capítulo 6

Capítulo 6

Os meses se passaram e tinha chegado os seis meses de idade de Victoria, segundo o contrato deles, Matew levaria a menina para casa, visto que a amamentação exclusiva tinha acabado.

Os dois temiam este momento, seria o fim de tudo, das visitas, da companhia um do outro, daquela família meio confusa que tinham se tornado.

− Boa tarde - disse Matew entrando na porta da frente da casa, ele não tinha vindo pela manhã, como sempre vinha. Nicole fechou a porta e andou para o meio da sala.

Nicole estava com os olhos inchados, chorou a noite inteira na beira do berço de Victoria, não queria entrega-lá, mas poderia até ser presa se não o fizesse, essa era uma das clausulas do contrato.

− Oi - ela disse segurando a babá eletrônica na mão

− Victoria está dormindo? - perguntou Matew se aproximando devagar

− Sim, desci para comer algo - falou ela - quer subir?

− Sim claro, vamos! - ele disse, ambos estavam estranhos um com o outro

Eles subiram as escadas em silêncio, obviamente o pai dela estava no trabalho e a babá já tinha ido embora.

Matew entrou no quarto e olhou para Nicole no berço, tão pequena e linda, dormindo como um anjo. Ele deu um beijo leve na sua cabeça e sorriu. Ela nem se quer se mexeu, dormia profundamente.

− Vamos conversar? - pediu Matew baixinho, para não acordar a menina, Nicole deu uma última olhada na filha e os dois saíram do quarto.

Eles foram até a sala e Nicole deixou a a babá eletrônica em cima da mesa de centro.

− Diga - ela falou com  a voz trêmula e sentou no sofá, mas Matew não sentou.

− Tenho certeza que sabe que dia é hoje... - disse ele um pouco nervoso, embora não deixasse transparecer.

− Impossível não saber - falou ela

− O que pretende fazer, visto que nosso contrato acabou?

No mesmo momento, Nicole ficou de pé e falou:

− Seguir o maldito contrato! - falou ela brava, Matew a encarou.

− Não quer seguir o contrato? - perguntou ele, quase implorando que ela dissesse que não queria seguir o contrato.

− Pergunta como se eu tivesse escolha! - ela fala quase gritando.

− Me diga o que você quer Nicole! - ele falou quase entre os dentes.

− Eu quero... eu tenho... - ela não sabia o que dizer, queria gritar pro mundo que amava Victoria e a queria em sua vida, que estava apaixonada por ele, mas não teve coragem de abrir seu coração, sem ter certeza do que ele sentia por ela.

− Vou buscar Victoria aqui amanha a tarde, arrume as coisas dela! - disse Matew enfurecido com Nicole e foi embora.

Assim que ele passou pela porta Nicole caiu em prantos.

Na cabeça dele, Nicole estava dando graças a Deus que tinha chegado o sexto mês, ela receberia o restante do dinheiro do contrato e estaria livre de tudo aquilo. Ele se odiou por ter gostado dela, por ter chegado a pensar em mandar tudo para o inferno, esposa, contrato de casamento, sociedade na empresa...tudo por causa dela e da criança. Ao ver que ela não estava na mesma sintonia que ele, pelo menos ao seu ver, acabou com seu ego e suas esperanças, o deixando profundamente magoado.

Matew foi para casa e no caminhou ligou para o seu secretário e pediu que contratasse ao menos cinco babás e falasse com a que já cuidava de sua filha, na casa de Nicole.

Ao chegar em sua casa, ele só queria um banho e deitar, subiu as escadas correndo e quando chegou no corredor, viu o quarto da sua esposa com a porta aberta e ouviu vozes. O quarto era um pequena UTI que foi montada ali a quase três anos após o acidente. Matew achou estranho e foi até ali, quando chegou a porta, viu Madson sentada na cama de olhos abertos. Tinha pelo menos seis médicos ao redor dela, com planilhas nas mãos.

− Oi Matew - ela disse quase sem voz, ele ficou parado, apenas olhando e assimilando tudo aquilo, depois correu e a abraçou. A vida deles não tinha sido perfeita antes do acidente, mas Madson ter praticamento voltado dos mortos o deixou feliz, principalmente com tudo que tinha acabado de acontecer. Os médicos explicaram a ele, que tinha sido praticamente um milagre ela ter acordado depois de tanto tempo. Falaram que provavelmente o que ajudou ela a se manter, foi o fato dele conversar com ela todos os dias, mesmo que brevemente. Falaram também, que com muita fisioterapia e treinos de fortalecimento, ela poderia levar uma vida praticamente normal, visto que a princípio os exames dela estavam normais, mas eles iriam pedir uma bateria de exames, para ter certeza.

Os médicos foram embora bem tarde da noite, ficou apenas uma enfermeira, para ajudar com o que precisasse. Matew a dispensou para que comesse e ele ficou a sós com a esposa.

− Não sabe como estou feliz, que tenha voltado... - ele disse sentando ao lado dela na cama.

− Eu também estou - ela falou com dificuldade e com a voz rouca.

− Sei que acabou de acordar de um coma, mas tenho algo muito importante para contar a você! - Matew disse, Madson acenou com a cabeça, para que ele falasse.

Então Matew contou tudo a ela, sobre ter perdido as esperanças que ela acordasse do coma, sobre ter se sentido desesperado por um herdeiro. Contou tudo sobre a inseminação artificial e que o contrato que tinha acabado naquele dia.

Obviamente ela ficou bem surpresa e chocada com tudo, mas não o julgou, afinal ela estava praticamente morta. Ela concordou em trazer a menina para casa e o apoiou, dizendo que ajudaria no que pudesse.

*

No dia seguinte, Matew foi buscar a filha, como havia dito que faria. Quem abriu a porta foi o pai dela, ele mal tinha visto Carlos durante este tempo todo em que ia na casa de Nicole.

− Onde elas estão? - perguntou ele sério

− No quarto, Nicole está se despedindo! - falou o pai dela, ele tinha ficado para dar apoio a filha

− Vou subir! - Matew avisou e nem esperou resposta, subiu as escadas e foi até o quarto delas, ele entrou sem bater.

Nicole estava com a menina nos braços, conversando com ela. Ele apenas ouviu.

− Papai vai levar você meu amor, talvez seja difícil nestes primeiros dias, sem sua mamãe, mas logo irá se acostumar. Sei que vai sentir minha falta, também irei sentir a sua, mas é preciso ser feito. Seu papai ama você e dará tudo do bom e do melhor, como você merece, coisa que eu não poderia. Perdoa sua mamãe meu amor, não posso ficar com você, não posso! Mas sempre estará no meu coração, para todo o sempre, eu te amo minha princesa e jamais vou esquecer dos dias em que passamos juntos, tenha a certeza que foram os melhores dias da minha vida, eu a amo... - Nicole falou em prantos, olhando nos pequenos olhinhos de Victória, Matew se emocionou ao ouvir Nicole, mas logo lembrou que foi ela quem quis seguir com o contrato e pensou que ela estava fingindo por saber que ele havia chegado...

Ele andou até as duas limpando suas lágrimas e foi ai que Nicole o viu. Matew pegou a bolsa que estava arrumada ao lado do berço e literalmente arrancou a menina dos braços de Nicole.

− Me dê ela aqui! - falou ele e parecia estar com muita raiva.

− Calma, tenha cuidado com ela! - disse Nicole assustada, pois nunca tinha o visto assim e na mesma hora a menina começou a chorar nos braços dele.

− Ainda hoje, o restante do seu dinheiro estará na sua conta - falou Matew e saiu com a bolsa e a menina nos braços.

Nicole caiu de joelhos no chão e chorou soluçando, com sua mão estendida na direção que eles tinham partido. Seu coração estava dilacerado, em pedaços... Ele tinha levado sua filha, sua razão de viver e ela não podia fazer nada, o contrato estava bem amarrado, com relação a isso. O pai dela entrou pouco depois que Matew passou por ele no corredor.

− Filha... - ele disse se ajoelhando onde ela estava e a pegou em seus braços - sinto muito minha pequena! - disse Carlos

Eles ficaram um bom tempo abraçados naquele chão, seu pai acabou chorando também, não pela criança, visto que ele ficou longe devido ao trabalho e também porque não queria se apegar, mas chorou por ver a dor da sua filha.

Matew saiu dali com muita raiva, porém triste também, na sua cabeça, suas suspeitas tinham se confirmado, ela só queria o dinheiro dele.

--

Priscilla

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Comments

Suzy Estecio

Suzy Estecio

Não tem lógica essa descrição de fingimento, até pra quem lê percebe que ela está sofrendo esse capítulo ficou sem sentido, só nos resta usar a imaginação!

2024-05-27

0

Edivania Amorim

Edivania Amorim

Acho que a morta viva, vai dar trabalho.

2024-03-06

1

Rita Cássia

Rita Cássia

aff a morta viva voltou

2024-02-25

0

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