Meu Vizinho É Um Demônio
"Querido diário, meu nome é Luna e tenho dezessete anos. O motivo que me fez estar aqui escrevendo é porque não tenho mais nada para fazer. Tenho apenas uma amiga, não sou popular nas redes sociais e muito menos na escola. Para ser mais sincera as pessoas quase não me notam. Eu moro em Lawrence, Kansas, com minha avó já que minha mãe morreu em meu nascimento e só a conheço por fotos, tão linda. O vovô morreu ano passado e meu pai, bom, meu pai está enternado em uma clínica de reabilitação mas minha avó nunca me deixa ir visita-lo, ela disse que ele me odeia pela morte de minha mãe."
Luna fechou o novo diário que ganhou de sua avó a dois dias mas só agora havia se lembrado de abri-lo, a capa era negra com um crânio estampado e alguns bordadinhos, possuía ate um cadeado pequeno e sua chave era em forma de um coração. O colocou em sua estante de livros no canto do quarto e apagou as luzes, em seguida se deixou cair sobre a cama fazendo cara de tédio. Seus cabelos negros com as pontas azuladas tocaram o chão e algumas batidas foram dadas na porta.
— Já vou, vovó — disse enquanto levantava-se.
Uma voz sombria chamou seu nome, ela virou-se para trás e a janela do quarto estava aberta, lembrava plenamente de ter fechado horas antes quando chegou da escola. Se voltou para a porta e deu de cara com a parede, não havia mais nenhuma porta ali. Ela ascendeu a luz, pensando estar sendo enganada pela pouca iluminação do quarto e a voz estranha sussurrou novamente o seu nome, fazendo todo o seu corpo gelar.
— Luna — sua avó a balançou na cama.
— Vovó?
— Acorde anjo, você precisa tomar café já que dormiu sem jantar na noite passada.
— Desculpe, o dia foi cansativo.
— Ja preparei seu café, não demore para descer — sua avó se retirou do quarto enquanto Luna bocejava e sentava-se na cama. Olhou para a janela e a forte luz do sol refletia nos vidros. Foi ate lá e a abriu deixando os raios de sol tocarem sua pele a fazendo ter mais animo para começar o dia, foi até a porta e olhou para trás recordando-se dos estranhos sonhos que estava tendo nessas ultimas noites, certamente por ler tantos livros de terror. Saiu para o corredor que possuía alguns quadros de árvores e desceu as escadas que davam na sala, a TV estava ligada mas sua avó não parecia estar ali. Sobre o grande sofá vermelho havia uma pequena tigela com alguns biscoitos.
O que eu faria sem você, pensou ela. Sua avó a acolheu como uma filha e a deu todo amor e carinho que seus pais não puderam dar. Depois de tomar seu café, Luna foi para fora de casa. A vizinhança ainda estava silenciosa e calma, poucas pessoas e nenhum carro. Andou descalça sobre o lindo gramado verde indo em direção a caixa de correios para ver se algo havia chegado e acabou encontrando algumas contas pendentes. Voltou para dentro e foi até a cozinha onde sua avó lavava algumas louças.
— Vovó, chegaram algumas contas.
— Onde estão?
— Joguei sobre o sofá.
— Esse povo nunca atrasam suas cobranças.
— Eu sei.
— Como sabe? Você não tem contas.
— Mas eu sei — ela sorriu.
— Fui ao banco hoje.
— Sacar dinheiro?
— Não.
— Depositar?
— Errou de novo.
— Fazer um empréstimo?
— Não e não.
— Entao o que foi fazer no banco?
— Me sentar, oras. Lá no banco da praça.
— Muito engraçadinha, vovó.
— Estou aprendendo meu anjo, estou aprendendo.
— Eu sei que aquele lugar te faz lembrar do vovô.
— Nosso primeiro encontro foi lá, sinto tanta falta.
— Eu tambem — Luna abraçou sua avó e em seguida a ajudou a arrumar toda a casa. Ao terminar foi para o seu quarto ler mais e mais paginas de seu livro favorito. Enquanto lia, um cheiro gostoso tomou conta de toda a casa e sem pensar suas vezes ela retirou seus fones de ouvido e desceu correndo em direção a cozinha, lá estava sua avô enfeitando um lindo bolo.
— Nem pense Luna — disse ela notando que os olhos da neta brilhavam.
— Nem pense em que? — Luna disfarçou.
— Esse bolo não é para nós.
— É para quem?
— Para os novos vizinhos.
— Novos vizinhos?
— Chegaram essa manhã, temos que dar uma boa primeira impressão.
— Eu quero dar boa impressão é para o meu estômago, o enfeitando com esse bolo.
— Nada disso.
— Mas vovó.
— Nem adianta choramingar, prometo que te faço um ainda hoje.
— E eu prometo que esses vizinhos vão pagar.
— Já que está aqui, tome. Leve lá para eles e deseje boas vindas.
— O que? Vovó não sou boa nessas coisas — reclamou com o bolo em mãos.
— Sem entrega, sem bolo mais tarde — sua avó saiu andando para a sala rindo.
— Mas eu nem sei em que casa estão — disse a acompanhando.
— Na casa ao lado, a da direita.
— Agora sei por que você acorda cedo.
— Para que em mocinha?
Mas Luna saiu rápido pela porta enquanto sorria com o bolo em mãos dentro de uma vasilha quadrada, estava bem chamativo. Ela encarou por alguns segundos a casa ao lado, estava com a porta e janelas fechadas. Rezou para não haver ninguém. Andou lentamente até chegar perto a porta vermelha onde moravam os novos vizinhos. Olhou em volta e como não havia ninguém por perto ela passou o dedo na cobertura. Tomou coragem e bateu na porta, ninguém a atendeu então bateu novamente e dessa vez a porta abriu-se um pouco.
— Oi — disse ela empurrando e revelando uma grande sala, havia uma TV e grandes sofás, alguns vasos de flores e o que mais chamou a atenção foi algumas estantes cheias de livros — oi — disse novamente enquanto entrava devagar com o bolo em mãos, era como se aqueles vários livros a chamassem.
Por ali não havia ninguém e por mais que chamasse não obtida resposta, antes de se aproximar da estante encarou um longo corredor e no fim havia uma escada ao lado de outra porta. Colocou o bolo em uma mesinha ali ao lado e começou a ler os nomes dos livros um a um, havia se esquecido até mesmo de que a casa não era sua. A maioria despertava nela uma vontade absurda de ler e nem ao menos estava na metade da primeira estante. Lembrou-se de que sua obrigação ali era entregar o bolo e ao olhar sobre a mesinha onde havia o deixado ele não estava mais lá.
— Isso é para mim?
Se virou assustada e deu de frente com um jovem que estava apenas com uma toalha enrolada na parte de baixo do corpo, em sua barriga havia uma tatuagem tribal na vertical junto ao seu abdômen bem definido, seus cabelos estavam molhados e escorriam pela testa. Em suas mãos estava a vasilha com o bolo.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
Suna
sim, o bolo que ela passou o dedo /Drool/ todo seu /Drool//Ok/
2024-08-18
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Suna
caraca, vó, ta inspirada em fazer 2 bolos no mesmo diakkk
2024-08-18
0
Suna
isso claramente me fez lembrar do Sasuke e da Sakura que também tiveram seu primeiro “encontro” em um banco. 😍
2024-08-18
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