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29 de maio 2022

Peguei o meu violão e me sentei no sofá comecei a dedilhar as cordas, sabe quando você está com vontade, mas não consegue, algo impede.

-- Estou voando para te deixar ver que a sombra sou eu - canto uma parte da nossa nova música - Vivendo o sonho, observando as folhas mudando nas estações - parei um pouco, olhando na direção do relógio

fiquei observando os ponteiros se movendo, peguei violão, as chaves do carro, coloquei ele deitado na parte de trás do carro. Comecei a dirigir, eu já nem sabia mais para onde estava indo, depois de um bom tempo cheguei em frente a um enorme lago, estacionei o carro, peguei violão e fui até a beira do lago.

Encarei a água, peguei o violão e voltei a dedilhar juntando frases na minha cabeça, realmente não tinha inspiração após Total falha em tentar compor, apenas me deitei na grama e fiquei olhando o céu, o dia estava fresco totalmente agradável.

(horas depois)

Acordei sentindo meu corpo ardendo, não acredito eu dormi, o clima agora estava muito quente, me levantei com bastante dificuldade, peguei o violão, caminhei lentamente até o carro, quase não estou conseguindo mexer o corpo direito, a cada passo a dor aumentava.

Depois de muito esforço entrei no carro, fechando a porta, em seguida, me olhei pelo retrovisor do carro, estou igual um camarão, coloquei o cinto me arrependendo, logo em seguida comecei a dirigir, precisa ir à farmácia, no momento estou um pouco longe do centro. Devo demorar achar uma farmácia.

Com aproximadamente 20 minutos conseguir achar uma, comprei algumas coisas para passar na pele, aproveitei e fui até a minha lanchonete preferida.

-- Olha o que temos aqui, um camarão em pessoa - olhei para frente vendo a Gabriele

-- nossa como ela é engraçada - falo de forma irônica

A mesma sorriu de lado e ficou me encarando, virei para o atendente, fazendo o pedido

-- não sabe usar protetor solar não?

--você sempre está aqui né?

-- aqui é um ótimo lugar para ficar, não acha?

-- é, sim, concordo - peguei o pedido e paguei baixo gemido de dor

-- como você está conseguindo anda?

-- estou de carro, então não dói tanto

-- você precisa passar pomada nessas queimaduras

-- comprei alguns produtos - mostrei a sacola

-- na minha casa tem uma pomada boa para isso, posso te emprestar se você quiser

-- se for resolver da maneira mais rápida, eu aceito, sim

-- vou em casa e trago aqui para você - fala saindo

-- Eu te levo até a sua casa, vai ser mais fácil -falo indo até o carro

-- Você está parecendo uma pessoa idosa, andando desse jeito.

-- o que posso fazer, se tudo está doendo

entramos no carro ela foi me guiando até sua residência, não era muito longe do local onde estávamos, isso explica porque ela sempre está lá, ela praticamente sai me puxando para dentro da sua casa

-- senta aí.

A mesma com toda delicadeza me sentou no sofá, era o mínimo né, após sair me puxando pela casa sem dó nem piedade, enquanto ela ia buscar a pomada fiquei a observar a casa, tinha bastante pinturas espalhadas pelas paredes, e fotos com pessoas que julgo serem ser os pais dela.

-- Aqui está - fala estendendo a mão

Assim que estendi o braço dei um pequeno grito de dor, ela me olhou com uma cara estranha e depois começou a rir, eu olhei para ela meio indignada.

-- deixa que passo em você, pelo jeito você irá morrer se tentar sozinha.

Ela começou a passar a pomada calmamente pelo meu braço, observei os seus movimentos, ela parecia realmente não querer me machucar, lentamente passou no meu rosto, a mesma aproximou o rosto um pouco do meu, parecia bem concentrada.

Ela possui os olhos com uma cor de mel, os cabelos castanhos e lisos, algumas pintinhas pela bochecha, lentamente ela subiu o olhar, causando uma troca de olhares, os olhos dela são realmente lindos. Quase inconscientemente levei as mãos até as bochechas dela, fiz um leve carinho.

Assim que senti a mão dela encostar na minha, parei o que estava fazendo, a mesma apertou levemente a minha mão, ia me afastar, porém, ela fez uma leve carinho e deu um sorriso, fiquei aliviada, pois pensei que ela não tinha gostado. Mantínhamos a troca de olhares, não tinha certeza, mas parecia que nos estávamos nos aproximando, eu só tive certeza quando nossas bocas se encontraram, era apenas um simples seria que lentamente se tornou um beijo caldo verde, senti sua mão encostar no meu rosto fazendo leve carinho, desci as mãos até a sua cintura apertando de leve, lentamente paramos o beijo ficamos nos encarando.

Dei um leve sorriso é a mesma retribuiu, porém, lentamente o seu sorriso foi morrendo

-- o que nós fizemos? - fala  nervosa 

-- a gente se beijou ué - falo de forma simples, demonstrando um pouco de confusão pela sua pergunta.

-- Isso não poderia ter acontecido, nos mal nos conhecemos, e ainda tem os seus fãs 

-- calma, foi apenas um beijo, não é como se fossemos nos casar por conta disso.

Faça um leve carinho na cintura dela, parece que as minhas palavras a fizeram voltar para a realidade, a mesma de um sorriso nervoso e sem graça

-- bom, vamos terminar de passar a pomada no seu rosto

 Se afastou de mim, voltando a fazer o que fazer a minutos atrás. Será que a magoei? Mas não faz sentido, não é como se ela fosse apaixonada por mim, minhas mãos ainda estavam em sua cintura, dessa vez ela não estava tomando tanto cuidado ao passar a pomada.

-- Obrigada por passar em mim, eu realmente iria morrer tentando passar 

 solto um leve riso para tentar melhorar o clima, porém não funcionou, a mesma apenas se afastou um pouco e deu o mínimo sorriso, me levantei devagar e encarei a mesmo que retribuiu o olhar.

-- que bom que eu podia ajudar.

--  você ficou chateada com o que falei?  - falo virando e olhando para ela por cima dos ombros.

-- Não, não tenho motivos para isso- deu um mini sorriso 

-- realmente, obrigada novamente por me ajudar

-- não precisa agradecer 

olhe novamente para ela, dessa vez a mesma estava sorrindo, andei devagar até a mesma, deixei um beijo na sua bochecha, logo em seguida ela me olhou.

--  isso que aconteceu, não vai atrapalhar a amizade que a gente começou a criar, não é?

 Ela apenas balançou a cabeça em negação me afastei. Como eu queria repetir o acontecimento de minutos atrás, me afastei mais antes que eu pudesse antes que eu pudesse qualquer erro, caminhei até a porta, quando cheguei na mesma, acenei para Gabi.

 Sai em seguida quando finalmente, deitei na minha cama e respirei fundo, eu estou realmente perdida, peguei a lista hoje eu não consegui completar o meu objetivo, mas acho que já posso riscar o "fazer novas amizades" assim fiz, espero que eu e ela realmente possamos ter uma amizade.

 Lembre do lanche, e desci para pegar, eu com certeza eu não aguentarei subir as escadas de novo, então ficarei por aqui mesmo. Liguei a TV, me deitei, comecei a comer, na TV estava passando algumas entrevistas, em algum momento uma pessoa entrevistada falou ser muito fã do nosso grupo, que queria conhecer a gente, seria um sonho realizado para ela.

O integrante favorito era o Christopher.  Adivinha só quem apareceu logo em seguida, ele foi lá fazer uma surpresa para ela, a mesma começou a chorar, gritar, se agarrando nele  com toda a força, ele estava sorrindo, provavelmente processando oque estava acontecendo.

 O mesmo convidou ela para ir no nosso próximo show, que será daqui a dois meses. Quando nossas férias irão acabar ele deu dois ingressos para ela, a mesma quase desmaiou, nesse momento a plateia estava gritando. Ele cantou uma de suas músicas e depois se despediu, saindo em seguida, desliguei a TV e me deitei fechando os olhos, só quero dormir.

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