Mal estar

Mel despertou com a boca seca e a garganta queimando.

— Que sede… — murmurou, sentando-se na cama com dificuldade.

Seu corpo ardia, uma onda de calor desconfortável subia pelo pescoço. Levou a mão à testa e franziu a testa.

— Estou com febre? Mas… como eu cheguei aqui?

Tentou se lembrar dos últimos momentos antes de adormecer, mas sua mente estava turva. O quarto parecia girar devagar, e o lençol grudava em sua pele suada. Sentia-se estranhamente vulnerável.

Com esforço, ela se levantou.

— Apesar do desconforto, ela se levanta Cambaleando até o banheiro, ela ligou o chuveiro e deixou a água morna escorrer sobre sua pele. Um arrepio percorreu sua espinha.

— Isso vai ajudar… eu só preciso… me acalmar.

Depois de alguns minutos, vestiu uma camisola e desceu as escadas em silêncio. A casa dormia, mergulhada numa penumbra suave. Os degraus de madeira rangiam sob seus pés descalços.

Na cozinha, ela abriu a geladeira, pegou uma garrafa de água e serviu-se. Levou o copo aos lábios, devagar, como se aquele simples gesto fosse um alívio para o corpo e a alma.

— Melhor… bem melhor — sussurrou para si mesma, olhando pela janela, como se buscasse uma resposta no céu noturno.

Mas algo dentro dela ainda pesava. E não era apenas a febre.

Mel levou o copo à boca com pressa, como se a água pudesse apagar o calor que queimava em sua pele. Mas, antes mesmo de terminar o primeiro gole, o cheiro inconfundível da fragrância de Carlos invadiu o ambiente, fazendo seu coração acelerar.

Ela congelou.

— Droga… — murmurou baixinho, ainda de costas. "Ele tá perto. Muito perto…"

— Te deixei com sede? — a voz dele veio grave e provocante, bem atrás dela.

Mel respirou fundo, tentando manter a pose. Fingiu não ouvir, deu um passo à frente e soltou o copo na pia. Mas, ao virar o rosto discretamente, seus olhos foram atraídos... O corpo dele estava ali, à mostra, só com aquela toalha baixa demais. Os músculos, o abdômen, o olhar que parecia despi-la sem esforço.

Ela engoliu seco.

"Eu tô lascada."

Mel o olhou de cima a baixo. Seu olhar era afiado, quase desafiador. Em silêncio, virou as costas e saiu da cozinha com passos firmes.

Carlos, inconformado com o desprezo, alcançou-a e segurou-a pelo braço.

— Você vai sair assim? — perguntou, o tom baixo, carregado de algo que nem ele entendia direito.

Sem dar tempo para resposta, puxou-a para si e a beijou. Com urgência,loucura. Suas mãos foram à cintura dela, seus lábios deslizaram para o pescoço, sentindo o cheiro que o enlouquecia.

Mel, assustada, o empurrou com força.

— Para, Carlos! — gritou, e saiu correndo, o coração disparado.

Ele ficou parado, ofegante, atordoado com a própria atitude.

Na manhã seguinte...

Carlos se sentou à mesa do café. Percebeu que Maria, estava mais agitada que o normal.

— O que houve com você, Maria?

— Comigo nada, menino. Mas a minha menina... está com febre. Muita.

Carlos se endireitou na cadeira, preocupado.

— Sério?

— Sim. Chamei o médico. Ele já está a caminho.

Pouco depois, o médico chegou e examinou Mel com atenção.

— Ela está muito fraca. Mal se alimenta, quase não bebe água, está com anemia. — disse, sério. — Ela está até delírios com essa febre alta. Cuidem com carinho.

Fora o emocional dela que é muito abalado .Paciência e banhos mornos, compressas. Se piorar, me chamem.

— Grato, doutor — disseram Carlos e Maria.

Delírios de Mel

Maria tentava dar o remédio, mas Mel, em delírio, se debatia.

— Maria... não me deixa... só tenho você... o Carlos é ... — murmurava, com os olhos entreabertos, suando muito.

Carlos entrou correndo.

— Maria, deixa comigo. Vai descansar. Agora é minha vez.

Ela hesitou, depois saiu.

Carlos se ajoelhou ao lado da cama. Mel se virava, os olhos marejados mesmo febril.

— Eu só queria ser amada… — disse, num fio de voz. — Por que ele me trata assim… se eu amo tanto… tanto que dói…

Carlos engoliu seco. Aquelas palavras o atingiram como uma faca. Ele respirou fundo, sentindo um nó no peito.

Sem pensar, pegou-a no colo com cuidado e levou até a banheira. Encheu-a com água morna, tentando aliviar a febre. Olhou para ela ali, frágil e vulnerável, e seu coração apertou. Ela parecia uma boneca, delicada demais para tanto sofrimento.

Depois do banho, vestiu nela uma camisola limpa, sem malícia —

Mel, ainda sonolenta, o puxou para a cama e aninhou o rosto no peito dele, como uma criança buscando refúgio.

Carlos a abraçou de leve.

— Desculpa… — sussurrou, mesmo sabendo que ela não estava consciente o suficiente para ouvir.

E o dia passou ela ficou entre delírios e a febre alta que demorava pra passar .

Na manhã seguinte…

Carlos despertou com Mel ainda dormindo ao seu lado. Seus cabelos espalhados no travesseiro, o rosto sereno… quase mágico.

— Como alguém pode ser tão… linda? — murmurou.

Ela acordou, o olhar assustado.

— Mel, calma…

Mas ela já havia se levantado e corrido para o banheiro, onde trancou a porta e ficou em silêncio por meia hora.

Quando saiu, Maria a esperava.

— Minha menina… tá melhor?

— Tô sim, meu anjo. Obrigada por tudo.

Mel tomou café em silêncio, se vestiu e saiu para a escola. Carlos a observou de longe. Não disse nada.

Mais populares

Comments

Fatima Gonçalves

Fatima Gonçalves

SIM MAIS PORQUE ELE SE BEGA PORQUE ELE FOGE

2025-03-26

0

Luisa Nascimento

Luisa Nascimento

Os dois se amam.❤❤

2025-01-29

0

Fatima Maria

Fatima Maria

EITA AUTORA QUE ESTÁ SENDO DIFÍCIL PARA OS DOIS. AMANDO MUITO.

2024-11-26

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!