A Princesa E A Bandoleira Dimensional.
Os corredores estavam vazios. Ema aproveitou para seguir rumo ao banheiro dos seguranças. Ela estava vestida com o uniforme da empresa e com uma mochila, maior que seu corpo. Seu cabelo azul era uma distração, mas nada que uma peruca marrom não escondesse. O banheiro era branco, chique e nem parecia ser para os funcionários. Dois orcs urinavam enquanto conversavam sobre suas esposas e filhos. Ema pediu licença, assustando os rapazes.
– Você não bate na porta antes de entrar? – gritou o orc saindo junto de seu amigo.
Ema trancou a porta logo em seguida e olhou para os lados em busca da lixeira. Um sorriso estampou o seu rosto. Ela correu até o lixo e o remexeu. “Isso!” Pensou ela quando encontrou o frasco mágico. Ela abriu a tampa, libertando uns bichinhos que saíram do recipiente e entraram no esgoto. “Daqui a dez minutos, esse lugar vai para o saco!” Pensou Ema. Ela pegou outro frasco, dessa vez com um espírito na garrafa. Ema o colocou perto do seu rosto e sussurrou:
— Faça todos pensarem em outras coisas enquanto pego o meu prêmio.
O Espírito abandonou a garrafa e seguiu o seu caminho de enganação. Ele passou pelos guardas e, com seu toque gelado, fez eles acreditarem que já era hora do jantar e que seus substitutos vieram assumir os seus postos. Em seguida, Ema convocou uma magia para que as câmeras acreditassem que ali havia homens guardando o tesouro.
Ema tirou sua roupa. Ela pegou seu Biquíni metálico e o vestiu, logo em seguida colocou os coldres para suas semiautomáticas e passou seu creme protetor, cujo poder impedia que uma bala a matasse. Sua mochila nas costas ainda permaneceu, mesmo sendo algo que atrai bastante a atenção.
Ela deixou o banheiro e andou a passos lentos rumo ao cofre. O corredor era protegido por sensores de movimentos e máquinas matadoras que não perdoa nem uma mosca que cai no seu visor. Sua mochila era um empecilho, mas ela não iria tirá-la por nada. Ema jogou duas bolas de metal no tapete. As máquinas, em resposta, atiraram com tudo que tinha. Os alarmes soaram. Ela percebeu que o único jeito era usar um pouco de pó de pirlimpimpim. A poeira mágica seguiu o sopro de Ema rumo às máquinas. Eles penetraram a couraça de metal e assumiram o comando dos seus processadores.
— Vocês não viram nada — disse ela ficando invisível conforme o pó caía sobre seu corpo.
Os seguranças, armados com metralhadoras e todo tipo de arma pesada, chegaram mais rápido que um tigre pegando sua presa. Eles analisaram as máquinas e, sem suspeitar de nada, disseram se tratar de um problema no sistema. Em meio a multidão, Ema passou despercebida, chamando atenção apenas de um anão, que sentiu seu cheiro, mas como ele não a enxergou, pensou se tratar de algum delírio. “Essa dimensão é melhor que eu estava imaginando!”
O cofre era três vezes maior do que um quarto de príncipe. Guerreiros protegiam o local, a única diferença dos outros seguranças era a aparência deles. Esses homens estavam amaldiçoados com o sangue de zumbi, um feitiço proibido em algumas dimensões. Eles sentiram o cheiro de Ema. Como eram amaldiçoados, o feitiço de encobrimento não conseguia esconder o calor do sangue de nossa bandida.
Ema sacou suas armas e atirou contra os zumbis, fazendo eles caírem no chão em forma de faíscas. Outros surgiram do teto, como se tivessem amarrados esperando por sua presa. Ema os fuzilou. Faíscas cinzas caíram sobre o chão. “Pobres homens, infelizmente não posso fazer nada para ajudá-los a sair desse feitiço” lamentou Ema. Ela pegou seu aparelho de decodificação e o colocou nos teclados do cofre. Em seguida ela conseguiu o código secreto que somente o dono do banco possuía. A porta se abriu. Uma aliança mais linda que a lua cheia repousava sobre o dedo de uma estátua de ouro. Ema pegou o Anel, mas não foi como ela imaginou, uma vez que a estátua ganhou vida e tentou matá-la.
A bandida se desviou do primeiro soco. Estava na hora de usar um pouco de suas habilidades. Ema acertou um golpe no joelho da mulher de ouro, mas ela nada sentiu. Ela atirou nos olhos da estátua, cegando a infeliz. A criatura começou a bater em todas as partes como se estivesse descontrolada. Ema aproveitou para escapar, fechando a porta do cofre em seguida. Ela comemorou jogando a aliança para cima. O som de armas engatilhados a fez virar os olhos. “Não é que o Anão percebeu!?” Pensou ela.
— Sabia que meu olfato era apurado! — comemorou o Anão.
— Mocinha, acho melhor você colocar esse anel de volta naquele cofre — afirmou um segurança humano.
— E perder a grande oportunidade de vendê-lo no mercado das dimensões? — exclamou ela com um sorriso no rosto.
Os seguranças, ao comando do Anão, fuzilaram nossa Ema, mas, para surpresa deles, suas balas caíam no chão amassadas como se tivesse entrado em contato com ferro. Ema girou a arma em seus dedos, em seguida atirou balas de borracha na cabeça deles, fazendo-os caírem inconscientes. O alarme tocou. Era hora de dar o fora ou as coisas ficariam feias!
Ema esticou sua mão, esperando abrir um portal, mas nada aconteceu. “Que #$%& é essa?” pensou ela. O som de cascos de cavalo. Provavelmente eram centauros contratados para conter as coisas quando ficassem feias. Ela tentou mais uma vez, porém nada se sucedeu. Os centauros quebraram as paredes. Com o relinchar de um alazão, os tiros das escopetas acertaram a pele de Ema. Seu creme começou a sumir, isso era um sinal de que o próximo tiro a mandaria para o inferno!
Ema não perdeu tempo e lançou um raio sobre a parede à sua frente. A explosão abriu caminho para ela saltar rumo ao grande mar que cercava o banco mais protegido do planeta Craziness. Ela caiu nas águas geladas e nadou rumo à margem de pedras já perdendo a consciência. Ema olhou para suas mãos e lá estava o anel. Ela suspirou e tentou abrir o portal. “Pelos fantasmas, não estou conseguindo sair dessa dimensão!” Uma forte dor em sua cabeça, seguida de um vulto segurando uma pedra ensanguentada. Essa foi a visão de Ema antes de ficar inconsciente.
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Atualizado até capítulo 53
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