Parte 4

Corri em sua direção assim que ela levantou e abracei. E deixei que as lágrimas que tanto segurava caíssem.

"Oh amigo, sinto tanto!" Dês…

"Shi, não diz nada, só me abraça!" Eu também não era muito de afeto, mas eu era melhor que aquela cobra.

"Chora, chora!" E bastou aquele pedido de Silvana para que eu chorasse mais até me cansar.

Ela fazia cafuné na minha cabeça que estava repousando no seu colo. Eu suspirava mas já tinha me acalmado.

" O hospital ligou, você tem que procurar uma funerária!" Eu levantei abruptamente em seu colo.

"Que ela apodreça no inferno!" Silvana arregalou os seus olhos pequenos puxados.

Engoli em seco e contei o que aconteceu dês que sai de casa hoje, depois de ler sua carta. Ela ficou envergonhada. Mas logo seu semblante mudou de vergonha a tristeza e depois raiva.

Ela levantou do sofá andando de um lado para o outro, sentindo minha dor e eu diria até raiva.

"Ahgr que mulher…" ela me olhou .

" Se você não quiser ler eu leio para você, mas temos que descobrir se seu pai descobriu ou foi enganado a vida toda" ela passava a mão pelos fios de seus cabelos os puxava.

" Precisamos saber se sua tia " ela parece medir as palavras." Que dizer mãe onde está. Ela… você tem o direito de conhecê-la.

Achei até graça dela um pouco como ela ficou tensa e serelepe e não segurava a língua, xingando dona Eugênia.

" Mas se ela não quiser me conhecer?"

"Por isso , precisamos acabar de ler o diário da víbora" ela pegou sua bolsa em cima da mesa " Vamos!"

"Não !" Eu a segurei pelo ombro." Eu vou! Você vai ao hospital e faz os trâmites que precisa pra enterrar " eu suspirei. " Bem compre um caixão qualquer e deixe sozinha no velório. Eu te encontro amanhã. Vou dormir por lá . Devo isso ao meu pai.

Ela consentiu mordendo os lábios acho que para se segurar para não falar mais. Eu sorri para ela e com o polegar afaguei sua bochecha ela retribuiu o sorriso, me abraçou. " Qualquer coisa me liga!"

Eu pisquei para ela a deixei ir e logo que entrei no carro de aplicativo já estava novamente na casa onde só fui feliz graças ao meu pai.

Voltei para o maldito quarto, peguei o caderno no chão e iniciei a leitura novamente.

Fui pulando páginas onde ela contava da gestação, da barriga falsa que colocou, do esconderijo que arrumaram para minha mãe para meus avós não descobrirem parei na página onde na quinta gestação.

/ Ahh Não mas essa hoje descobri que além de minha irmã ter um menino ela teria dois. Isso mesmo, ela vai ter gêmeos. Eu aguentaria um , um filho, mas dois nuncaaa, nuncaa /

O meu Deus mais uma surpresa eu tinha um irmão, irmão. O que seria dele? A página tinha sido rasgada provavelmente ela estava com tanto ódio que rasgou no impulso, porém ela continuou na outra.

/ Eu tive que controlar para minha irmã não descobrir que eu não ficaria com o outro se não ela poderia não segurar o segredo por muito tempo. E Flávio estava tão feliz, parece que ele amava a ideia de ser pai. Bem ele nunca me escondeu que era essa sua vontade, às vezes , ahgr que raiva eu sentia ciúmes desta criança, ele dava mais atenção a minha barriga falsa do que a mim. Nunca o deixei tocar e nem dormia em seu quarto, alegando que tinha medo e ele aceitava de boa, ri feito boba. Ele e um idiota. /

Eu fechei a mão em punho fechei os olhos contorcendo meu rosto de raiva, se essa mulher não tivesse morrido acho que eu mesmo a matava agora.

/ O dia de Ethan nascer foi o nome que ele queria dar ao filho. Era um nome bonito, mas não permiti que assistisse o parto eu aleguei que queria minha irmã e só ela poderia me ver. Pedi que fosse na casa de minha irmã. E ninguém poderia entrar.

E assim fizemos eu passei pela minha irmã e ela por mim para dar a luz.

Ela conseguiu de parto normal, então a recuperação seria rápida. Na hora da visita não aceitei, nem de Flávio e principalmente de meus pais, eu comprei os médicos e duas enfermeiras para que elas não contassem que eu tinha, bem na verdade minha irmã tinha ganhado gêmeos.

Eu saí antes de minha irmã pudesse notar e levei somente um filho.

E lhe deixei uma carta dizendo que pegasse o dinheiro que deixei para ela e sumisse de nossas vidas, pois se ela abrisse a boca eu mataria Ethan sem pensar duas vezes. Eu tinha raiva do menino mas não sei se seria tão cruel a ponto de matá-lo, mas acho que minha irmã acreditou pois sumiu sem deixar vestígios.

Pela primeira vez nossos pais se preocuparam e foi por ela. Então senti mais raiva ahgrr . /

Outra parte daquele caderno rasgado. Essa mulher é doente.

Fui para o segundo caderno, agenda diário chamem como quiserem.

/ Hoje meu querido filho, até acostumei dele ser meu filho, apesar que não conseguia ter afeto, pois eu sentia muito ciúmes dele com o Flávio. Mas estou aqui agora escrevendo pois não aguento mais minha consciência, ainda mais que no segundo aniversário de Ethan minha irmã apareceu com o seu outro filho, que ela dera o nome de Oscar, me implorando que ficasse com ele pois ela não tinha condições. Antes que ela fizesse um barraco eu lhe dei mais dinheiro e jurei que depositária por mês uma continha razoável.

Virei mais páginas.

Não estou conseguindo mandar mais dinheiro a minha irmã, Flávio levou um golpe do seu assessor que o deixou abalado. Eu tentei confortá-lo, mas não consegui . Quem conseguiu foi o bastardo do Ethan. Ahgrr que ódio tenho desse menino às vezes. Sei que é só uma criança, mas não é minha, não é fruto do meu amor . Pois sou seca. /

Eu pausei um pouco e vi meu celular com a luz acesa em cima da mesa. E fui verificar as notificações.

Eram mensagens de Silvana e até Marise, ambas perguntando se eu estava bem. E Marise perguntando quando seria o velório.

Não tive coragem de respondê-la e respondi somente Silvana.

Eu: Estou bem. Dei uma pausa ,mas estou voltando a ler. Amanhã te conto com calma o que estou descobrindo. Boa noite.

Não demorou muito e ela respondeu.

Silvana: se precisar me chama fica bem. 😘 Boa noite.

Eu: Boa noite.

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