Não acredito! Capitulo 14

Joana olha perplexa para o seu pai levando a mão a testa, sem entender como ele pode estar lhe entregando de bandeja para um homem daquele jeito, Margot olha para o seu marido um pouco temerosa pelo que ele havia acabado de propor, Teodoro não acredita que Felipe foi capaz de também lhe passar a perna daquele jeito, pois ele naquele momento estava se sentindo traído pelo homem que achava que seria de grande valia para ele, a situação se complica e os ânimos ficam exaltados enquanto Magno leva a mão ao queixo ponderando aquela situação.

— A sua filha ainda é virgem? Porque essa é uma exigência imprescindível para o nosso acordo.

— Claro que sim, senhor Magno, o senhor me ofende com essa pergunta, criei minha filha dentro de todos os princípios e tenho certeza que ela é uma moça decente que jamais se deitaria com um homem que não fosse o seu esposo, então sei que ela se mantém pura para o casamento.

— Ótimo, isso é muito bom, creio que poderemos entrar em um acordo com toda a certeza, está aqui o meu cartão, quero que o senhor vá até o meu escritório, para que possamos tratar dos trâmites e quero lhe passar todas as cláusulas que o Caleb me pediu e se sua filha atender a todas elas, com certeza poderemos fechar negócio.

Felipe se sente vitorioso e não imaginaria que aquela visita seria algo tão produtivo como estava sendo, sua filha estava um passo de ser a senhora Bueno e com certeza tiraria toda a família da ruína total, aquilo era uma ótima aquisição que Felipe não esperava que poderia conseguir tão rapidamente, Teodoro fica impaciente andando de um lado para o outro da recepção, sem acreditar no que havia acontecido ali, ele olha para Margot e ela vê a fúria em seus olhos, mas tenta apaziguar a situação se aproximando de Teodoro tentando fazer com que ele se acalmasse um pouco.

— Calma, meu querido, nem sempre as coisas são como nós queríamos e tenho certeza que as coisas podem se arrumar com o tempo, dê tempo ao tempo e você vai ver que tudo que você espera vai chegar no lugar.

— Eu acho muito difícil e agora depois do que seu marido fez, não entendo porque a urgência dele em casar a Joana, pelo que percebi ela não tem nenhuma intenção de casar, ainda mais agora com o meu irmão na situação que está.

— A Joana é uma boa moça Teodoro e tenho certeza que você terá um bom relacionamento com ela, quem sabe ela poderá te ajudar no que você tanto quer, seja lá o que for que está te deixando tão preocupado desse jeito. — os olhos de Teodoro brilham naquele momento, pois acabou de ter uma ideia brilhante, então com certeza poderia colocar em prática.

Magno sai do hospital e vai direto para o seu escritório, ele quer formalizar um contrato para que possa proteger Caleb de qualquer pessoa com má intenções, na realidade Caleb nem tinha pedido uma esposa caso ficasse debilitado, mas seria a única forma que Magno achou de Teodoro não colocar as mãos na fortuna do irmão, pois uma esposa deixaria Teodoro impossibilitado de cuidar do dinheiro de Caleb, Magno estava pensando em tudo, pois queria proteger Caleb de tudo e de todos, pois prometeu aos pais dele antes de morrer que cuidaria de Caleb até o dia que não estivesse mais entre os viventes.

Magno entra em seu escritório, sentando-se e pega uma garrafa de whisky que está em cima da mesa, se servindo de um copo, ele afrouxa um pouco a gravata, enquanto toma o líquido em um único gole.

“ Eu tenho certeza que o Teodoro estava achando que ia ficar com todo o dinheiro do irmão e só Deus sabe o que ele iria fazer, quando os pais dele morreram, ele acabou gastando todo o dinheiro que havia ficado com ele, em questão de meses, não seria diferente com o dinheiro do Caleb, o que eu estou fazendo é para o bem do Caleb” — Magno pensa, enquanto massageia a têmpora.

Margot e Felipe saiu do hospital, seguindo para casa junto com Joana que está muito descontente com a proposta do seu pai para o advogado da família Bueno, ela não imaginava que seus pais seriam capazes de fazer isso com ela, oferece-lá a uma vida de descontentamentos ao lado de um homem inválido, que nem ao menos saberia que ela era a sua mulher, não sabia para que serviria para se casar com um homem assim, pensava que se quisessem uma enfermeira para ele que contratassem uma, mas que não a obrigassem a cumprir algo que ela não tinha vontade.

Joana segue todo o caminho em silêncio, enquanto pensa no que fazer para se livrar daquela situação, mas ao escutar o que sua mãe diz, ela não consegue mais ficar calada.

— Mamãe, pelo amor de Deus, como é que a senhora acha que eu irei ficar refém de um homem que nem sabemos se vai acordar do coma! — Margot olha para ela com cara feia.

— Joana! Você tem que entender uma coisa, as contas não vão se pagar sozinhas, alguns sacrifícios são necessários para conseguirmos o que queremos.

— Na realidade, isso é o que a senhora quer! — Joana cruza os braços, virando o rosto para a janela do carro.

— Você não fale comigo assim mocinha, está pensando o quê da sua vida? Não sabe os sacrifícios que fiz para te criar. — Margot rosna.

Todos ficam mais uma vez em silêncio, até chegarem em casa, Joana desce do carro extremamente, aborrecida com aquela situação e ao tentar se dirigir até a porta de entrada de casa é puxada pelo braço para o seu pai.

— Olhe aqui, eu já tolerei demais as suas birras, quero que você faça tudo que eu disser sem discutir, nem ficar com cara feia, está me entendendo, o que eu estou buscando é o melhor para você.

— Eu não tenho tanta certeza assim… — ela sente um tapa no rosto, sua pele queima.

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