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papai...

- sim meu amor ?

- eu vi algo que me deixou intrigada também

- e oque seria ?

- bem, quando estava colhendo as uvas eu ouvi barulhos estranhos no meio das vinhas

- talvez um animal ? mandarei que façam uma ronda naquele local

- não, eram pessoas, um moço e uma moça.

castiel já imaginando do que se tratava tentou encontrar algo para que mudassem de assunto, mas sua filha foi mais rápido

- a moça gritava alto, e o moço, ele estava chocando seu corpo no dela

- FILHA! porfavor minha flor, vamos mudar de assunto

- não! me explique, oque estava acontecendo? porque eles estavam nus?

- isso é uma coisa que só pessoas casadas podem fazer...

- porque ?

- per..pergunte a sua mãe, eu preciso rever uns documentos até mais tarde meu raio de sol

ele saio da sala e não me respondeu nada, eu achei aquilo estranho mas resolvi perguntar a mamãe talvez ela soubesse...

...

já havia passado semanas e todos os dias sem falta eu manda cartas para alguém que nem se quer existe, por sorte escrevo tudo como se fosse para alguém que estou apaixonada de verdade, pois um dia eu peguei a minha mãe abrindo a minha carta, quando eu a indaguei ela apenas respondeu que estava cuidado oque eu escrevia, que só fez aquilo por pura curiosidade e que não tornaria a fazer denovo.

E foi assim por dias, semanas e meses

'' *olá querido, espero que esteja tudo bem contigo, ainda estou com saudades de ti, não me mandas mais cartas!, hoje meu pai me trouxe um belo buquê de lírios amarelos, nunca tinha visto de tal cor, são realmente lindo e cativantes tentei até plantar alguns no jardim de casa mas todos morrem!, mamãe diz que isso é por conta da terra, já Clenir diz que eu não tenho mão boa para plantar as coisas, por isso todas morrem"

" hoje vi Denis, ele estava galanteador como sempre, ele estava muito chateado pois seus pais já lhe encontraram uma esposa, ele pensou que duraria anos e anos, mas em alguns meses eles encontraram uma esposa ideal para ele, espero que ele seja feliz..."

" hoje mamãe perguntou sobre você, eles estão a suspeitar que nao exista! isso é uma calúnia você acredita nisso?! "

estava a terminar de fazer as minhas últimas anotações sobre os vinhedos quando meus pais me chamam lá em baixo para podermos conversar, sento-me no sofá em frente a eles.

- sim ?

...- sabe as vezes nos encontramos uma pessoa e achamos que iremos levar ela para a vida, mas...nos...hum...bem, as pessoas mudam filha, de pensamento, sonho e objetivo!...

- tudo bem.

- o seu pai está tentando lhe dizer filha é que...bem...esse moço pode ter encontrado alguém no reino onde ele está.

- porque pensam isso ?!

- a meses vemos-te mandar cartas apaixonadas para alguém que nem sequer lhe respondeu uma única vez filha!

- eu já disse a vocês! Ele está num reino distante ao leste, a trabalho! Demora muito para chegar as cartas.

- cinco meses? Em cinco meses deveria ter chegado pelomenos uma carta filha!

- não mamãe, pode ter acontecido algo.

- filha eu acho melhor você esquecer este rapaz, podemos arranjar outros, aqui mesmo no reino.

- eu prometi esperar por ele e é oque farei.

- você fará oque eu mandar-lhe fazer Ema!

- papai por favor

- você não sabe, e se ele já estiver casado?! Com filhos até! E você aqui esperando por ele!

- por favor eu não quero ninguém, eu apenas quero ele!

Pelo amor de Deus! Eu acreditei que está farsa duraria mais, muito mais, agora irá começar tudo de novo, eu não aguentarei!

- filha vamos fazer uma festa de cortejo para você, conserteza um dos rapazes irá ser do seu agrado

- não! Eu não quero uma festa cheia de moços me bajulando, eu não gosto disso o senhor sabe!

- SEM MAIS PALAVRAS EMA, VOLTE PARA O SEU QUARTO, FICARÁ SEM ALMOÇO HOJE

Eu iria retrucar a sua fala, mas no momento em que iria abrir a boca ocorreu-me que eu poderia ficar de castigo então eu o obedeci, com o meu orgulho enfraquecido eu subi as escadas até o meu quarto.

preciso de outro plano!

Ema agora escrevia outra carta, contando sua suatuaçao, seu sentimento de desespero, ideias de novos planos que talvez poderiam funcionar, essas cartas eram só para sustentar suas mentiras, mas com o tempo se tornou um desabafo, como um diário, um diário em que as páginas eram mandadas para alguém, alguém que ela nem sabia que existia.

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