- Você esteve novamente na floricultura hoje? - Indagou Judith Dervernay, mãe de Nick, perguntou assim que ele lhe entregou o belíssimo arranjo de tulipas.
- Sim.
- Ver Alice?
- Você já sabe que a resposta é sim, mamãe. Porque insiste em fazer essa pergunta sempre. - Ele respondeu irritado.
- Esse arranjo lindo só poderia ter sido feito por ela mesmo. - Judith respirou fundo para absorver a fragrância das flores. - Nick, você sabia que Alice me ligou três vezes, somente no último mês, para contar que a loja dispõe de um serviço de entrega de flores? - Judith não queria magoar o filho, mas precisava alertá-lo para que ele não perdesse mais tempo.
- E daí?
- Bem, eu acho que sua presença frequente na loja pode não ser bem-vinda. - Sugeriu Judith um pouco desconfortável. - Eu sei que você está interessado em Alice, ela é linda, mas eu não acho que ela esteja interessada em você... - O que era uma pena, pois Judith gostava muito dela.
- Água mole em pedra dura, tanto bate, até que fura. A senhora já ouviu esse ditado? - Nick perguntou brincalhão.
- Porém, na pedra, eu lhe juro que só vai nascer o furo, se a água não acabar. - Sua mãe complementou o ditado.
- Meu interesse por Alice não vai acabar.
- Fico feliz... - Zombou ela. - Eu não sabia que você tinha a virtude da paciência. - Judith conhecia muito bem seu filho e sabia que ele não era nada paciente. - Pois ela só vive para cuidar do Stephen e eu admiro muito aquela jovem por isso.
- As vezes, eu acho Alice muito orgulhosa. Ela não aceita nenhum tipo de ajuda. - Se queixou Nick ao lembrar do fora que levou, mais cedo, por oferecer contratar alguém para fica com pai dela, enquanto ela saia para jantar com ele.
- Bem, eu acho que você está mais interessado nela justamente por conta dessa dificuldade. Alice não é como esses rabos de saia dessa cidade que vivem atrás de você. - Criticou Judith. - E tem mais! Eu acho que ela tem bastante juízo ao rejeitar seus convites. Que moça direita vai querer um rapaz com fama de mulherengo como a sua?
- Ahn mamãe... Tenha santa paciência. Você quer que eu vire um monge para impressionar Alice? To fora. - Bufou Nick sem paciência. - Bem, eu estou de saída. Eu só vim aqui lhe trazer as flores. Tenho que ir para o escritório, pois já estou atrasado.
- Vá, vá, vá... - Judith falou como se estivesse expulsando seu próprio filho. - Você que inventou de trazer essas flores. Como eu já lhe disse, Alice já me ofereceu o serviço de entrega em casa! - Judith gritou para que Nick pudesse ouvir, pois ele já estava quase na porta de saída social.
Balançando a cabeça de forma negativa, ela ficou pensando na situação dele e de Alice. Seu filho era um rapaz interessante, de 26 anos, formado em engenharia. Qualquer jovem na situação de Alice já teria colado nele para dividir os problemas que ela tinha com seu pai. Contudo, a moça tinha uma postura tão digna que evitava compromisso com quem quer que fosse. Vivia somente para cuidar do seu pai. No fundo, Judith tinha muita pena da situação da jovem, pois Nick e ela poderiam ajudar a dividir o fardo que era cuidar de Stephen.
NICK DEVERNAY
No final do dia, Alice terminava de organizar as novas flores na loja, quando recebeu uma ligação do hospital. A secretária pediu que ela passasse no consultório do médico responsável pelo seu pai, assim que ela pudesse. Aflita, Alice correu para finalizar as pendências no serviço e falou com a senhora Sheridan para sair mais cedo.
- Vá menina, eu fecho a loja hoje. Não se preocupe. Depois me diga o que o médico queria. Fico preocupada por você.
- Sim sim, senhora Sheridan. Obrigada. - Alice agradeceu praticamente correndo porta a fora da loja para ir para o hospital.
Na rua, ela fez sinal para um táxi que estava passando. Alice não podia ser dar o luxo de andar de taxi, pois todo dinheiro fazia falta, mas estava com tanta pressa para chegar ao hospital que não quis esperar o ônibus passar.
Assim que entrou no hospital, Alice correu para recepção do consultório do Dr. Jordan Hatten. Ela já tinha decorado aquele caminho de tanto ir ali.
- Boa noite. - Ela cumprimentou a secretária quase sem ar. - Eu sou Alice Gray, filha do sr. Stephen, você me ligou mais cedo.
- Claro. O Dr. Jordan está com uma paciente agora, mas assim que ele sair, você poderá entrar. - A secretária sorriu de forma educada. - Você quer uma água ou café? - Ele ofereceu ao perceber a respiração ofegante de Alice.
- Eu aceito uma água, por favor. - Alice respondeu agradecida.
Parecia que o tempo não passava na recepção daquele consultório. Alice ficava cada vez mais angustiada. Nunca haviam ligado para ela pedindo que ela se reunisse com médico. Geralmente, seu pai tinha consultas mensais e o Dr. Jordan tratava de tudo que ele necessitava.
- Você pode entrar, Alice. - A secretária falou assim que o outro paciente saiu.
Dr. Jordan estava sentado em sua mesa e assim que Alice entrou, ele pediu que ela também se sentasse.
- Boa noite, Alice. Como você está? - O médico falou gentilmente apertando a mão de Alice por cima da mesa.
- Estou bem doutor, na medida do possível. - Ela sorriu sem graça. Não tinha como responder de forma trivial aquela pergunta. Alice vivia preocupada com o pai e as contas de casa.
- Eu pedi para que você viesse aqui hoje, pois tenho novidades bastante promissoras sobre o tratamento do seu pai. - Dr. Jordan falou otimista e viu imediatamente um brilho surgir no olhar daquela linda jovem.
- Do que se trata? - Alice falou ansiosa.
- É um medicamento novo, mas tem eficácia comprovada. - O médico explicou alguns detalhes técnicos para Alice, que ouviu tudo com muita atenção.
- Dr. Jordan, então a doença do meu pai não vai mais evoluir e ainda tem a chance de retroagir se ele começar o tratamento com esse novo medicamento? - Alice falou esperançosa.
- Exatamente isso. A única questão é o custo desse medicamento que é altíssimo. O governo não o fornece por ser um medicamento recente.
Aquela notícia do custo desanimou Alice um pouco, mas ela faria de tudo para conseguir o tratamento que seu pai necessitava.
- Doutor, durante quanto tempo, meu pai vai precisar fazer o tratamento com esse remédio? - Alice queria saber o valor total que ela teria que conseguir para seu pai ter acesso aquele medicamento. De forma silenciosa, ela fez uma oração, pedindo a Deus que o médico não respondesse “para sempre”.
- Doze meses. Ele vai precisar tomar 1 comprimento, todos os dias, durante 12 meses. - Dr. Jordan respondeu sério, pois sabia que era uma pequena fortuna.
- Ótimo. - Alice respondeu de forma positiva. - Eu vou conseguir o dinheiro para que meu pai possa ter acesso a esse remédio.
O custo do remédio era de 20 mil dólares mensais. Nem que Alice fosse dona da floricultura onde trabalhava, ela conseguiria esse valor tão alto, mas ela daria um jeito.
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Atualizado até capítulo 97
Comments
Maria Aparecida Alvino
coitada as escritoras só cria personagens sofrida nunca um com situação mais ou menos
2024-03-16
0
Vó Ném
Ela vai fazer um acordo com o carinha que compra flores...
2024-01-04
0
Cristina Leal
Caracas será que ela vai conseguir esse dinheiro
2023-10-15
2