Finalmente o ultimo sinal tocou e Luna arrumou sua mochila enquanto vários alunos saiam as pressas da sala. Ela olhou para a carteira ao lado e Jake não estava mais ali, quando ela finalmente passou pela porta deu de frente com Kathy que a esperava ansiosa.
— Ande logo — ela reclamou.
— Acalme se — Luna sorriu.
— Esse tal Jake é um gato.
— Você não perde tempo mesmo hein. Aposto que já sabe até a data do aniversário e o tipo sanguíneo.
— Talvez, escutei algumas safadas falando sobre ele em seus grupinhos. Essas atiradas não podem ver um aluno novo que já querem abrir as nádegas.
— Só elas é?
Ambas andaram em direção a saída da escola, que ainda estava bem movimentada.
— Eu acho que esse seu vizinho está querendo alguma coisa com você, Luna.
— Lá vem você me encher o saco.
— Por que outro motivo ele iria te defender daquela maneira? Aqueles caras não vão dar as caras por um bom tempo — Kathy riu enquanto jogava o cabelo para trás para poder amarra-lo.
— Ele só não gostou daquela situação, apenas isso.
O céu estava iluminado por uma grande lua e pelas varias estrelas brilhantes. O ônibus esperava pelos alunos no lugar de sempre e elas se sentaram em seus lugares favoritos, perto a porta de saída. Luna olhou pela janela e um grande silêncio tomou conta de tudo, agora o céu estava com um tom avermelhado e tudo a sua volta encontrava-se destruído. Alguns corvos bateram violentamente contra o vidro do ônibus, os quebrando e a assustando.
— Luna — Kathy a cutucou.
— Viu isso? — ela perguntou assustada.
— Viu o que?
Luna olhou novamente para a janela e tudo havia voltado ao normal, até mesmo os sons da bagunça dos alunos que conversavam entre si por todo o veículo. O ônibus ficou parado por mais algum tempo esperando os demais entrarem e quando finalmente não faltava ninguém, o motorista deu partida e seguiu pela estrada noite a dentro.
— Nada — respondeu Luna sentindo um calafrio. Pelo visto estava vendo coisas, como se não bastasse sonhar.
— Então, vai pegar o numero dele?
— Claro que não.
— Por que não?
— Viu como as garotas olhavam para ele? É questão de tempo para alguma o atacar em algum dos corredores.
— Sim e essa vai ser você.
— Nem vem. Mudando de assunto, você podia dormir lá em casa qualquer dia, Kathy.
— Tipo uma festa do pijama?
— Aham, você leva o filme e eu arrumo o que comer.
— Até que não é uma má ideia, vou ver qual é o melhor dia e te mando uma mensagem ainda hoje.
— Tabom — Luna se sentia feliz ao lado de Kathy, ela a trazia velhas e boas ecordações da época em que se conheceram.
Era uma garotinha novata na escola, usava trancinhas no cabelo e estava na área da merenda. Naquela época era tudo bem diferente de agora, estava no seu segundo dia de aula e ainda não possuía amigos. Segurava seu prato de merenda sentada sozinha enquanto observava os demais alunos se divertindo, adoraria se juntar a eles mas tinha medo e vergonha.
— Oi — disse uma garotinha da sua idade, era loira e tinha grandes bochechas rosadas.
— Oi — respondeu timidamente.
— Sou Kathy e você?
— Eu?
— Claro que é você.
— L...luna.
— Quer ser minha amiga?
Enquanto recordava-se de tudo, não percebeu o tempo passando e logo estavam no ponto onde Kathy tinha que descer.
— Até amanha, Luna — despediu a amiga com um sorriso no rosto.
— Não esqueça de mandar mensagem.
— Não vou — gritou ela descendo os degraus do ônibus.
A viagem continuou e Luna chegou finalmente onde sempre descia, as ruas estavam calmas e haviam poucas pessoas andando ali próximo. Seguiu pela rua e de alguma maneira sentia algo a seguindo, mas não via nada dos lados e muito menos atrás. Chegou na porta de sua casa e bateu varias vezes, escutou algo arranhando o que parecia ser o chão bem próximo a ela e marcas de arranhões começaram a aparecer vindo lentamente em sua direção, deformando a calçada.
— Oi anjo — sua avó abriu a porta e ela entrou rapido.
— Por que tanta pressa?
— Nada vovó, apenas estou com fome.
— Então venha — sua avó retirou sua mochila e a levou até a cozinha.
...•••...
Jake estava em sua casa perto a estante de livros, os encarando. As luzes estavam apagadas e ele não usava blusa.
— Sua missão é mata lá, não vai querer ser tratado como traidor, Mikael — disse uma criatura no canto da sala, sua voz era como de trovões e possuía grandes mãos com garras afiadas. Seu corpo tinha uma forma esguia e seu rosto se assimilava a um crânio de animal com chifres.
— Para você é Jake e não tenho medo de vocês — disse ele abrindo um dos livros.
— Mate-a — grunhiu o ser.
— Lamento, mas os únicos a morrer serão vocês. Demônios miseráveis.
— O que? Está os traindo?
— Não, estou apenas devolvendo a traição.
— Avisarei a Agares que você agora não é mais um de nós e ela vira pessoalmente acabar com você traidor misera...
Antes que terminasse a frase, Jake soltou o livro e com uma grande velocidade passou a lamina de uma grande foice prateada sobre a cabeça daquela criatura, a decaptando e fazendo seu corpo se transformar em chamas. Com sutileza voltou para sua posição inicial antes que o livro tocasse o chão e o pegou.
— O que estava dizendo? — ele encarou o brilho das chamas que iam se tornando cinzas e logo desapareceram na escuridão.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
Suna
cruz credo /Skull/
2024-08-18
0
Alessandra Almeida
Essa estória tem horas que me dá calafrios😬😅mas até aqui estou gostando muito. Só estou triste pois não está concluída😢
2024-02-17
0
Romana Dos samtos gomes
caramba que legal adorei😁
2022-11-24
1