Desgoto! Capitulo 15

Joana leva a mão ao local do tapa, olhando abismada para seu pai, pois essa era a primeira vez que ela havia levantado a mão para ela e não acreditava que ele tinha feito isso.

— Porque o senhor fez isso comigo, eu não disse nada além da verdade, agora realmente a verdade dói né, o senhor está querendo me condenar a uma vida, presa a um homem que nem sabemos se ao menos vai acordar e se quando ele acordar ele não gostar de mim?

— Se ele vai acordar ou não, deixamos isso para o futuro, o que eu sei agora é que você vai se casar com ele querendo queira ou não, irei fazer o acordo com o Dr Magno, é um acordo bem lucrativo para nós e você vai cuidar muito bem dele, porque pelo que eu vejo o Dr Magno vai supervisionar pessoalmente, então trate de ser uma boa esposa.

— Então por que não manda a Marina se casar com ele? Tenho certeza que vai ser muito beneficente para ela se casar com um homem rico, é tudo que ela quer, tenho certeza disso, não sei porque tudo tem que sobrar para mim, se ela também faz parte dessa família.

— Deixe sua irmã fora disso, ela ainda é muito jovem para casar! — Felipe se aproxima de Joana e ela leva a mão à frente do rosto protegendo-o.

Joana ri daquela situação, como assim a sua irmã é muito nova, se já é maior de idade e faz o quer, sai a noite para as boates e só volta com o dia quase amanhecendo, completamente bêbada, mas parece que ninguém vê isso nela, todos tratam sua irmã como um bebê.

Joana entra em casa e sobe correndo até o seu quarto, ela tranca a porta e se joga em sua cama, chorando muito, ela passa longas horas chorando até que adormece.

Teodoro ainda está no hospital, mas anda de um lado para o outro impaciente, ele não imaginava que aquilo realmente estaria acontecendo, essa seria a oportunidade perfeita para colocar as mãos em tudo que o seu irmão tinha, mas agora estava impossibilitado.

— Oi, tudo bem com você? — Teodoro sente uma mão pousar em seu ombro.

Ele olha rapidamente para trás e vê uma bela jovem, em um vestido verde-esmeralda e olhos verdes profundos, ele pigarreou olhando a moça de cima a baixo.

— Desculpa, estava distraído, não lhe vi!

— Não precisa se desculpar, não está lembrado de mim? — Teodoro estreita as sobrancelhas, tentando puxar na memória.

— Me desculpe, minha cabeça está um turbilhão, não consigo assimilar nada agora.

A moça abre um sorriso e estende a mão para ele se apresentando.

— Marina Duarte! — Teodoro se surpreende!

— Meu Deus! Realmente eu lhe peço mil desculpas, não lhe reconheci de maneira alguma, você está deslumbrante, está belíssima! Não que você não estava da primeira vez que eu lhe vi, mas realmente achei que você fosse outra pessoa.

— Não se preocupe com isso, sei muito bem que quando você foi lá em casa, nem prestou muita atenção em mim, mas não tirava os olhos da minha irmã, eu como sou a caçula sou sempre a esquecida, já me acostumei com isso, mas espero que agora você me vendo aqui em sua frente sozinha, você consiga me dar um pouquinho da sua atenção.

— Não pense assim dessa forma, pois como você, eu também sou irmão mais novo e sei muito bem como é viver a sombra de um irmão mais velho, não tem problema nisso, realmente é porque eu estou um pouco confuso com tudo que está acontecendo e acabei não lhe reconhecendo, peço desculpas mais uma vez, se lhe ofendi.

— Não de maneira alguma, eu vinha mais cedo para lhe oferecer um ombro amigo, mas vi que a minha mãe, o meu pai e a minha irmã vieram, não queria atrapalhar, então resolvi vir agora, já que sei que voltaram para casa, estou vendo que você realmente está muito nervoso, minha irmã é um pé no saco, mas se ela sofresse um acidente, acho que eu ficaria do mesmo jeito.

— Eu que o diga sabe, meu irmão também é um pé no saco e consegue me ferrar mesmo estando inconsciente, você acredita nisso, clássico dos irmãos. — Os dois gargalham, mas se contém, após lembrar que estão em um hospital.

Teodoro convida marina para ir até a lanchonete do hospital, os dois conversam bastante, é como se se conhecessem a anos, Marina tem um jeito envolvente que atrai qualquer homem que está perto dela, Teodoro se identifica bastante com Marina e sente que  se dará muito bem com ela, os dois tem uma conversa muito agradável, Marina toma seu copo de Late enquanto sorri com as brincadeiras de Teodoro, mas são interrompidos com uma ligação inesperada.

📱 — Alô quem deseja. — Teodoro fala olhando para Marina.

📱 — Sou o Dr. Robert, estou falando com Teodoro?

📱 — Sim, o que deseja?

📱 — Sou o responsável pelo atendimento do seu irmão e preciso falar com você.

📱 — Tudo bem, estou na lanchonete aqui do hospital, daqui a pouco chego aí.

Teodoro se despede e desliga dando, mas uma vez a sua atenção a Marina.

— Eu adorei conversar com você, naquele dia lá na sua casa nem deu para conversarmos, se soubesse que você era tão divertida assim, tinha direcionado minha atenção a você. — ele coloca a sua mão sobre a de Marina, que está em cima da mesa.

Marina puxa a mão de debaixo da de Teodoro um pouco sem graça, pois ainda não acha que os dois tenham toda essa intimidade, mas continua a conversa e então Teodoro avisa que terá que falar com o médico, sobre o estado de saúde de seu irmão, Marina avisa a Teodoro que se ele quiser ela pode o acompanhá-lo, já que ele está sozinho nisso e não tem nenhuma família por perto, ele agradece e os dois seguem até o consultório do médico.

Assim que chegam, Teodoro bate na porta e é convidado a entrar, ele se aproxima e senta oferecendo a poltrona do lado para Marina que se senta ao seu lado, esperando que o médico fale com eles.

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