Assim que entro, me deparo com o homem do elevador e entendo porque o calvo mal humorado ficou tão nervoso quando viu quem ele era.
Mais uma vez me vejo sem palavras e fico paralisada com o olhar dele pra mim.
- Sr Lannuzzi\, bom dia. Essa é a nova estagiária. - Rayssa diz com um sorriso simpático
- Bom dia\, Srta. -Ele se levanta e aperta minha mão. - Me chamo Henrique Lannuzzi, o CEO.
- Bom dia\, Sr Lannuzzi. Prazer em conhecê-lo. Me chamo Luísa\, a estagiária. - Digo sem graça.
- Sr Caccini\, se me der licença preciso arrumar a sala de reunião. Luísa\, consegue achar sua sala sozinha?
- Sim\, Rayssa. Obrigada pela recepção.
- Pode se retirar\, Srta Ferraz. Se a Srta aqui precisar\, eu ensino o caminho pra ela.
Rayssa sai e Henrique se senta novamente, enquanto eu fico em pé segurando meus dedos.
- E então\, Srta...? - Henrique pergunta enquanto passa o indicador em seu queixo
- Caccini. - Respondo sem jeito.
- Caccini... Srta Caccini. Animada em fazer parte dessa empresa? - Ele me fita e me deixa sem fôlego.
- Sim\, senhor.
Respondo e noto que ele me olha dos pés a cabeça, depois da um sorriso de canto de boca.
- Gosto assim. Bem\, prazer em conhecê-la\, Srta Caccini. Ainda nos encontraremos muitas vezes. Agora precisamos trabalhar\, consegue se achar sozinha?
- Acredito que sim. Muito obrigada por ter me defendido no elevador.
- Não precisa agradecer\, ele foi mal educado e eu não tolero isso. Ainda mais com uma dama tão bonita quanto a Srta. Tenha um ótimo dia.
Henrique se levanta e abre a porta pra mim. Ele me cumprimenta com outro aperto de mão e dessa vez sinto como se me ligassem na tomada, todo meu corpo se esquenta ao toque dele. Eu sorrio pra ele tentando disfarçar meu nervosismo, mas ele parece perceber.
- Tudo bem? Você parece nervosa.
- Tudo bem sim\, é só nervosismo da primeiro vez. Até a próxima.
Saio quase correndo dali e adianto meus passos até chegar na minha sala. Me sento e espero o restante do pessoal chegar, enquanto sorrio feito boba por lembrar da sensação que senti ao toque dele. Nunca tinha sentido nada parecido antes.
Meus pensamentos são interrompidos pela Rayssa, que me entrega alguns documentos pra passar pro computador.
Agradeço mentalmente por isso, talvez ocupando a cabeça esqueço esses pensamentos bobos.
Passo a manhã inteira ocupada entre digitalizar os documentos e tirar minhas dúvidas com a Alice, uma estagiária que já está aqui há um pouco mais de um ano, e com o Gabriel gerente administrativo e responsável por nós duas.
Alice é bem alto astral, solícita e simpática. Ela tem dois anos a mais que eu. Gabriel é mais fechado mas também é legal.
- Mariana\, podemos continuar depois do almoço? Eu preciso ir almoçar\, estou morta de fome.
- Claro\, Alice. Desculpe ter ocupado seu tempo. - Digo ao perceber o quanto a ocupei.
- Não precisa se desculpar\, sei que faria o mesmo por mim. Eu também já fui novata aqui e enchi o saco do Gabriel. - Ela olha para ele e ri.
- Imagina aguentar essa garota chata sozinho\, Luísa. Vamos almoçar\, também estou morto de fome.
- Vão indo\, eu vou terminar essas duas folhas e já vou também.
Alice e Gabriel vão em direção da copa e eu fico terminando de digitalizar as duas folhas restantes.
Quando termino, pego meu celular e me levanto pra ir almoçar também.
Saio da sala e ando tentando me lembrar onde fica a copa.
Depois de andar um pouco, abro uma porta que deduzo ser a que eu estou procurando, mas dou de cara com o Henrique em pé fazendo uma apresentação para um grupo de homens sentados ao redor de uma mesa.
Percebo que estou na sala de reunião e peço desculpas. Acabo ficando nervosa, tropeço em minhas próprias pernas e caio de quatro no chão. Henrique corre e me ajuda a levantar.
- Sr Lannuzzi\, mil desculpas. Acabei me perdendo e não achei a copa.
- Tudo bem\, se machucou? - Ele me olha enquanto me ajuda a levantar.
- Não\, estou bem. Desculpe.
- A copa fica duas portas a esquerda. - Henrique me fala, sem tirar os olhos do meu
- Obrigada. - Agradeço, desviando o olhar.
Saio da sala e fecho a porta. Me encosto nela e tento me recuperar do susto.
Conto duas portas a esquerda e abro a porta da copa.
Eu cumprimento dando boa tarde a todos e esquento meu almoço.
Me sento a mesa junto com Alice, Gabriel, Bruna e uma loira que se chama Vanessa, mas eu ainda não a conheço.
- O que houve\, Luísa? Você parece assustada. - Rayssa me pergunta ao me ver.
- Eu me perdi e entrei na sala de reunião. Como se não bastasse ainda cai quando tentei sair.
Todos caem na gargalhada enquanto eu conto.
- Sr Lannuzzi deve ter adorado a cena. - Vanessa debocha
- Deixa de ser faladeira\, Vanessa.
- Ah\, como se aqui ninguém tivesse ouvido a fama dele\, Alice.
Nesse momento somos surpreendidos pelo Henrique, que entrou enquanto a Vanessa falava e ninguém se deu conta.
- Fama de quem? Posso saber também\, Vanessa? - Henrique pergunta, com a mão na cintura.
- Do Jorge do RH\, Sr Lannuzzi. Dizem que ele tem fama de ser bem exigente com o horário\, estávamos contando para a Luísa.
- Ah sim\, achei que tivesse ouvido demais. Srta Caccini\, quando terminar o expediente venha até meu escritório\, por favor.
Ele fala e se retira, sem me dar a chance de responder nada. Será que fiz algo errado?.
- Eu disse. - Vanessa volta a falar, em tom de deboche.
- VANESSA!! Tá querendo ser mandada embora? - Alice a adverte novamente e todos rimos dela.
Terminamos de almoçar e volto pra minha sala. Passo o restante da tarde ajudando a Alice e o Gabriel. Tento descobrir sobre a tal fama do Henrique mas eles não me contam.
O expediente termina e juntamos nossas coisas pra ir embora. Fico apreensiva com o que o Henrique quer e vou em direção ao escritório dele.
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Atualizado até capítulo 73
Comments
SCEU MATO GROSSO
Bora desvendar esse história começando hoje 09/03/2025 primeiro livro da autora bora ler 😉
2025-03-10
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