interromper seus sonhos, fiquei quieto. Mas aí soube que William tem uma marca de nascença em forma de meia-lua na costela direita. Mas me diga, se não esteve com ele, como sabe disso?

Estéfano: Dormíamos juntos quando éramos crianças, conheço cada marca que ele tem.

Disse isso com um sorriso malicioso no rosto que gostaria de apagar. Fez uma pausa e continuou.

Beta: O que aconteceu? Me conte, sabe que pode contar comigo para qualquer coisa, mais do que seu amigo, sou seu irmão.

Contei a ele o que tinha ouvido daquela conversa e que havia decidido procurar minha companheira. Se ela não quisesse estar comigo, então romperia nossa ligação para poder me casar já sem nada me impedindo. Talvez, com o tempo, ela e eu chegaríamos a sentir algo, e quando chegasse sua companheira, isso não doeria tanto nela.

Beta: Olha, uma pergunta, e não é porque estou zombando de você, e dos seus sonhos úmidos.

Estéfano: Eu não tive sonhos úmidos com ninguém.

Beta: Amigo, eu te conheço, e essa ereção ainda deve estar doendo, não é?

Ele diz, apontando para o meu "amigo" que ainda estava um pouco ereto.

Beta: Mas enfim, no seu sonho de relaxamento, você dizia, "Will, você cheira incrível".

Disse isso com uma voz erótica que, segundo ele, é igual à minha. Olho para ele e semicerrro os olhos.

Beta: O que? Foi assim que você disse. Mas falando sério, eu nunca consegui sentir o aroma do Will, aliás, nem sua presença eu senti, é como se ele não existisse.

Estéfano: Ai amigo, nem eu me explico, te disse que não me lembro de nada do que aconteceu, só lembro de ter feito sinal para o garçom dar o copo com o sonífero para o Russell, de lá não me lembro de mais nada, fui dormir e comecei a sonhar com William, é estranho porque nunca tive esse tipo de sonho, mas o mais estranho é que podia sentir o aroma da minha companheira nele.

Beta: Mas isso não pode ser possível.

Estefano: Por que não pode ser?

Beta: Porque, até onde sei, seus irmãos são alfas, inclusive sua prometida, só que esta última foi destinada com luna mas também recebeu treinamento como qualquer guerreiro. Mas os barões não, eles receberam um treinamento especial de combate e de táticas especiais, como futuros alfas das próprias alcatéias, eles até poderiam governar o mundo se assim o desejassem, poderiam até te colocar em segundo lugar se quisessem, mas preferem manter um perfil um pouco mais baixo. Como poderiam ter submetido a esse treinamento um ômega e mais ainda tê-lo como vice-presidente financeiro e à frente de todas as relações públicas é ilógico. E perigoso, ao mesmo tempo.

Fez uma pausa e depois continuou.

Beta: Além disso, você disse que ele poderia ser um ômega.

E ele claramente não é, já viu o corpo dele, sua altura, até acho que está em melhor forma que você.

Disse isso me olhando de cima a baixo, fazendo-me saber o que eu já sei, porque, embora ele não tenha muito músculo nos braços, na noite em que o vi recém-saído do banho com aquela toalha ao redor da cintura, pude perceber que ele tem um abdômen firme e, embora tenha uma cintura pequena, seus músculos do six-pack estão bem definidos.

Estefano: O que você está insinuando?

Beta: Aceite, ele não é seu companheiro.

Continuamos bebendo, mas eu já sei o que farei: procurarei minha companheira ou me casarei, mas deixarei que William seja feliz.

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