Ñ Existe Mais
Capítulo Um
Recomeço
O festival de espadas começa amanhã e, com ele as lembranças de Will, de seu sangue derramado. Depois de tudo que me ocorreu, comecei a colecionar espadas. Parece um hobby agora. As vezes aposto espadas. Para ganha-las. Jogo sujo, para aliviar minha mente que lembra-me que sou uma mortal.
Thalya estar parada em frente a porta, conversando com seu namorado humano. Não desconfiam que ele seja humano, Thalya se mostrou ótima pessoa em esconder segredos e, eu me tornei ótima em não contá-los.
Passo para o meu quarto, onde estão minhas espadas, em uma parede. Minha preferida é Zara, uma espada ótima para luta, onde tem uma pintura fosca, tem meu nome nela, assim como as outras.
Estou treinando sem parar durante semanas. Semanas que parecem voar por serem rápidas demais.
— Não vai para a escola? (Thalya aparece com os olhos avermelhados, mas finjo que não notei isso).
— Estou indisposta hoje. (Eu sento na mesa da escravidinha e, começo a tentar escrever, passo todos os dias assim, escrevendo cada sentimento, poderia está escrevendo para Will, para Ester. Mas não posso. Então continuo escrevendo para alguém que não vejo, não converso, nem ao menos sei quem é.
Não existe.
Thalya suspira pesadamente e eu a encaro, ela está tentando não falar mais do que deveria, sei que está, acontece que, Thalya teve uma discussão com Denys, por falar demais. Ela está tentando mudar e vejo como está sendo duro para ela.
— Eu vou ouvir, Thalya. (Minhas palavras a deixa aliviada, ela então toma de volta o ar que estava segurando).
— É sempre assim, você não faz nenhum esforço, vem sendo assim durante meses. Sabe quantos meses você ficou sem ir para escola até agora? (Vejo-a dar um breve suspiro, segurando denovo, tentando conter as palavras).
— Prometo que irei amanhã, eu não venho contado os dias que faltei.
Thalya olhara para meu rosto, olhou para minhas mãos que não me obedeciam e, sempre estavam balançando. Mais e mais.
— Por favor, cumpra.
Não tenho prestado a atenção para Thalya esses últimos meses, cada vez mais os cômodos parecem mais largos, nos separam a cada minuto que se passa. E essa última conversa durou mais que as anteriores, não sei como conseguimos viver parcialmente, duas pessoas que moram juntas, mas que não trocam palavras, que bizarro.
Passo novamente os olhos para a escravidinha e, começo a escrever. Como se não bastasse, escuto fogos, sendo direcionados em direção a nossa casa. Lucas está dentre eles, com um sorriso diabólico no rosto, Amélia também estar, Benis é o único que não está, Rocke solta mais fogos de artifício.
Olho pela janela e, vou até lá, acabar com essa palhaçada, já me cansei disso.
Pego uma jaqueta e vou para a porta, pego também, outro artifício, vou fazê-los pagarem pela mesma moeda.
— Que merda é essa? (Falo olhando em volta, o jardim está coberto por púrpura, a lua está refletindo um tom cinzento na grama, nas roupas dos idiotas. Costumo me referir a eles assim.
Idiotas.
Amélia_ Precisamos soletrar? (Amélia pegara outro fogo, e o solta para cima, suas gargalhadas são encobridas pelos estouros do fogo).
— Por que não soltam em outro lugar? (Vejo-a dar um breve sorriso, passa por Lucas, que a encara com dúvida).
— Porque queremos soltar fogos aqui. E você não pode fazer nada para impedir. (Diz Lucas com uma prévia, aproveitando-se da ideia de ser irmão do rei, um rei humano, que patético).
— Posso. (Minhas palavras foram quase que um sussurro, mesmo que eu não queira tenho medo das consequências que eles podem dar).
Lucas_ Como? Não vai me dizer que você conseguiu algum encantamento. (Ele ri como autoritário, mas suas palavras foram fáceis demais para atingir o alvo, ele entregou uma flecha para quem já tinha o arco).
— Seu irmão conseguiu? Ele é um humano não é? (Vejo-o trincar os dentes, rosnando para mim como uma fera, antes de vir me atacar).
— Eu me pergunto, como você pode ser um Pontapho? (Ele avança até mim, derrubando-me no chão, antes de me acertar um soco em meu rosto).
— Eu posso matar você, agora. (Suas palavras fazem quase um efeito de medo em mim, mas, acho que meu ódio por ele sempre será maior).
Ele tenta socar meu rosto mais uma vez, mas não o deixo, enquanto estou tentando desviar, procuro uma faca para apunhalara-lo, não vou mata-lo).
Não hoje.
Consigo atingir um pouco de sua perna, ele estremece e rosna ainda em cima de mim.
Consigo me soltar de suas garras, volto engatiando para trás, enquanto Amélia o olha assustada, pelo menos acho que não vão me estressar durante esses dias, ou talvez fique pior que antes.
— Você acha que pode sair assim? (Rocke está cego pelo ódio, não posso dar abertura para ele, se não vou ser morta, tudo que quero seria arruinado).
— Não tô saindo ilesa, ele me acertou dois socos. (Olho para ele, que não percebe que estou ferida, ele vem até mim, parecera faminto por meu sangue).
Continuo caminhando, pelo menos não estou longe de casa, mas acho que hoje não vou dormir.
Que merda eu estava pensando em esfaquear o irmão do rei?
Abro a porta, aliviada por conseguir chegar, mas sou puxada para trás.
Por Rocke, é claro.
Rocke dar um sorriso no canto da boca, pega uma faca do bolso, com um sorriso ainda maior, me assusto por um momento, mas sou interrompida por ele. Que tenta me atacar, consigo desviar de seus golpes correndo para dentro de casa.
— Vai fugir? (Indagou Rocke, não é isso seu idiota, estou levando-te para o quarto, onde tem uma quantidade surpreendente de lâminas que facilmente contariam seu pescoço).
Entro no meu quarto, fingindo-me está atrasada, para ele entrar. (Ao entrar percebo seu rosto confuso ao ver tantas espadas).
— Eu iria te matar. (Falo aproximando-me da espada).
— Tente, porque não é isso que quero fazer aqui. (Ele fala assustado, não encarando-me no rosto).
— Especifique-se. (Eu ordeno, apontando a lâmina para seu pescoço, o olho mais confusa, pelo seu decreto. Deve ser uma tática para se aproximar de mim).
Rocke abaixa sua arma, dar alguns passos a frente, em minha direção. Meu coração começa a acelerar, minha respiração começa a fraquejar.
— Não acha óbvio demais? (Ele me olha confuso). _ está tentando se aproximar de mim para me matar. (Ele sorri sem mostrar os dentes, estava certa).
— Você também quer isso. Quer se aproximar de mim para matar-me. (Ele retruca, ainda mais próximo).
— Mas eu não finjo ser essa minha vontade. (Eu o olho, dou alguns passos a frente, ele parece gostar de ser enganado e, eu gosto de enganar).
Rocke suspira pesadamente com minha presença, depois passa sua mão em minha cintura, incrível como pode tocar-me sem aquelas mãos frias de alguns minutos antes.
Ele me encara por alguns segundos, depois passa as mãos pelo meu rosto.
— Sabe quantas vezes pensei em você? (Eu sorrio para ele , não acreditando no que diz, sei que é mentira, todos eles mentem).
Os idiotas mentem.
— Não gosto de mentiras. (Eu falo, logo depois de alguns segundos nos olhando, ele passa seus lábios pelos meus, estavam com gosto de vinho, se eu não estivesse aceito beija-lo, ser beijada, eu acreditaria que ele estaria me forçando a beija-lo. Suas mãos são firmes em minha cintura, me obrigando a não voltar mais atrás, seu beijo é intenso, o ardor do gosto do seu beijo é indelicado, mas gosto disso, cada vez mais fundo. O gosto do desejo apenas por esses minutos, o gosto de saber que isso é para atacá-lo. O gosto de se sentir enganada e ao mesmo tempo estar enganando-o, é leve, profundo, me prende em cada segundo que se passa.
Mas nada se compara em como era sentir tocar os lábios de Will, porquê eu sentia o sentimento de desejo e paixão, os dois alinhados. Queria ter aproveitado mais seus beijos, seu toque, o frescor do desejo nítido em seus olhos, nos meus. A verdade é que nunca vou deixar de amá-lo
Queria ter feito mais que apenas um beijo.
Passo minhas mãos pela lâmina, aponto em seu pescoço, lembrando-te que não fui enganada por ele.
Ele sorri, se afastando-se da minha boca.
— Não vale você matar-me aqui. (Ele falara com medo, apontando também sua lâmina).
— Toda hora vale apena. (Eu digo, mas abaixo minha espada). .
Rocke_ Não agora. (Ele falara sério, olhando diretamente para meus olhos , tão profundamente que, meus pensamentos deveriam estar estampados no rosto.
— Você perdeu. (Ele franzi o cenho, tentando conter o riso, eu também faço o mesmo, esperando sua resposta).
— É, perdi. (Não esperava por essas palavras de aborrecimento, mesmo que eu tinha a certeza que ele estava mentindo para me atacar durante o beijo, gostava do mínimo porcento que me dava a esperança de que ele estava sendo verdadeiro, mas as únicas verdades que diriam para mim em voz alta, seriam aquelas que machucassem-me).
Nos olhamos apenas de soslaio, evitando novamente encarar suas pupilas azuis, que me lembram as que Will me olhava.
— Seus amigos estão esperando. (Digo por fim, ele me encara mais uma vez, pega sua faca no chão e a coloca no bolso).
— Espera. (Ele para assim que coloca a faca no bolso, com um rosto excêntrico). — Eu ganhei a aposta, eu quero sua faca. (Ele me olha com dúvida, pegando a faca e a olhando como se nunca estivesse a visto, eu apenas observo seu gesto).
— Garanto que, essa não é a melhor que tenho. (Ele diz, erguendo as mãos para mim, entregando de vez a lâmina).
— Não é a minha também. (Falo pegando a faca, enquanto a pego Rocke toca minha mão de forma estranha, como se quisesse me puxar para ele).
— Algum problema? (Eu pergunto, olhando cada centímetro do belo e esculpido corpo, se não fosse um idiota, eu teria feito algo mais).
— Nenhum. (Ele anuncia, dando um passo em falso para a porta).
A noite pareceu chapada demais para mim, primeiro eu esfaqueei um príncipe, beijei seu amigo e, ganhei mais uma aposta. -aperto com mais força a faca em minhas mãos, depois de perceber que estou parada, em frente a porta, totalmente imóvel, como se estivesse vendo uma alma. Desço as escadas para acompanhar Rocke até a saída quando saio do meu transe, ele sai sem dar uma palavra, apenas me olha, novamente em fundo aos meus olhos, antes que ele diga algo, fecho a porta, depois subo as escadas, diretamente ao quarto. Olhando-o pela janela, penso que talvez...
Ele esteja se enganando porque gosta.
Ou talvez queira me enganar, porque talvez seja um novo objetivo deles, me fazer de uma idiota, uma coisa que jamais vou aceitar ser.
Thalya está parada no batente da porta, com os braços cruzados, analisando-me das unhas até o último fio de cabelo. Isso é estranho, porque ela nunca está acordada tão tarde, ela costuma deitar 20:30, eu costumo ir dormir 03:40, quando vejo que minhas olheiras estão fartas e meu corpo pede por cama.
— Algum problema?
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Atualizado até capítulo 33
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